PRIMEIRAS IMPRESSÕES

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Boa tarde, pessoal. Tudo bem? Espero que sim. Mais um capítulo lindo e cheiro para vocês que tem todo o nosso amor e são causa da nossa dedicação. Esperamos que gostem.




Durante as últimas duas semanas eu havia me concentrado em passar os pacientes ao médico que me substituiria no hospital durante a minha ausência, mas no geral foi tranquilo.

No dia da viagem pedi para o Bernardo levar eu e a Duda no aeroporto. Ele se organizou para isso, saímos com antecedência para evitar imprevistos e eu confesso que estava bem ansiosa.

Durante o percurso Bernardo recomendava que tivéssemos cuidado nas áreas afastadas da vila e tudo mais e eu apenas o ouvia e concordava.

- O bom é que onde vocês vão não deve ter assaltantes, porque bonita desse jeito vão ver de cara que você não é de lá - comentou me fazendo olhar imediatamente para ele.

- Isso foi bem idiota - falei.

- Vai militar agora? Eu só estou dizendo que vai ficar na cara.

- Porque você acha que não tem gente bonita lá?

- Você sabe. Também tem a questão do sotaque. O deles é muito estranho.

- Não, não sei. Mas assim - inspirei e contei até dez - Eu não quero brigar com você antes de ir, então muda de assunto.

- Você anda muito estressada ultimamente, Lu. Intolerante comigo - falou prestando atenção no trânsito.

- Você anda especial nos comentários. Isso é xenofobia, sabia?

- Tá, eu não falo mais, não vi maldade. Me desculpa?

- Se você saísse da bolha por apenas cinco minutos, talvez percebesse - falei demonstrando ainda ter esperança dele se dar conta que vivia em uma redoma de vidro construída pelos seus pais.

- Lá vem você querendo me arrastar para as suas aventuras - falou sorrindo - Quem sabe um dia.

- É.

Percebi que não valeria a pena continuar insistindo com ele, pelo menos não hoje. Bernardo nasceu privilegiado e não fazia a menor questão de olhar para o lado e isso me irritava profundamente, insistir serviria para que nós dois tivéssemos uma briga antes de eu embarcar.

Chegamos ao aeroporto. Ele se despediu de nós duas, não demoramos muito, até porque ele tinha que voltar para o hospital.

- Me avise quando chegar lá, tá bom?

- Pode deixar. Sabe que Moreré não pega sinal de celular, não é? - relembrei.

- Sei. Mas quando estiver em Salvador.

- Claro.

- Cuida dela, Duda? - pediu simpático.

- É mais fácil ela cuidar de mim - falou divertida.

- Que Deus cuide das duas. Se precisar de qualquer coisa me avise, tá? Qualquer coisa eu vou até você se precisar - falou me encarando.

- Tudo bem, vai dar tudo certo, fica tranquilo.

- Certo.

Terminamos de nos despedir e fomos para a sala de embarque. Despachamos a bagagem. Identificamos o portão e nos acomodamos, afinal ainda faltavam 40 minutos para o nosso voo.

Eu olhava o Instagram da "Pousada Amoreré", Bernardo tinha achado o nome brega, eu achei uma fofura. Estive em contato com o seu Marcos, que era proprietário, um senhor muito simpático e atencioso. Deixamos reservado um quarto para nós duas a partir de hoje à tardinha.

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