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Todos estavam tomando café da manhã como se nada houvesse acontecido. Ainda assim, Pain parecia transtornado e S/n reparou. Assim que olhou para ele, que a encarou de volta, viu que o irmão tinha uma expressão vazia de qualquer coisa que não fosse a dor.

Depois, o olhar dele foi para Madara. Parecia destilar ódio pelo moreno. O mesmo ocorreu quando encarou Obito. Konan também viu, pois colocou a mão por sobre a dele e apertou de leve, o fazendo se acalmar um pouco.

Madara e Obito também perceberam aquilo, e Deidara era o único que apenas comia quieto, sem ter qualquer noção da estranheza do que aconteceu.

E nas mentes dos que tinham percebido, só se passava uma coisa: "Ele sabe".

E não pareceu ter gostado.

Quando o café da manhã acabou, foi direto para sua sala sem falar com mais ninguém.

S/n quis vê-lo. Bateu na porta e adentrou o local, o encontrando sentado com uma mão sobre o rosto.

— Eles te obrigaram? — Foi só o que falou, a assustando um pouco.

"Então ele sabe mesmo" — Pensou.

— N-não. Ninguém me obrigou a nada. — Sibilou a resposta, arrancando um suspiro do irmão.

— Então por que fez?

— Porque eu quis fazer.

— Chame Obito e Madara, por favor. Quero falar com eles. Você e Deidara deviam descansar.

— O que vai fazer, irmão?

— Sinceramente? Acho que não posso fazer nada. Se pudesse voltar no tempo e me impedir de deixar Obito se tornar seu noivo, eu o faria. Esse casamento arranjado foi a pior coisa que eu fiz com você. Me desculpe.

Ela havia ficado furiosa por conta daquilo, em um passado não tão distante. Ainda assim, agora, não via como aquilo podia ser tão ruim assim. Na verdade não via como sendo nada ruim.

— Não fale com eles. Estamos bem. Foi tudo consensual.

— S/n, quando eu te dou ordens, estou falando como o líder da Akatsuki e não como seu irmão. Sinto muito, meu doce, mas você vai fazer o que eu mandei. Chame Obito e Madara e os faça vir aqui. — Sua voz grave ditou a ordem, a irritando um pouco.

A garota suspirou, assentindo. Se ele quisesse falar, que falasse.

— Pense com cuidado, tá? Eles são importantes para a gangue. Espero que não queira arranjar problemas com os dois por causa de algo assim. — Ela falou, antes de sair da sala dele e fechar a porta.

"Algo assim?" — Ele pensou. Para o ruivo, aquilo era extremamente importante, pois era sobre ela que falava, e ela tinha uma importância extremamente elevada para ele.

Nada no mundo era maior que seu amor pela irmã, e nada nunca seria. Tudo o que fez, tudo o que foi e é, ocorreu para que fosse capaz de protegê-la, e ver algo assim acontecendo debaixo de seus olhos o revoltou de maneira horrível.

Não demorou até que os dois Uchihas adentrassem a sala.

— O que quer, Pain? — Madara questionou, não muito interessado.

— Obito... — O ruivo murmurou, ignorando o Uchiha mais velho — É dessa forma que cuida da sua noiva? A dividindo por aí como se fosse um objeto a ser compartilhado?

O Uchiha mais jovem estreitou as sobrancelhas, imediatamente se irritando.

— É assim que pensa que eu a vejo?

— E não é o que faz? Primeiro foi Deidara. Tudo bem, ele tem uma idade próxima à dela e já demonstrou amá-la. Eu posso lidar com isso. Acho que ele seria melhor para ela do que você, inclusive. Mas agora, ele? — Apontou para Madara — Ele obviamente não a ama. Todos sabemos com quem ele queria estar junto, e não pode porque aparentemente não é correspondido. E você simplesmente o deixa descontar as frustrações nela?!

Prisioneira? +18Where stories live. Discover now