Capítulo XII: Como salvar um amor

314 25 14
                                    

— Jane… Jane estou falando com você, não dê as costas para mim!

Jane se virou de volta para a sala da ponta da escada segurando a saia do vestido.

— O que é que tem para me dizer? — Jane lutou para manter a voz firme, todos os convidados já tinham ido embora e agora ela finalmente poderia subir de uma vez para seu quarto.

— O que ele estava fazendo aqui? Quem o convidou? — Diana elevou o tom de voz, ela encarava Jane fixamente do pé da escada. — Você me enfrentou mais uma vez.

Quem o convidou? — Jane repetiu erguendo as sobrancelhas, durante toda a noite ela tinha aceitado as apresentações de sua mãe, aceitado os sorrisos e até mesmo devolvia alguns em troca, mas desde que Zayn tinha saído depois de uma única dança, ela não sentia nada além de um vazio. — Como se Zayn precisasse ser convidado. Todos nesta casa o conhecem. Todos o deixariam passar sem problemas porque sabem quem ele é, que é uma pessoa boa. Não há ninguém que possa dizer o contrário, se ao menos você o conhecesse…

— Jane, desde que te proibi de sair você age como se estivesse doente, quando na verdade tudo que faço é pensando no seu bem. Você acha que seu pai não viu tudo o que aconteceu hoje? — Diana subiu alguns degraus, mas Jane não saiu do lugar, não estava com medo. Estava cheia daquilo tudo. — George sabe de tudo. — A expressão de Diana estava apreensiva. Jane não entendia o porquê a própria mãe fazia isso em vez de ajudá-la.

— E o que isso muda? — Jane disse. — Você não entende o que estou passando? Nunca se apaixonou? — As palavras saíram como um pedido de socorro e Jane viu a própria mãe estremecer como ela tivesse escutado algo irreconhecível e uma confusão passar brevemente por seus olhos, o bastante para que Jane não dissesse mais nada, e aquilo fez um buraco frio em seu coração.

Ela sempre pensou que sua mãe deveria ser apaixonada pelo pai para conseguir viver com uma pessoa tão fria e tão distante, agora tudo fazia sentido. Ela não sentia que se recuperaria dessa descoberta, que foi como um balde de água fria sobre ela.

— Eu e seu pai adoramos William. Nós achamos que finalmente alguém a sua altura apareceu. — Sua mãe continuou depois de um momento em silêncio.

—  Não. — Os olhos de Jane se encheram de lágrimas, ardiam deixando sua vista embaçada encarando a mãe degraus abaixo, mas ela não soltaria aquelas lágrimas. — Não quero falar sobre isso ou ouvir o que você pensa. A resposta sempre será não.

— Agradeça que sou eu que estou falando, seu pai não será tão paciente. Depois que você colocou na cabeça que está apaixonada por esse menino, seus dias têm sido cada vez piores. Você não entende que vocês não tem nada para fazerem juntos? — Diana subiu os degraus e Jane se virou e saiu andando para correr dela e escapar daquela conversa. — Cresça, Jane. Está na hora de você aceitar que vocês não foram feitos para ficar um com o outro.

Jane parou abruptamente no meio do corredor antes de sua porta do quarto como se tivesse levado um soco no estômago e ela chorou, mas não se virou ou disse algo, se trancou dentro do próprio quarto e se ajoelhou diante da cama deixando que as lágrimas começassem a sair desenfreadamente.



Pela manhã, não quis descer e sentar-se à mesa com os pais. Isto seria ridículo. Tentaram a noite inteira arrastá-la para conversas com William Ashdown e seu pai, conversas das quais ela não conseguiria fazer parte nem se quisesse, e agora não podia simplesmente olhar para George e Diana como se sentisse confortável na presença deles. E ela poderia ficar dentro do quarto pela manhã enquanto esperava seu pai sair para o trabalho e Diana começar os afazeres de casa, assim seria mais fácil conseguir sair e ela sairia, estava decidida. Nem que precisasse pular da sua janela para a grama.

Against The Time | Zayn MalikDonde viven las historias. Descúbrelo ahora