Capitulo 80: Uma longa viagem

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Luanda e Dante partiam em direção a possível localização de Willamis, o primeiro integrante em que haviam decidido buscar. Eles viajavam dentro de uma van relativamente confortável, com ar condicionado e espaço para uma quantidade média de 10 pessoas. Em um dos bancos atrás dos dois viajantes residia a pasta com o perfil de várias pessoas espalhadas pelo Brasil e uma bolsa de viagem de Dante, totalmente preenchida.

Dante mantinha sua visão firme na estrada, enquanto Luanda permanecia de forma relaxada. Com um jeito despojado, os pés dela se esticavam desajeitadamente no painel, como se buscasse um conforto impossível. Seu corpo se acomodava no banco do passageiro de uma maneira quase contorcida, os ombros relaxados e os braços caídos de um modo que desafiava qualquer etiqueta de viagem.

Luanda: Pelo o que eu vi aqui, vai ser uma viagem de mais ou menos duas horas, né?

Dante: Na verdade, ficaremos na estrada por mais ou menos 7 horas.

Luanda: O QUE?! É TÃO LONGE ASSIM?! – Diz Luanda quase em um grito devido a sua surpresa.

Dante: Sim, é longe, sairemos da sua cidade natal. Você pode encarar isso como uma espécie de recomeço, aproveite para explorar lugares novos e conhecer coisas novas.

Luanda: Aah cara... eu sei que vai ser massa, só que 7 horas de viagem é demais para mim.

Dante: Se for te reconfortar, lembre-se que terei que dirigir por esse tempo inteiro, enquanto você pode apenas relaxar.

Luanda: Verdade, pelo menos isso. Dante, eu não sei o seu nome, não te encontrei no portfólio.

Dante: É claro que você não iria me encontrar lá, não sou e nem vou fazer parte de fato do grupo. Meu nome completo é Dante Castelani Oliveira.

Luanda: "Castelani" ... uh, é um nome irado. O meu é Luanda Moreira da Silva, gostou?

Dante: Eu já sabia o seu nome.

"Você não respondeu a minha pergunta." – Murmura Luanda com uma cara impaciente.

Ela se vira para trás e observa a mochila e o portfólio, um pouco inquieta e entediada, ela decide pegar o portfólio novamente para folhear os perfis mais uma vez. Ela não tinha quase conhecimento algum sobre energia, então observar aquelas pequenas apresentações de pessoas aleatórias era como ler um livro mágico com todas as explicações do universo, apesar de que, mesmo lendo inúmeras vezes, ela não entendia quase nada.

Enquanto ela passava as folhas com animosidade, uma questão que havia fincado sua mente na primeira vez que ela teve contato com a pasta, retornou com mais força, ela então diz: "Sabe... porque não tem nenhum seguidor de Hendry aqui no-".

Dante: CALA A BOCA! – Grita Dante, interceptando Luanda.

Ela se assusta com a fala agressiva sem motivos aparentes de Dante. "Calma cara, eu não falei nada demais." – Ela diz como resposta.

Dante: Garota, você sabe como se "invoca" um semi-deus?

Luanda: Hm... acho que sei, não é só falar... o nome dele... em voz alta...

De repente, Luanda entende o que Dante quis dizer, ela pensa por uns segundos e completa seu raciocínio: "Acho que entendi o que você quis dizer.". Porém, uma duvida nova logo surge após a resposta alcançada: "Mas porque eu não posso invocar 'ele'? Tipo, eu sei que tem muita história cruelzinha dele, mas ele não pode nos ferir, né?". – Ela questiona.

Dante: Luanda, espero que com o tempo você aprenda mais sobre tudo isso que permeia esse mundo. Semi-deuses não são oniscientes, eles não sabem de tudo, não conhecem todos os lugares e não conhecem todas as pessoas. A "consciência" de um semi-deus passa a crescer e se espalhar por meio de devotos, as pessoas que o seguem levam sua consciência para diversos lugares, é dessa forma que eles passam a ter conhecimento de coisas sem precisar estar nesse mesmo lugar.

Despertar dos VéusWhere stories live. Discover now