DESARRUMAR

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Boa tarde, meus amores. Como estamos? Esperamos que bem. Mais uma vez sem palavras por todo amor e carinho que vocês deram para nós e para a nossa estória, vocês aquecem os nossos corações. 




A transferência do meu novo cargo foi o último anúncio da noite, depois disso continuamos bebendo, desfrutando dos petiscos, conversando sobre amenidades. Bernardo estava esboçando a famosa "cara de merda" desde a minha fala, mas eu fazia o possível para ignorar.

- Será que ele não vai superar nunca? - Valentina perguntou baixinho deixando claro que também estava percebendo o comportamento dele.

- Olha, eu espero que ele supere, eu soube um dia desses que ele estava namorando uma médica lá do hospital, mas não sei quem é e não o vi acompanhado hoje.

- Está interessada? - ela perguntou arqueando as sobrancelhas e eu dei uma risada divertida. A ideia da Valentina ter ciúmes do Bernardo era absurda demais para levar com seriedade.

- É que a fofoca pela metade mata o fofoqueiro - expliquei.

- Sei...Estou de olho em você, Dra. Luiza - ela disse ameaçadora com um sorriso discreto.

- Pode ficar, eu adoro os seus olhares, principalmente quando eles estão em mim - falei baixinho e ela riu de nervosa, provavelmente com o meu tom de voz que demonstrou uma ponta de malícia.

- Eles estão sempre em você.

- Assim que eu gosto - falei e me ajeitei na cadeira.

Fomos interrompidas pelo Leandro, que chegou com um copo de chopp e sentou ao meu lado, ele já havia tirado a gravata, sinal que estava no brilho do álcool.

- Catei as melhores fofocas - falou para nós duas.

- E quais são? - perguntei.

- A cara de merda do seu ex quando você falou da Valentina, óbvio. Todo mundo está comentando, ele nem disfarçou. Ah, estão comentando também que você está nitidamente muito apaixonada - ele contou a nós duas - Você sempre foi tão discreta e dessa vez só falta usar uma camiseta escrito: Cadelinha da Valentina.

Ele deu uma gargalhada exagerada e nós duas rimos com ele, dei um empurrãozinho de leve no seu braço.

- Palhaço. Estão falando isso mesmo? - perguntei.

- Pior é que estão.

- Ah, que se dane também. Que todos saibam o quanto eu amo essa mulher e o resto do mundo que se exploda.

Falei, dei de ombros e em seguida depositei um beijo no canto da boca de Valentina que sorria alegremente ouvindo a conversa entre meu irmão e eu.

Valentina perguntou se eu queria chopp, eu concordei e ela foi buscar para nós duas. Em seguida anunciaram que a atração principal da festa, a banda Atitude 67, daria início ao show em alguns minutos.

Assim que eles entraram, nós nos levantamos para aproveitar o show, ficamos próximas a minha família no canto direito do palco. Logo no início meu pai me puxou para dançar com ele, eu tentei negar, mas ele logo afirmou que agora eles sabiam das minhas habilidades com a dança, então parei de relutar.

Enquanto dançava com o meu pai, vi por cima do ombro dele, Valentina dançando com o Leandro, dei um sorriso carinhoso, não me aguento com a fofura desses dois.

Assim que a música acabou nós separamos os pares e começou a tocar "Desarrumar", eu tive um insight do quando eu gosto dessa música, vi Valentina vindo na minha direção, antes que ela passasse por mim eu a puxei pela mão e colei os nossos corpos. Ela foi sagaz ao perceber que eu queria dançar com ela e logo começou a me guiar.

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