PREOCUPAÇÕES

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Boa tarde, meus amores. Como estão? Esperamos que bem. Mais um capítulo a ser lido com calma. Beijinhos e até quinta.



Chegamos em casa, Valentina disse que eu poderia tomar o meu banho primeiro, subi para o quarto e ela ficou conversando com o meu pai enquanto a minha mãe também tomava banho.

Desci e ela subiu em seguida, escolhi um restaurante de comida japonesa para pedir a janta, enquanto eu providenciava isso, minha mãe chegou.

- Eu queria mesmo falar com você a sós - ela disse ao entrar na sala.

Respirei, contei até dez mentalmente e controlei para ouvir sem brigas o que ela tinha para me dizer.

- Pode falar.

- Bom, provavelmente logo alguém desce, então vou ser bem direta - ela me encarava com seriedade.

- Fala - respondi imediatamente.

- Vocês, por acaso, estavam transando no mar hoje? - ela perguntou sem rodeios.

Naquele momento eu senti a minha alma sair do corpo, mas não era o melhor momento para morrer, então puxei ela de volta. Por essa eu não esperava, engoli seco, será que deu para ver algo? Eles estavam muito longe.

- E se estivéssemos? - perguntei mostrando uma segurança falsa.

- Sério, Luiza? No mar? Por acaso esqueceu das aulas sobre as infecções que você pode contrair?

Era isso! Droga, poderia ter dito que não.

- Ah, é a doutora Sônia que está falando e não a minha mãe - respondi tentando esconder o alívio que seria o sermão sobre isso, na realidade eu realmente esqueci na hora.

- Pode, por gentileza, levar essa conversa a sério? - perguntou mais irritada pela minha atitude, então apenas assenti - Você sabe muito bem que isso não é saudável, pode ter fungos, bactérias, fissuras por causa da areia.

- Eu sei, mãe. Eu só não pensei nisso - respondi constrangida.

- Nem você e nem ela. Espero que faça uma consulta essa semana quando voltarmos.

- Tudo bem, eu faço - concordei para encerrar a conversa o mais rápido possível.

- Se você fosse uma pessoa leiga, eu entenderia, mas você é uma profissional da saúde. Eu sei que romantizam isso, que esse fogo da paixão é saudável, mas por favor, tenha no mínimo, os cuidados básicos.

- Tudo bem, mãe. Você está certa - tentei encerrar a conversa mais uma vez, mas a minha mãe quando começava a falar parecia uma palestrante.

- Eu nunca precisei me preocupar com isso, você sempre foi tão cuidadosa, agora está vivendo uma adolescência tardia?

- Foi um deslize, só isso.

- Assim espero - ela falou e meu irmão entrou na sala, santo Leandro.

"Ainda bem que ela não sabe a missa metade do que eu fiz em Moreré", pensei.

- Ih, está pegando no pé da Lu de novo, mãe? - ele perguntou.

- Não, tudo bem, maninho. É só um conselho.

- É, um conselho médico - ela respondeu ainda em tom de repreensão.

- Um conselho médico que eu vou ouvir, certo? - falei olhando para ela indicando que eu não queria mais falar no assunto.

- Certo.

Mundo de IlusõesWhere stories live. Discover now