o coreano assentiu de imediato e quase correu até a cama, ajudando a imobilizar seu braço para emerson levantar a manga do seu moletom e inserir a agulha, toda a área daquele braço estava marcada por outras aplicações e heung-min sentiu seu peito pesar- o que raios estava acontecendo com ele? talvez fosse egoísmo da sua parte admitir que não tinha nem considerado o estado que o brasileiro estava depois de acordar do coma, na sua mente, ele estava bem e só aproveitando a mais nova liberdade que tinha conquistado, mas não se deu ao trabalho de se preocupar de considerar outra possibilidade.

alguns minutos depois que o conteúdo da seringa estava no seu corpo, richarlison relaxou de uma vez, toda tensão e expressão de dor desaparecendo e sua respiração aos poucos voltava ao normal. era como se todo aquele desespero nunca tivesse acontecido.

"vem." sussurrou e se levantou devagar da cama indo em direção a porta. olhou o rapaz deitado na cama e mordeu os lábios, precisou se forçar a desviar sua atenção de volta para emerson e o acompanhar.

haeun acompanhou tudo da porta, ainda abraçada as folhas de desenho, e son suspirou. não gostava de tê-la vendo esse tipo de coisa, se fosse por ele a pouparia de tudo de ruim, infelizmente, não era poderoso o bastante pra isso. emerson fechou a porta do quarto e caminhou até a sala, se jogando no sofá cheio de almofadas e cobertores fofos com um suspiro cansado.

"ah, charlinho teimoso!" balançou a cabeça e se sentou melhor no assento, cruzando as pernas e puxando um dos travesseiros para si. "obrigado pela ajuda, son, ele provavelmente deu um trabalho, né? sempre digo pra ele ficar em casa."

heung-min riu sem muito humor, ajudando haeun a sentar-se no sofá enquanto ainda estava com os braços ocupados. quando ela se acomodou no assento, sentou-se também, as milhares de perguntas estavam vagando pela sua mente, mas separou a mais simples primeiro.

"o que... o que aconteceu com ele?"

"ah, isso." emerson suspirou como se temesse que essa pergunta fosse feita. "depois que ele acordou do coma teve vários problemas de saúde. os remédios que usaram pra manter ele desacordado acabou deixando o corpo dele viciado, estamos tentando lidar com os sintomas da retirada, mas é complicado ainda."

"e ele vai demorar muito pra melhorar?"

"ah son, essa é a versão dele com muitas melhoras." sorriu fraco, olhando para o teto por alguns segundos, provavelmente se perdendo em memórias. "você não ia querer ver ele na primeira semana, foi desde alucinações até enjoos, pesadelos, não conseguia comer, mal conseguia andar, totalmente desorientado. era um pesadelo vê-lo assim e não ter como ajudar."

heung-min assentiu, apesar de não ter visto pessoalmente tudo que ele descreveu, sabia que emerson não era de exagerar ou ser dramático. olhou na direção do quarto discretamente, sentia um peso no peito só de saber o que richarlison estava passando, ele provavelmente era uma das últimas pessoas que que mereciam aquilo tudo.

"eu realmente sinto muito por ele." era sincero, torcia para que emerson percebesse isso.

umas das coisas que se perguntava era como o mecânico estaria reagindo a tudo isso, afinal perdeu o amigo uma vez, recebeu um andróide dele, descobriu todas as loucuras que fizeram com ele por dois anos e agora perdeu esse andróide e recuperou o amigo de novo. não deveria ser fácil viver esse caos tão de perto e permanecer firme como ele.

"o richy falso... vai ficar bem então?" haeun murmurou, fingindo soar desinteressada enquanto brincava com as folhas no seu colo. emerson riu e se aproximou dela o bastante para bagunçar os cabelos dela.

"vai sim, haeun," confirmou com o máximo de segurança possível, o bastante para até son se sentir mais aliviado. "inclusive não vai me dar um abraço? eu senti sua falta!"

to be destroyed ✥ 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora