Porã e Melina sentiram a mudança de humor no ambiente no momento exato em que entraram na grande sala de mãos dadas. Eles pareciam ansiosos com o motivo da reunião. O alfa Johan foi como de praxe o primeiro a pronunciar-se.
–Poderia nos dizer o porquê de tal convocação
jovem Líder? E o que faz com a humana pendurada em seus braços?
–Com todo respeito meu Alfa, a humana em questão chama-se Melina.
–Sim, todos nós obviamente sabemos.
–E eu os convoquei para apresentar-lhes a minha parceira de Laço. Finalmente a encontrei.
Porã disse levantando as mãos presas uma à outra.O silêncio que recaiu sobre a sala foi aterrador, as reações beiravam à surpresa indo até o espanto. O alfa precisou pigarrear para que sua frase saísse composta.
— Como assim? Isso não são horas para brincadeira Porã.
— Acha mesmo que eu brincaria com um assunto desses? Depois de dois longos anos de espera, o destino nos ligou.
Todos começaram a falar ao mesmo tempo, até que o alfa calou-os pedindo por ordem.
–Meu jovem com certeza isso é um equívoco seu. Nunca antes em nossa ancestralidade houve uma junção como essa.
Disse impacientemente o velho Rudá. Mas antes que concluísse sua opinião, foi interrompido pela anciã Aquira.
–Na verdade tivemos sim, não recordam-se de Ainoã e John?
–O envolvimento deles não foi um laço de parceria, E resultou-se no fim deles, ficou claro que aquilo era uma reles paixão passageira. Não um laço.
Pronunciou-se Jotá reformulando a informação de Aquira. Sim, houve um caso antigo de um humano e uma Índia Aikarãnis, Melina soube da história por Amani. E foi realmente trágico, porque pelo o que entendeu o tal John ansiava apenas pelo poder que conceberia daquelas terras permanecendo ao lado de Ainoã, e quando a ambição o cegou fazendo-o acreditar que não precisava mais dela, assassinou-a friamente. Depois foi consequentemente queimado por traição, por isso foi estabelecida a proibição de humanos na aldeia. Ela havia sido uma grande fatalidade do destino. Eles passaram horas colocando em pauta todos os contras com relação ao envolvimento deles. Porã sentiu-se no limite da irritação, então decidiu dar um basta naquela reunião.
–Quer queira, quer não. Não é uma decisão de vocês que mudará o já foi decidido entre nós. O laço foi aceito de ambas as partes. Nem matando-nos darão jeito.
O alfa pareceu aborrecido em ser obrigado a concordar com o relacionamento de seu filho com uma humana. Mas não tendo outra opção, apenas concordou.
–Como não temos outra solução, que seja! Que viviam em boa comunhão, e garota.. Que eu não me arrependa do que estou aceitando, pois se eu
souber que ao menos pensou em trair-nos acabarei com sua vida em um piscar de olhos.Porã rosnou em alto e bom som contra a ameaça, explícita a sua parceira, não aceitaria que ninguém a ameaçasse, nem mesmo seu alfa e pai.
— Recomponha-se Líder, não se esqueça de que ainda sou seu alfa em exercício e não aceitarei rebeldias de ninguém.
Melina colocou a mão em cima do peito de Porã acalmando-o. E como o alfa inquiriu-lhe uma opinião, ela achou justo que desse-lhe uma resposta. Então endureceu a postura e contrapôs.
— Eu sou Melina, não Jonh. Não cheguei aqui como ele, e muito menos com as mesmas pretensões. No momento em que aceitei o laço foi por decisão pura de meu coração. Lutarei por Porã contra todos e qualquer um que atentar-nos, é isso que precisam saber.
Eles pareceram surpreendidos por suas palavras, então sem mais delongas o alfa os liberou para retornarem às suas cabanas.
Depois de toda pauta na cabana de reuniões vieram os cochichos e comentário de toda tribo ao descobrirem sobre a parceria de seu líder sucessor e a Humana da aldeia. Alguns que já haviam feito amizade com Melina forma só elogios e bençãos, já outros nem tanto. Mas os dois decidiram ignora-los, a mais difícil de lidar vinha sendo Aruanã e isso já estava estourando os limites de Melina. O estopim ocorreu em um treinamento onde a atividade era em grupo, a víbora cuspiu tantos insultos que ela não suportou e partiu para cima da Índia. Dessa vez já estava mais bem preparada e domada por uma força que foi uma novidade para si, mas teria tempo depois para averiguar isso.
Ela pegou Aruanã primeiramente de surpresa, acertando-le um soco no estômago fazendo a Índia tossir em busca de ar. Mas traiçoeira que só ela, recuperou-se rápido e tentou dar-lhe outra rasteira. Só que dessa vez Melina estava preparada, ela saltou para a indignação de Aruanã e devolveu-lhe um chute tão potente na buchecha que a garota caiu dois palmos atrás estatelada no chão. Todos arfaram com tamanha eficiência em seu golpe, ela mesma estava surpresa com tamanha força e precisão.
Aruanã levantou-se lentamente limpando o sangue em um corte em sua bochecha, como descendiam de lobos cicatrizaria rapidamente, ela já partiria para briga de novo se Porã e Raoni não intervisse. Raoni arrastou uma Aruanã raivosa para fora da arena e Porã cuidou de Melina.
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A Batalha dos Lobos
FantasyMelina, uma jovem menina que morava na cidadela de Moira, ao sul da Austrália ao lado de seus pais, vivia uma vida simples, porém boa aos seus olhos. Mas tudo mudou com a morte de sua mãe. Fazendo-a precisar amadurecer antes da hora e torna-se respo...