NOVAS SENSAÇÕES

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Boa tarde, meninas. Tudo certo? Esperamos que sim. Atenção, calma e muito amor no coração. Não esqueçam de conversar com as autoras. Beijão e boa leitura.


Poucos minutos após eu ir para o quarto, Duda apareceu, contava animada da tarde que havia passado na vila, assim como me perguntou sobre o que eu fiquei fazendo. Contei que tinha ficado conversando com Valentina, ela questionou como estavam as coisas entre nós e eu me limitei a dizer que estavam bem e esclarecer que não havia acontecido nada demais.

Duda não falou mais nada sobre o que tínhamos conversado mais cedo. Nos arrumamos e fomos para a beira da praia. Havia uma caixa de som consideravelmente grande com um pendrive conectado, tocava músicas mais tradicionais e algumas de artistas locais.

Valentina estava conversando com Cissa perto de alguns coolers, naquela tarde ela havia dito que levaria bebidas e que poderiam levar para nós também, já que não tínhamos caixas térmicas, então dei dinheiro a ela para que fizesse isso.

Não pude deixar de notar o quanto ela estava linda. Vestia um short curto e uma espécie de cropped de linha por cima de um biquíni.

Ao nos ver ela acenou animada enquanto bebia cerveja em uma long neck, fomos até ela, que gentilmente retirou duas garrafinhas da caixa térmica e entregou para nós duas.

- Que lindas, moças - elogiou.

- Obrigada, você também está um arraso - Duda respondeu no mesmo tom.

- Valeu - ela disse rindo.

- E meu gato pernambucano? Já chegou? - Duda perguntou.

- Eu não vi ele ainda não - Valentina respondeu.

- Bom, então eu vou dar uma volta, essa vela está demais para eu segurar - falou completamente indiscreta e deu uma piscadinha me fazendo lhe lançar um olhar de repreensão.

Valentina e eu ficamos em um silêncio constrangedor, eu encarei o chão por uns segundos e quando a olhei, ela deu uma risadinha parecendo dividir o constrangimento comigo. Bebi a cerveja ainda com os olhos nela, as palavras pareceram sumir da minha mente. Essa mulher tinha a habilidade de fazer com que eu parecesse uma adolescente. Ri sem graça novamente.

Olhei para trás e vi Duda animada conversando com um grupo de pessoas.

- Acho que a Duda está se sentindo em casa - comentei quebrando o silêncio.

- Ela parece estar mesmo - ela respondeu - E você? Se sente em casa?

- Estou em processo - falei.

- É que você ainda está bagunçando os móveis.

- Acho que você que está bagunçando meus móveis - admiti.

- E você acha ruim?

- Não. Na realidade, é turbulento, mas é bom.

Ouvi começar a tocar a música "Nosso Xote", das que eu tinha ouvido até o momento, era uma das que eu mais gostava.

- Eu acho essa música muito fofa, sabe? - comentei.

- Dança comigo? - perguntou e estendeu a mão.

Eu não respondi, apenas peguei e a puxei até perto de um grupo de pessoas que dançavam em pares ou até mesmo sozinhos. A música era relativamente lenta, então era fácil pegar o ritmo.

Diferente da primeira vez que dançamos, dessa vez Valentina me puxou deixando nossos corpos em contato, devido aos passos, às vezes ela se afastava e quando fazia isso os seus olhos me prendiam nela e em seguida voltava a se aproximar. O contato, o calor, o cheiro, a música, eu estava inebriada, imersa naquela conexão, naquela vontade de explorar mais daquilo, embora eu soubesse que ela não tomaria nenhuma atitude, se fosse fazer algo, já teria feito, eu tenho consciência que dei abertura para isso em diversos momentos. Por um lado isso me deixava tranquila, por outro angustiada, pois a Duda tinha razão, a partir daqui não tem mais como voltar atrás.

Mundo de IlusõesWhere stories live. Discover now