Capítulo XVI: Seremos uma linha tênue

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— Eu tenho que ir. — Zayn disse baixo, ele nem mesmo teve coragem para se mover.

Jane estava com a mão no rosto dele, analisando o que podia com a iluminação fraca do abajur, o contorno do nariz, a elevação nas bochechas e o formato dos lábios enquanto encarava os cílios piscarem devagar. Estava com uma perna por cima dele e Zayn abraçava sua cintura deixando seus corpos grudados. Ela estava se sentindo tão aquecida, tão protegida, daria qualquer coisa no mundo para que aquilo não acabasse.

Mas o peito dela murchou na respiração seguinte, estava pensando no quanto o que sentia por ele era gigante, o quanto achava que poucas pessoas tinham aquilo na vida ou então não seriam tão amarguradas, como seu pai por exemplo.

Ela notou que os hematomas no rosto ainda estavam ali, mas não tão inchados, agora pareciam leves relevos e cicatrizes finas. Jane abaixou os olhos e seus dedos correram pelo corpo de Zayn, chegando até sua cintura, onde há dias ela tinha visto um corte sangrando.

— Doeu muito? — Ela perguntou com os dedos em cima da cicatriz..

— Não. — Zayn balançou a cabeça fechando os olhos e roçando seu nariz no dela, sempre quando se beijavam isso acontecia, era gostosa a sensação. — Não doeu nada.

Jane assentiu mesmo sabendo que era mentira, apenas para confortá-la, devia ter doido e ele poderia ter corrido o risco de ter pego alguma infecção no corte.

— Eu queria ter cuidado de você. — O peito dela subiu e desceu em um suspiro frustrado.

— Você cuidou de mim. — Zayn disse levantando um pouco o tronco para encarar Jane de cima, o rosto dela estava iluminado pela luz dourada do abajur ainda aceso e os cabelos escuros e ondulados espalhados pelo travesseiro, Zayn passou a ponta dos dedos afastando o cabelo dela do rosto. — Você me encontrou, Jane.

— Nós iremos ficar bem, Zayn? — Ela sussurrou e seus dedos seguraram o queixo dele, ele nunca tinha tido barba, mas agora ela estava começando a sentir cócegas leves na mão. — Ou seremos uma linha tênue para sempre?

Os olhos castanhos que ficavam mais escuros naquela luz, passaram por todo o rosto dela e ele apertou as costas de Jane ao dizer, puxando-a mais para si e segurando sua mão, levando-a até os lábios e depositando um beijo ali.

— Nós iremos ficar bem. — Sussurrou de volta. 

Jane segurou no ombro dele e passou o resto de seu corpo por cima de Zayn, apoiando as mãos no colchão e o olhando enquanto seu cabelo escorregava pelos ombros e caia no travesseiro e em cima do peito dele.

— Tenho amado você a tanto tempo que mal me lembro quando me dei conta. — Ela sussurrou e depois encostou seus lábios em um beijo.

O corpo de Zayn cobria-a como uma manta confortável quando ele se virou por cima dela, a temperatura quente, o peso, a maciez e os movimentos entre as coxas dela, tudo fazia sentido naturalmente. Eles precisavam ficar em silêncio, mas só tinham mais alguns minutos antes que Zayn tivesse mesmo que ir, então, sem dizer mais palavra nenhuma, eles voltaram a fazer amor e se entrelaçaram pela cama como a linha tênue que de fato eram, torcendo para que não fosse a ultima vez, mas se beijando como se fosse.

Jane o observou se vestir e quis beijar seus ombros quando ele se sentou na cama procurando por suas roupas, suas mãos foram ágeis vestindo a camisa e fechando os botões, o colete, as calças, as meias e as botas. Quando ele retirou sua capa escura do chão e a colocou de volta foi como ter a imagem de um príncipe de conto de fadas e ela era a princesa na torre, e tudo bem parecer frágil e indefesa se isso significasse que Zayn estaria ali por ela.

Jane insistiu para que ele colocasse o máximo de joias que conseguisse nos bolsos e quando se levantou da cama estava puxando sua camisola também, colocando-a de volta no corpo apressadamente.

Against The Time | Zayn MalikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora