Capítulo 20

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Depois de algumas semanas de treinamento, Melina já sentia o efeito em seus músculos, pareciam mais sólidos e sentia-se mais fortes. Mas como sempre que pensava estar bem em algo o destino parecia sorrir da sua cara e mostrá-la de que estava muito errada sobre o que concluirá. Isso ficou claro assim que chegou na arena aquele dia, Porã havia organizado um pequeno duelo para verificar a evolução de cada um, então explicou-lhes que sortearia duplas de oponentes. Um lutaria contra o outro e o primeiro que ficasse sem forças ao chão seria o perdedor. Melina não curtiu muito a atividade, tinha plena ciência de que, com quem quer que fosse, perderia rapidamente. Aguardou ansiosa aquele que já conhecia como Raoni sortear os nomes:

Iándara x Amita
Kenai x Koda
Jenáh x Inaê
Raoni x Janîr
Aruanã x Melina

Quando ouviu contra quem lutaria, quase teve um treco. Além de ser uma guerreira habilidosa, Aruanã parecia ter criado uma antipatia crônica por ela, algo que piorava toda vez que Porã sequer pronunciava seu nome. Ela imediatamente olhou de relance para a Índia e viu-a sorrindo já vitoriosa. Melina suspirou e não questionou nada, se todos estavam bem com seus oponentes, ela não seria a única a reclamar. Aguentaria o máximo possível. A primeira dupla a lutar foram Kenai e Koda, Melina observou que kenai quando lutou contra o líder ele não teve a mínima chance, porém ali contra o índio chamado Koda ele estava saindo-se muito melhor. Era rápido e certeiro. Ela distraiu-se momentaneamente da ocasional surra que levaria assim que chegasse a sua vez.

Aruanã e Melina foram a penúltima dupla a ir para a arena. Melina tentou manter-se focada, observando cada movimento de Aruanã. No início ela apenas desviava dos golpes da Índia, golpes esses que a teriam derrubado imediatamente se houvessem acertado o alvo. A esquiva de Melina parecia estar irritando Aruanã porque a mulher começou a jogar piadas para provocá-la.

— Só sabe fugir humana? Você é um serzinho insignificante mesmo.

—Porque não para de ser covarde e enfrenta-me logo.

— Melhor deixar-me acabar logo com essa palhaçada.

Melina soprou fôlego impaciente já com a impertinência da garota a sua frente, decidiu que era o momento de tentar atacar, então aguardou a Índia distrair-se com mais uma de suas ofensas e deferiu-lhe um soco direto no queixo. A garota bambeou dando um passo para trás, Melina não soube dizer se foi por estar desnorteada com a força do seu soco, ou se pela surpresa de uma humana tê-la acertado. As meninas ovacionaram-na e Melina sorriu em deboche.

A Raiva da jovem Índia pareceu triplicar, porque depois disso ela partiu para cima dela com ódio cego. Melina sentia-se cansada e fraca pelo tempo que já estavam naquele embate, Aruanã pareceu perceber seu momento e deferiu-lhe golpes mais certeiros. Em dado momento ela levou uma rasteira e caiu batendo fortemente a cabeça ao chão, sentindo-se zonza pelo impacto não conseguiu defender-se dos golpes que iniciaram sem dó em seu rosto. Melina sentiu o gosto ferroso de sangue em sua boca, tentou proteger-se com os braços, mas falhou vergonhosamente. Ela sentiu que estava beirando a inconsciência quando pensou ter ouvido a um certa distância o comando de Porã.

A Batalha dos Lobos Where stories live. Discover now