Capítulo VII: Que desapareça com o tempo

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Jane abriu a porta do apartamento e entrou em silêncio, só estava segurando sua bolsa com uma mão e uma caixa de cervejas com a outra. Empurrou a porta com o quadril e se voltou para a sala, nos seus primeiros passos ela viu um Jacob surpreso arregalar os olhos e vir andando rapidamente do quarto.

Os cabelos escuros e ondulados estavam úmidos pingando na camiseta vermelha do Bradford City e na toalha que ele tinha jogada sobre um ombro, a calça jeans dele estava aberta.

— Ei, ei — ele parou abruptamente no corredor, levando as mãos aos botões e zíper da calça imediatamente, constrangido. — Jane, sei que tem as chaves e o porteiro ama você, mas será que não pode bater antes de entrar?

Jane deu uma olhada de cima a baixo em Jacob e seguiu para a cozinha, atravessando a sala.

— Já te vi em situações bem mais constrangedoras com homens e mulheres muitas vezes.

Jacob ergueu as mãos prestes a protestar depois de ter fechado sua calça, mas desistiu no meio do ato e se deu por vencido, seguindo Jane para a cozinha.

— Vamos ao jogo? — Ele secou o cabelo com a toalha. — Estou pronto! — Jacob disse com animação e foi andando até a mesa, pegando seu celular e suas chaves, jogando a toalha em cima do sofá. — Ah, meu casaco!

Jane riu e esperou Jacob voltar correndo e passando os braços pela jaqueta para que eles pudessem sair, conforme o fim do ano se aproximava, mais frio ficava.

Jane lhe deu um sorriso animado e os dois caminharam animados para a porta, já estavam esperando há uns dias pelo jogo.

E depois de alguns encontros na biblioteca ela tinha até mesmo convidado Zayn.

Depois do dia em que ela ficou sabendo sobre o resto do nome dele e todas aquelas coisas envolvendo empresas de automobilismo luxuoso ela pensou que aquela com certeza era a coisa mais inusitada que acontecera na sua vida nos últimos tempos, mas aqueles dias estavam mesmo agitados, tudo sobre a mudança e sobre o fim de ano, Charlotte de volta...


Zayn tinha acordado bem cedo, mas não por escolha própria, e tinha pedido para que levassem seu café da manhã até o quarto. O hotel não era como as grandes construções as quais ele já tinha visitado em suas viagens, com pisos de porcelana brilhante, paredes com espelho e decorações douradas, banheiras grandes e uma cozinha particular, mas ele tinha pego um dos maiores quartos disponíveis apenas porque ficaria ali por um longo período enquanto se decidia sobre sua própria vida.

Mas agora não havia mais nada para se decidir, havia? Ele tinha uma inscrição na universidade dali e por algumas horas quis ignorar o frio na barriga, mas não tinha mais como voltar atrás, seria um covarde se o fizesse.

Depois do dia que tinha pego os livros com Jane na biblioteca, ele chegou ao seu quarto no hotel e depositou todos os livros que pegara em cima de uma mesinha, seu notebook também estava ali. Ele pegou dos livros de poesia que se datava do ano de 1908 — ele nunca tinha segurado algo tão velho — e estava cheio de linhas sublinhadas como se alguém tivesse gostado muito de tais partes e quisesse se lembrar depois, todas as marcações pertenciam ao tal Z porque aquela letra estava entalhada na capa dura do livro, como um presente.

Zayn passou aquela noite lendo e pedindo café com ligações para o serviço de quarto do hotel.

Durante os últimos dias tinha se encontrado com Jane algumas vezes na biblioteca, ele não tinha muitos outros lugares para ir e estava confessando a si mesmo que sair para conhecer a cidade sozinho não era a mesma coisa depois de ter conhecido alguns lugares com Jane — era assim que ele lhe chamava agora — e ter conversado com pessoas tão legais quanto os amigos dela.

Against The Time | Zayn MalikWhere stories live. Discover now