Capítulo 28 - Nasghar, o reino sombrio

13.2K 1.1K 104
                                    

Enquanto subimos para o andar de cima, onde ficar o quarto. Me vem uma curiosidade de saber onde estamos, apesar de ter certeza que estamos no inferno, isso é óbvio. Já estou cansada desse vai e vem. Uma semana no inferno, uma semana no céu, isso está se tornando cansativo.

-- Estamos em que parte do inferno? - pergunto mesmo sabendo que não vou conseguir me localizar aqui. Não conheço nada no inferno e nem quero conhecer.
-- Nasghar, o reino sombrio - disse Asmodeus. Lembro que um dia Belial me disse que cada parte do inferno era governada por um demônio. Será que Belial tem um parte só sua? Pergunto-me.

-- Nasghar é seu? - pergunto meio que já sabendo a resposta.
-- Sim é meu - diz ele não prestando muita atenção em mim.
-- Este é seu castelo? - pergunto também já sabendo a resposta. Estou perguntando mais para ter o que falar do que para saber.
-- Você faz muitas perguntas - diz ele e para em frente a uma porta -- Mas sim, é meu castelo, o castelo sombrio - diz Asmodeus voltando a olhar para mim depois ele abre a porta.
-- Entra - eu olho para ele e entro. Quando vejo como é lá dentro escapa um grito de horror da minha garganta. Eu recuo espantada. O quarto é cheio de pinturas aterrorizantes no teto e nas paredes. Algumas são pintadas de vermelho que eu suspeito ser sangue. As pinturas retratam pessoas mortas em rituais satânicos.  Em uma parede vejo demônios em volta de uma mulher que está sendo violentada depois de morta, seus olhos não estão mais no rosto e sim na boca de um dos demônios, um de seus braços pende para um lado segurado apenas por um fio de carne, as pernas dela estão abertas em uma posição macabra enquanto um demônio está no meio delas a estuprando. As outras paredes também tem pinturas desse tipo, todas retratando cenas de morte. Tem uma que tem um bebê recém nascido sendo engolido por um demônio e várias outras pinturas macabras. As pinturas do teto são diferentes, essas são apenas imagens de demônios. Demônios de todo tipo, em forma de homem, de animal e de monstros. Eles são horríveis e parecem que estão vivos olhando para mim. Percebo também que em nada canto do quarto tem estátuas, elas sem parecem com gárgulas só que mais feias. São tão aterrorizantes que eu não consigo fixar meu olhar muito tempo nelas.

Olho para Asmodeus a procura de que ele esteja brincando na idéia de me deixar nesse quarto, que ele só está querendo me assustar, que realmente não vai me deixar nesse quarto. Mas quando vejo seu olhar, sei no mesmo momento que ele vai me deixar aqui.

-- Você não pode me deixar aqui! - digo. Ele olha para mim e seus olhos estão sombrios, há maldade nele. Ele senti prazer em me causar medo.
-- Posso e vou, - diz e me empurra para dentro. -- Agora entra - diz ele me forçando a entrar. Começo a me debater e gritar, mas nada disso funciona. Ele empurra-me mais forte, e quando estou totalmente dentro do quarto ele me tranca.
-- Asmodeus não me deixa aqui! - grito tão alto quanto posso -- Abre a porta seu cretino! Me tira daqui! - continuo gritando. -- Por que está fazendo isso? Eu não fiz nada! Mas que droga! - grito.

Ouço um barulho do outro lado da porta. Será que ele ainda está do outro lado me ouvindo?
-- Asmodeus por que está fazendo isso? - exijo aos gritos. Ouço um barulho e em seguida sua voz.
-- Você não me teme, princesa. Mas a partir de hoje vai temer. - Asmodeus diz do outro lado da porta, mas antes que eu consiga responder ouço seus passos se afastando da porta.
-- Volta aqui seu desgraçado! Maldito seja você! - grito e bato na porta ao mesmo tempo. Não há resposta. Ele foi embora.

Olho ao redor do quarto e cada dele centímetro me da medo. Percebo que meus olhos estão marejados mas recuso-me a chorar, eu já chorei em duas semanas o suficiente para toda uma vida. Vou caminhando para a cama e me sento no meio dela, encosto-me dobro meus joelhos. Apoio minha cabeça nos joelhos e com a mão os abraço. Não agüentarei ficar muito temo aqui, esse é o tipo de lugar que pode levar qualquer pessoa a loucura. Parece mais um centro de magia negra do que um quarto. Só faltam apenas algumas horas para amanhecer, deduzo eu. Quando saí do palácio dos anjos era madrugada, umas três da manhã, então pelo tempo que eu cheguei e que estou aqui, já deve ser mais tarde e daqui a pouco deve amanhecer.

Arrisco olhar as pinturas do quarto novamente, elas parecem está saindo da parede, mexendo-se para mim. Os demônios parecem que estão todos virando seus olhos para mim. Fecho os olhos bem apertados e repito comigo mesma 'Já vai amanhecer.' ' você é forte Melanie, consegue passar por isso'. ' não se preocupe, eles não vão te fazer mal . Se Asmodeus te quisesse mal ele mesmo teria feito. Ele só quer te amedrontar'. 'não se preocupe já vai amanhecer logo logo, mas você tem que se manter tranquila enquanto isso não acontece'. 'Firme'. 'tranquila'.

-- Firme, tranquila - digo para mim mesmo -- Nada vai me acontecer, nada. E quando abro os olhos e olho ao redor do quarto estou mais confiante.
-- É isso aí, Melanie. Firme e tranquila. - digo calmamente. E por um instante penso que posso agüentar até amanhecer. Mas tudo muda quando vejo pelo canto do olho as gárgulas se mexerem. Toda calma evapora de mim e tudo que consigo fazer é gritar. Estou paralisada.
-- Parem, parem, por favor! - grito. As gárgulas param de se mover e eu fecho os olhos e quando os abro novamente elas estão em seus lugares como se nunca estivessem saído de lá.

Eu não quero olhar para as coisas que tem nesse quarto novamente, mas meus olhos me traem. Quando olho para o teto os demônios que ali estão sorriem para mim, olhos sombrios, sorrisos diabólicos. Estou tremendo de medo e não sei como parar. Percebo que o resto da noite vai ser longa...

Oiee gente! Perdoem-me por não ter publicado ontem, mas eu não tive tempo. Mais aí está outro cap para vcs. Talvez eu escreva outro daqui a pouco bem cedinho Kkk agora vou dormir porque já é madrugada e estou morrendo de sono. Espero que gostem do cap. Boa madrugada pra vcs!

Beijooos da Annie!
Até mais, baby's!

   (votem e cometem muitoo)

 A Filha Do SubmundoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora