Capítulo 24: Eu já te odeio

12 1 1
                                    

Max retoma a consciência e se levanta, ainda com a cicatriz do confronto em seu peito. A ferida se cura rapidamente enquanto exala uma fumaça do ferimento. Ele percebe Lídia sentada no chão à sua frente, com uma expressão vazia, como se estivesse refletindo sobre o que aconteceu. Ele a observa enquanto tenta se recuperar dos ferimentos. Após alguns segundos, Lídia parece voltar a si e vê Max à sua frente.

Lídia: Ah, oi! Você está bem?

Max: Estou sim, não precisa se preocupar.

Lídia: Não estou preocupada. Já sei do que você é capaz.

Lídia demonstra tristeza em suas expressões e permanece quieta, de cabeça baixa, voltando a se perder em pensamentos. Max suspira e comenta enquanto se levanta.

Max: Minha namorada... minha namorada morreu em um incêndio, e agora eu estou aqui. Foi isso que me trouxe até aqui.

Lídia observa Max e assente com a cabeça, mostrando compreensão do que Max quis dizer, mas continua com a cabeça baixa.

Lídia: Eu sou inútil. - Ela suspira.

Max: Como assim "inútil"?

Lídia: Eu não sirvo para nada, não consegui fazer nada... fui um fardo para você e fracassei... de novo.

Max: Lídia... fracassar é mais comum do que você imagina. Você precisa entender isso.

Lídia suspira, ainda triste.

Max: Eu estou aqui, mesmo não querendo, mas estou aqui com você. Vai, se levanta daí e engole o choro. - Max diz enquanto estende a mão para Lídia.

Lídia dá um pequeno sorriso singelo e se levanta com a ajuda de Max. Eles caminham até a porta da vidraçaria, apoiando-se um no outro, e observam o sol se pôr no horizonte. Enquanto contemplam o sol, eles conversam.

Max: Acho que errei ao te trazer aqui sem ter te treinado corretamente. Afinal, você precisa aprender a se cuidar por conta própria.

Lídia: Preciso mesmo, e eu vou conseguir, né?

Max: Você quem sabe, mas não dependa muito de mim. Já disse que estou fazendo apenas o meu trabalho.

Lídia: Ah, Max, acho que você se importa comigo, nem que seja só um pouquinho.

Max: Vai sonhando... vai sonhando...

Os dois começam a caminhar de volta para a casa de Jason. Apesar do fracasso na missão, Lídia sente ainda mais confiança na proteção de Max e reflete sobre tudo o que aconteceu na batalha. Ela decide tirar algumas dúvidas com Max.

Lídia: Max...

Max: O que foi? Não venha com perguntas bobas.

Lídia: Relaxa, eu estava pensando aqui. Por que seus olhos sangraram depois da luta?

Max: Ah, bom, isso não acontece tantas vezes. Quando eu uso muita energia, meu corpo começa a queimar por dentro. Meus poderes me impedem de sentir dor, e minha regeneração me impede de morrer.

Lídia: Nossa, isso significa que em toda luta você queima por dentro? Deve ser agoniante.

Max: Não, não é isso. Quando eu ultrapasso um limite de uso de energia que meu corpo aguenta, ele começa a queimar. A cada vez que eu ultrapasso esse limite, meu corpo se acostuma mais.

Lídia: Ah, entendi. É como se você estivesse calejando, né?

Max: Sim, é quase isso. Mas não é tão simples assim. Minha alma também queima junto com meu corpo.

Despertar dos VéusOnde histórias criam vida. Descubra agora