Capítulo 11

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Melina havia sentido mesmo certo poder exalando do rapaz, fora a semelhança dele com o homem mais velho. Inaê contou-lhe mais.

— Nossas Terras são abençoadas Melina. Nosso solo produz fertilmente tudo aquilo que plantamos. Nossas plantas transmitem rejuvenescimento e nossa é pura e revitalizadora.

Por isso é imprescindível mantermos a proteção da aldeia. Por isso o Alfa Johan não permitiu a sua saída, porque se de alguma forma essa informação chegar até os humanos, a terra entrará em colapso.

— Mas eu não contaria nada, até mesmo desconheço o trajeto para chegar até aqui. E sobre os Lobos, ninguém acreditaria, nem mesmo eu acredito ainda.
As meninas sorriram com sua face em transtorno óbvio com a ideia que ainda pensava ser uma loucura.

— Os Lobos são reais Melina. Todas nós nos transformamos quando necessário, é uma dádiva dada pela Terra ao povo Aikaranis para que pudéssemos proteger-nos e ao nosso solo.

Porã observava o tour que as índias faziam com a humana de longe, ele cresceu sobre as rígidas leis do seu pai e de sua tribo, talvez seja por isso que tenha ficado surpreso quando seu pai burlou um dos adendos mais importantes. Desde menino cresceu forjado pela força, brutalidade, e resistência tendo como entendimento primeiramente o respeito e lealdade com sua tribo. Muito atento que esperavam muito dele, por ser sucessor e futuro alfa da tribo Aikarãnis.

Quando criança aprendeu a ser reservado e guardar os seus sentimentos para si, procurando sempre fazer tudo da melhor maneira para agradar o seu alfa e pai. A única pessoa que conhecia um lado carinhoso seu era sua linda mãe Iná Olcan, que o enchia de amor e sábios conselhos. Para o restante da tribo, ele era o líder bruto e ranzinza, que fazia todos treinarem até à exaustão, mas nunca mal educado ou desnecessariamente grosseiro, como havia sido com a Humana. Por isso sentia-se estranho, mas era algo que o acompanhava desde que a tinha encontrado no meio da Floresta. Porã era conhecido por ser um dos melhores guerreiros da aldeia, seu Lobo negro era um dos mais habilidosos, além de ser um exímio lutador na forma de índio também. Sentiu uma presença aproximando-se e se virou, dando de cara com seu melhor amigo e consequentemente sua sombra, Raoni Ytê. Eles nasceram na mesma época e são amigos desde que Porã se entende por gente. Raoni também era um bom guerreiro, e sempre protegia sua retaguarda em uma determinada disputa.

— E então Porã, o que faz aqui parado igual uma estátua? Ainda bisbilhotando a humana?

—Eu não bisbilhotei ninguém. Apenas estou averiguando-a em volta da aldeia, ou esqueceu-se que é para ficarmos de olho nela?

— Claro que não, o alfa foi bem enfático nessa parte. Mas também não disse que precisaríamos segui-la 24 horas mesmo estando acompanhada de outro índio da tribo.

Porã irritou-se com o sorrisinho sarcástico no rosto de Raoni e decidiu que por hora a deixaria aos olhos das índias. Foi se afastando acompanhado por ele, mas com uma sensação estranha impertinente em seu peito, decidiu ignorar. Tudo ficaria bem, ele não a deixaria fazer-lhes nenhum mal.

A Batalha dos Lobos Where stories live. Discover now