Capítulo XV: A ponte de Londres está caindo

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Jane estava se sentindo tonta dentro daquele elevador, não por conta do movimento ou pelos espelhos por toda parte, mas porque quando aquelas portas se fecharam foi como se ela tivesse ficado presa em uma onda de calor abraçando-a por toda parte. Ela se apoiou em um dos espelhos e tentou respirar, não tinha olhado para Zayn diretamente desde que saíram da sacada, não conseguia.

Tinha desejado tanto ele, e agora sua mente era um redemoinho de pensamentos e fraqueza... fraca, ela se sentiu muito fraca com as mãos dele no corpo dela daquela maneira, com a pressão nos quadris, e agora estava ali, naquele elevador sem conseguir colocar a mente em foco com Zayn demais por toda parte, envolta por uma névoa invisível que parecia uma corrente pesada ao redor de seu corpo, amarrando-a nele. Por longos segundos, Jane mal ousou tentar se mexer.

Mas ela tinha que fazer alguma coisa, tinha que saber o que ele queria, se queria o mesmo que ela, porque se fosse ela estava tão disposta a continuar, mas ele também estava calado, completamente pensativo do lado, os braços cruzados para disfarçar o peito subindo e descendo rapidamente.

Mas Zayn também a queria, e estava se perguntando quanto de autocontrole ainda poderia ter, semanas tinham se passado em Bradford e em todos os dias ele tinha vontade de passar a mão pelo cabelo dela, beijar sua boca com força para que ela entendesse o quanto ele a desejava e, se sentisse o mesmo, poderia corresponder a altura, mas em todas essas semanas ele não a beijou todos os dias, não sentiu a maciez da pele de seu pescoço ou o cheiro de flores e pêssego que vinha da pele dela. Você é um belo idiota, ele estava pensando, tantos dias tinham se passado onde ele mentiu para si mesmo a cada vez que se olhava no espelho, a cada vez que conversava com Jane, escondendo que não estava apaixonado por ela, que não estava desesperado para saber como era sentir o corpo dela nas mãos, agora ele mal conseguia pensar em controle dentro daquele elevador. As mãos estavam quentes, ele quase podia jurar que sua visão estava ficando turva enquanto o coração agredia seu peito com batidas fortes, seria aquilo um enfarto? Talvez um enfarto o tirasse daquela sensação de desespero.

— Zayn, eu... — Jane se virou para ele esticando o braço, o chamando em um tom quase melancólico, um pedido saindo bem do fundo de sua garganta. Ela colocou a mão no ombro dele e teria dito de uma vez a primeira coisa que viesse à sua cabeça.

Teria dito.

Porque assim que eles se viraram um para o outro com ela tocando seu ombro, Zayn a beijou sem dizer ou esperar. Ele pressionou o corpo de Jane na parede de espelhos com o seu, segurando sua cintura firmemente por cima do tecido fino do vestido e sua língua tomou a boca dela em um beijo desesperado.

Zayn arrastou sua mão por todo o corpo de Jane, passando pelos seios, pela cintura, até chegar a fenda aberta na coxa do lado direito e apertar a pele livre ali, puxá-la para o quadril dele. O corpo dela ainda estava tão colado ao dele que Zayn sentiu quando ela suspirou profundamente com o aperto em sua coxa e amoleceu nas mãos dele, aquilo foi desesperador para aguentar, o elevador ficou pequeno demais.

— Jane. — Zayn disse com toda força que conseguiu para reunir as sílabas, ela não ergueu o rosto para ele, estava desabotoando seu paletó inteiro, os dedos faziam cócegas nele como faíscas de fogo. — Jane, não posso tirar seu vestido aqui no elevador. — As mãos dele passaram pela cintura dela uma última vez antes dele afastá-las com relutância. — Embora eu queira muito. — Ele puxou o ar com força.

— Você pode. — Ela ergueu os olhos sugestivos para ele com os dedos no último botão e o barulho das portas do elevador se abrindo fez com que os dois se separassem e tentassem sair do elevador normalmente, mas estavam quase cambaleando em um estado de estupor.

Against The Time | Zayn MalikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora