Capítulo XVI: Para Zayn, com amor

423 18 31
                                    


— Tom, eu tenho certeza que vi você escondendo algumas cartas. — Jacob disse divertido, a ceia de natal tinha acabado e a mesa de jantar transformada em uma incrível mesa de pocker.

— Jacob, quer mais bebida? — John chegou com uma garrafa de vinho e algumas taças. Ao que parece, ser dono de um bar lhe trazia muitas habilidades para servir várias pessoas ao mesmo tempo.

Ele e Amélia ficaram um do lado do outro a noite toda, ambos perfeitamente arrumados, mas agora ela tinha tirado os sapatos de salto e ele tinha soltado alguns botões da gola da camisa e jogava cartas com os outros.

Amélia estava na sala com mais convidados, algumas amigas que tinham passado para dar um "oi" e sua irmã estava com o marido vendo a neve do lado de fora.

As risadas eram altas mesmo depois dos desejos de feliz natal e a abertura dos presentes, as luzes da árvore perto da lareira continuavam brilhando também.

Jane afastou sua cadeira e deixou suas cartas ali dizendo que já voltava, àquela altura ela já estava sem os sapatos como tinha dito que faria.

Zayn tinha sussurrado para ela que iria ao banheiro, mas aquilo já fazia minutos, e quando Jane chegou na ponta do corredor, a única luz fraca vinha da porta entreaberta de seu próprio quarto.

Ela se aproximou e empurrou um pouco mais, ficando parada entre a porta e o batente e olhou para dentro. A luz dourada atingindo o corredor era de seu abajur e Zayn estava sentado na cama com os cotovelos apoiados nas coxas, tão distraído que mal percebeu quando ela entrou e fechou a porta.

— Está muito cansado? — Jane encostou as mãos na madeira e o encarou.

Zayn ergueu a cabeça e arregalou os olhos, realmente não tinha percebido ela entrar, foi como se Jane simplesmente tivesse aparecido ali de um segundo para o outro.

Ele se levantou na mesma hora, e foi quando Jane viu de relance que ele segurava um envelope amassado, mas não teve tempo para perguntas porque Zayn imediatamente o guardou em um bolso por dentro da jaqueta.

— Você não precisa ficar por mim. — Jane se aproximou devagar, os pés estavam descalços no chão. Ficava muito mais baixa sem seus saltos.

— Eu demorei, não é? — Zayn tentou sorrir. — Me desculpe, Jane, eu...

Ela tocou o braço dele com um sorriso singelo também, mas entendeu tudo.

— Você estava tentando ler?

Zayn negou, por um momento Jane pensou que ele não estivesse conseguindo respirar.

— Fui ao banheiro. — Ele assentiu. — E então esse envelope caiu e eu pensei que talvez... aí eu vim aqui porque pensei que poderia ler de uma vez, você sabe, porque não deve ter nada de mais aí, só umas instruções pessoais dele sobre o testamento. — Deu de ombros.

Jane assentiu. Ela ergueu a mão e empurrou o cabelo de Zayn com as pontas dos dedos, ficando na ponta dos pés para conseguir.

— Você gostou do jantar? Quer mais alguma coisa? Ainda temos bolos e...

— Eu gostei de tudo, Jane. — Zayn assentiu novamente e dessa vez seu sorriso foi um pouco mais convincente. — Sua família é incrível, da para entender porque me sinto tão bem quando estou perto de você. E os bolos estavam ótimos. Comi um pedaço de cada.

Jane assentiu, e ela também se perguntou quando foi que passou a conhecê-lo tão bem. Quando você simplesmente sabe que alguém não está legal apenas pelo tom de voz ou pela forma que se levanta e caminha até você, quando esse alguém diz que gostou do bolo, mas você sabe que aquilo não lhe ajudou muito, se esse tipo de noção sobre outra pessoa acontecia de repente ou gradativamente, de um jeito que você se surpreendia quando notava, porque era tão natural que você simplesmente não espera saber, mas já sabe.

Against The Time | Zayn MalikWhere stories live. Discover now