Capítulo 7 - O banquete

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   Tem muitas pessoas olhando para mim, e nenhum delas me é familiar, claro que não é, eu nunca estive no inferno! Lúcifer vem caminhando em minha direção, para ao meu lado e me dá um sorriso deslumbrante que eu não consigo retribuir, em seguida diz:
-- Você está linda, Princesa.
-- Preferia que me chamasse apenas de Melanie. - digo sem ao menos agradecer o seu elogio.
-- Como queira, Melanie. - diz ele com uma voz encantadora, mas que não me engana, afinal, ele é o príncipe do inferno, não pode haver nada de bom nele. Então, ele se vira para as pessoas que estão nos olhando e diz:
-- Está é a princesa Melanie, minha filha. - ele fala com a voz um pouco alta para que todos na sala o escute bem. Então ele vira pra mim e diz:
-- Desculpe por ter usado o 'princesa' novamente, é que na frente dos seus súditos você vai ser chamada assim, desculpe. - ele falou tão baixinho que só eu pude escutar.
-- Eles não são meus súditos, são seus. Eu não quero nada seu, apenas que me deixe ir embora. Isso tudo é uma palhaçada, como se eu quisesse está nesta merda de banquete! - digo a última frase alta demais e quando percebo, todos já estão nos olhando. Lúcifer olha para mim com o rosto contorcido de ódio.
-- Mais uma dessas e você se verá comigo. - ele diz baixo e por entre dentes para que só eu escute, então, se vira para a multidão e diz:
-- O jantar está servido, tomem seus lugares.

   Nos encaminhamos para a mesa de jantar, Lúcifer ao meu lado esquerdo e Fiorella ao meu lado direito, continuamos assim até chegar a mesa, quando Fiorella se sentou em uma cadeira quatro lugares depois do meu, Lúcifer sentou ao meu lado esquerdo, ao meu lado direito sentou-se um desconhecido, mas a minha frente... sentou-se Belial, é, ele mesmo, aquele cretino arrogante. Ele deu um sorriso para mim e...
-- Olá, Princesa! - o cretino está me chamando de princesa só para me irritar, filho da puta!
-- Olá, Belial. - digo seu nome com o mesmo tom que ele usa quando me chama de princesa e isso o fez rir.
-- Vejo que procurou saber sobre mim. - diz ele, e nisso ele me pegou, eu não tenho nenhuma resposta inteligente para lhe dar então fico de boca fechada e apenas o encaro... para minha salvação os garçons aparecem e colocam meu prato a minha frente na mesa, colo meus olhos na comida e acabo esquecendo  Belial, que percebo pelo canto do olho que ele está olhando para mim, mas eu não vou olhá-lo novamente, ele sempre tem alguma coisa arrogante para dizer que me deixa sem palavras.

  O resto do jantar vai se arrastando, meu Deus, quanta demora para isso acabar. Todos na mesa estão conversando, menos eu, queria que Fiorella estivesse sentada ao meu lado isso me deixaria mais confortável com essa situação, não que a Fiorella seja minha amiga mas ela é o mais próximo disso, aqui é claro. Quebro minha promessa de não olhar para Belial e quando o olho ele está conversando com o homem seu lado, Lúcifer também está falando com uma mulher... ninguém fala comigo por mais ou menos meia hora e eu estou morrendo de tédio, estou com ódio desse lugar, estou morrendo de saudades da minha mãe, e pela primeira vez desde que cheguei aqui estou com muita vontade de chorar por tudo que está acontecendo, mas me seguro não querendo chorar na frente de toda essa gente que não conheço, isso seria uma humilhação. Sem muita escolha depois de muito tempo me segurando para não chorar uma lágrima escorre pelo meus olhos... levanto a cabeça urgentemente para ver se alguém está me vendo chorar e então capturo o olhar de Belial em mim, um olhar curioso de quem pergunta 'que foi?' não um que foi arrogante mais sim um 'que foi' de interesse no assunto, nossos olhares ficam preso um no outro e... Trin trin trin, Lúcifer se levanta segurando sua taça e batendo nela de leve com um garfo. Todos se calam e ele continua.
-- Queria fazer um brinde a minha filha Melanie que voltou para casa, estou feliz que você esteja aqui Mel. - ele diz e isso foi a gota d'água para mim, como ele pode agir como se eu estivesse aqui por própria vontade? Ele é tão cretino assim? Ele não vê que me sequestrou?... Então antes que eu pare para pensar, levanto-me e já dizendo aos gritos:
-- COMO VOCÊ PODE AGIR ASSIM? EU NÃO VOLTEI PARA CASA, AQUI NÃO É MINHA CASA, VOCÊ ME SEQUESTROU E ESTÁ AGINDO COMO SE EU ESTIVESSE AQUI POR PRÓPRIA VONTADE, VOCÊ É UM CANALHA! - digo e todos que estão na mesa olham para mim com espanto e alguns até horrorisados e sinceramente eu não ligo, Lúcifer se vira para mim com as feições de pintadas de um ódio maligno e isso me deu medo então percebo que estou chorando, o olhar de Lúcifer é tão penetrante e cheio de ódio e rancor que faz eu me arrepender por ter dito isso... E de repente ele levanta a mão e me dá um tapa na cara, o impacto é forte e doloroso mas eu não caio, eu ponho a mão no meu rosto dolorido e continuo olhando-o, quem ele pensa que é para me bater? O ódio que sinto por ele só faz crescer mais e mais...
-- Você ainda não tem noção de quem eu sou, menina? Você não ouse falar assim comigo de novo nunca mais e...
-- Vá se foder, apenas isso, você não tem o direito de me bater! Você não é meu pai, você é um monstro, isso o que você é! - digo o interrompendo o que o deixou com o ódio redobrado, ele levanta a mão para me dar outro tapa, mas uma pessoa joga seu corpo entre mim e Lúcifer, é Belial, ele encaro Lúcifer por um momento e depois ele vira para mim e fala:
-- Vem, vamos sair daqui. - eu não respondo então ele pega minha mão e me tira do salão...

Oi, amores! Postarei mais dois capítulos hoje. Cometem aí o que estão achando e se estiverem gostando votem. Beijoooos da Annie.

Até mais, baby's!

 A Filha Do SubmundoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora