Capítulo 3

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Os meses passaram sem muito alarde. Mas Melina viviam rebatendo o bullying que sofria, quanto mais ela os respondia, mas parecia incentivá-los a continuar. Ela não contava para o seus pais, pois eles haviam gostado tanto daquele colégio, e viviam bem na cidade. Não queria aborrecê-los com bobeira de pré-adolescentes, o grupinho infantil também não pegaram mais tão pesado como na secção do chiclete, que ela passou a noite desembolando. Eles apenas jogavam piadas mexericos irritantes.
Passado um ano completo, finalmente se aproximava omêsdeaniversáriodela.Animou-se pois sempre gostou de comemorar ao lado de seus pais. Em uma tarde comum aguardava seu pai ir buscá-la na porta do colégio, porém ele estava mais atrasado do que o normal. Estranhando, e vendo que estava prestes a anoitecer, optou por ir caminhando. Não era tão distante, mas como tinham carro, aproveitavam a facilidade para levá-la mais rápido ao colégio. Enfim, cortando seus pensamentos começou a breve caminhada. No meio do caminho conseguiu avistar a floresta de Daintree ao longe. Bom, talvez fosse o início dela. Diziam que ela rodeava toda Moria, enquanto olhava sentiu algo aperta-lhe o peito. Era uma sensação forte, parecia cativa-la tanto sempre que olhava para a imensidão da natureza. Ao virar a esquina de sua rua avistou para seu espanto uma pequena ambulância parada na entrada de sua casa, correu temerosa de que algo tivesse acontecido aos seus pais. Assim que se aproximou, viu o momento em que colocavam sua mãe que parecia desmaiada em uma maca, e seu pai os acompanhava aflito para fora quando percebeu sua presença.

–Papai? O que houve, porque mamãe está ali?

– Oh querida, desculpe-me. Não consegui sair a tempo para pegá-la, sua mãe sentiu-se mal e desmaiou. Não se amedronte, só precisamos levar ela para fazer exames de rotina, Ok? Fique aqui e nós voltaremos logo.

– Oh, tudo bem papai. Cuide dela por favor.
Ela pediu-o já chorando. Melina não imaginava, mas aquele dia foi o início da ruína de sua vida perfeitamente agradável.

Depois daquele dia, seus pais ficaram estranhos. Cochichavam nervosamente pelos cantos da casa, sua mãe vivia diariamente com a aparência abatida. Ela não estava gostando nada do clima estranho dentro de casa, mas esperava que seus pais pudessem resolver o que fosse. Certo dia, enquanto fazia o dever de casa na cozinha, viu o exato momento em que sua mãe, que fazia o jantar, sentiu um mal súbito e já ia caindo ao chão. Ela viu rapidamente e correu para socorrê-la, seu pai não estava em casa naquele dia. Estava fazendo hora extra no serviço, então ela parou-a assustada, e puxou o telefone da bancada para ligar para emergência. Eles chegaram rápido, e as duas foram transportadas para o hospital central da cidadela. Ao chegar lá um dos médicos pediu que aguardasse na pequena sala de espera ao lado, inicialmente ela obedeceu. Eles passaram algumas horas fazendo exames em sua mãe, saíram apenas para avisá-la de que ela já estava acordada e logo teria alta.

Melina saiu da pequena salinha para beber água e consequentemente passou em frente a sala que estavam sua mãe e o médico, ela não era adepta a ouvir conversas escondida, mas se tratava de sua amada mãe. Ela parou furtivamente colocando o ouvido próximo a abertura da porta, foi quando ouviu as palavras do médico, que mudaram todo o sentido de sua vida.

– Senhora Marina, lamento informá-la que sua doença tornou-se terminal. Nas imagens consta que o Câncer espalhou-se por todo seus órgãos, não nos resta nada a fazer.

– Tudo bem doutor. Obrigada por tudo!

Respondeu-o sua mãe parecendo desamparada.
O mundo de Melina pareceu rodar, não era possível isso que havia escutado. Sua mãe sempre foi saudável, como poderia ter uma doença terminal do nada. Não, com certeza ouvirá errado. Ela começou a desesperar -se até que seu pai chegou de repente e a pegou espiando na porta. Não se preocupou com a bronca, nem havia reagido à chegada dele. Seu pai falava mas ela ao menos o ouvia, até que sua mãe saiu da sala com os olhos inchados e vermelhos. Quando olhou-a desmoronou não aguentando tudo que aquilo que o médico havia dito significava. Sua mãe e seu pai ampararam-na sem ter mais como esconder, ela passou a noite chorando ao lado deles naquele dia.

Os meses subsequentes foram de pura agonia, sua mãe parecia piorar consecutivamente, e não tinham mais soluções para sua doença. Vê-la daquela forma destruía pouco a pouco o coração de Melina. Quando finalmente chegou o dia de seu aniversário, ela não viu motivos para comemorar.

O desânimo recaiu sobre sua casa, seu pai ajudava a maior parte do tempo, porém vê sua amada esposa morrendo aos poucos pareceu ser demais para ele também, então passou a ficar mais tempo no trabalho. E para piorar as coisas na escola também não estava das melhores, sua amiga, quer dizer, aquela que achava ser sua amiga havia se afastado dela para não sofrer do mesmo ataque de bullying. Então ela estava mais sozinha que nunca. Aos dez anos de idade ela já tomava conta de sua casa e sua doente mãe, o pai só vinha provendo dinheiro. Dava desculpas de estar muito atarefado para não ter que lidar com o momento em que sua esposa acabaria morta dentro de casa. Melina sentia mágoa por ele estar agindo de tal forma, mas não o culpava, ela sentia-se ainda pior, afinal era sua mãezinha.

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