parte iii

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olá galerinha, como vão?

obrigada pela boa recepção do último capítulo e todos os comentários gentis de vocês, fazem sempre meu dia! essa história é particularmente interessante de escrever e eu amo fazer o sonny papai, gente!! não tem sentimento melhor! :')

mas eu espero que gostem desse capítulo e qualquer coisa eu estou sempre disponível no twitter, @/ Lunna_Mrs! 

tenham todos uma boa leitura ♥♥


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heung-min ergueu os olhos para o relógio digital grudado na parede com fita— meia noite e quarenta e cinco.

a madrugada no distrito tottenham era fria, como sempre, os aquecedores gerais só ficavam ligados até às dez horas da noite, depois disso cada um que contasse com os aquecedores da sua própria casa. son arrumou a coberta mais pesada sobre o corpo da sua filha de maneira que mesmo que ela se mexesse a noite inteira não estaria exposta ao frio; ele precisava comprar um aquecedor. o único que tinham havia quebrado ano passado e entre comida e calor a decisão foi mais fácil do que gostaria, não que a lata velha que costumavam ter fosse muito útil, mas sem ela ainda era pior. haeun felizmente tinha uma boa resistência ao frio então estava toda esticada na cama de casal que eles dividiam, quase metade do colchão era só dela.

sua casa não era muita coisa, um cubículo com uma cama, um pequeno armário para roupas, um banheiro e uma área para cozinhar— chamar de cozinha parecia demais. encarou os brinquedos no chão, meio velhos e quebrados demais para uma criança, e se abaixou para recolhê-los. sempre que haeun dormia e a casa era tomada por um silêncio sepulcral ele se pegava pensando demais. se perguntava onde estaria se ela não existisse, se estaria vivo até agora ou morto numa zona de guerra qualquer, se estava fazendo um bom trabalho como pai, se ela estava feliz, se ela gostaria de ter outro pai que não fosse ele... eram tantos se que chegavam a sufocá-lo.

colocou todos os itens numa caixa de plástico e fechou a tampa. talvez nem toda organização do mundo seria o suficiente para mascarar o quão horrível era aquela casa. suspirou pesado, cansado depois de um longo dia, como fazia sempre— precisava fazer melhor amanhã.

"está tudo bem?" o andróide se aproximou de onde ele estava, a caixinha de lápis de cor de haeun nas mãos, richarlison abaixou na frente dele e o entregou o objeto, son o guardou na caixa junto com os outros brinquedos.

o coreano não respondeu de imediato, agora que sua filha não estava acordada para lhe tirar a atenção conseguiu dar uma boa olhada no outro. por mais que fossem do mesmo tamanho, richarlison parecia maior e mais alto, o cabelo curto platinado vinha da raíz, nunca cresceria na cor natural dele, os olhos eram algo surreal, tão realistas que son conseguia se ver refletido neles, as tatuagens que conseguia ver no braço eram de desenhos animados antigos — desenhos da antiga terra — e ele se perguntou se teria mais pelo seu corpo. sempre que olhava demais para o andróide subia uma curiosidade sobre quem era o original, o verdadeiro, richarlison.

aquele cérebro sintático era extremamente fiel ao real, sabia disso, mas era estático nunca se desenvolveria para além daquilo.

em vários momentos durante o dia ele se perguntou o que faria naquela situação. diante da situação bizarra era impossível não pensar e se fosse ele o transformado em andróide sem saber e então descartado? a pergunta não foi feita, mas a curiosidade com certeza pairava: há quanto tempo ele estava nesse estado? richarlison não parecia ter mais de vinte e poucos anos, mas era fácil replicar alguém na sua melhor forma e fase mesmo depois de décadas.

to be destroyed ✥ 2sonUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum