(Vol. III) Ano II p.e. ⎥ Cavalo de Tróia.

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— Ei, mocinha, é melhor você não se agitar muito. — Advertiu esticando suas mãos até me tocar e tentando me fazer deitar de novo.

— Foi tudo um sonho, não foi? — Perguntei ao me deixar ser deitada. — Eu levei uma facada da Big Tina e fiquei em coma durante todos esses dias? Sonhando com um apocalipse zumbi e com... — Olhei para o teto amplamente branco ao me sentir em choque. — Oh meu Deus, Daryl... — Sussurrei angustiada pela simples ideia de nunca o ter encontrado. — Ainda estamos em Jackson? — Encarei a mulher com olhos desesperados.

— Querida, me deixa te explicar algumas coisas. — A mulher sorriu gentilmente e verificou o cateter de soro que estava preso em uma veia da minha mão. — A bala que acertou você foi de raspão, mas se você não ficar quieta você pode ter uma infecção. — Tentou me acalmar.

Levei minha mão até a cintura e senti o enorme curativo feito de bandagem que estava ali.

— Aonde diabos eu estou? O que está acontecendo? — Questionei com expressão de dúvidas ao acreditar que toda a minha teoria do sonho estava completamente errada.

— Não posso te dar essas informações. — A mulher suspirou com pesar. — Mas ele pode. — Gesticulou para trás e rapidamente me permitiu ver Merle entrando naquele quarto com um enorme sorriso satisfeito.

— Ora, ora, ora! Você é dura na queda, não é mesmo? — O Dixon comentou em tom de deboche enquanto a médica saía daquele quarto e nos deixava sozinhos após fechar a porta.

— Vejam só, se não é o meu demônio favorito! — Comentei ao ficar novamente sentada e me encostar na cabeceira da maca para não sentir outra fisgada.

Merle puxou uma das cadeiras de madeira de um canto do cômodo e a colocou bem ao lado da minha cama. Sentando-se nela com o seu encosto virado para frente e suas pernas abertas. O movimento acabou me fazendo analisar mais de perto a prótese bizarra que ele tinha em sua mão decepada.

— O quê? Gostou dela? — Perguntou sacudindo aquela navalha presa na prótese como um Capitão Gancho. — Eu encontrei esses caras quando consegui escapar daquele prédio. Eles me ajudaram e me deram isso. Legal pra cacete, não é? — Contou usando um tom meio sarcástico.

— Bem útil, se você gostar de pão com geleia. — Debochei pendendo minha cabeça. Merle soltou um riso rápido muito seco. — Falando sério agora, Merle, aonde diabos você me trouxe? — Perguntei preocupada ao perceber que aquele cômodo não havia janelas nas quais eu pudesse ver o lado de fora.

— Para um acampamento! — Respondeu abrindo seus antebraços apoiados como se fosse óbvio. — Você disse que não tinha um, certo? Achei que ia gostar da surpresa. — Deu de ombros sem quaisquer problemas. — Surpresa! — Debochou sorrindo mais.

— Náaah, eu prefiro continuar sozinha, obrigada! — Dispensei ao franzir o meu cenho com desconfiança.

— Mesmo? Por que não foi bem isso o que eu ouvi por aí. — O loiro apontou tornando a sua expressão um tanto maldosa. — Pelo o que eu soube, você e o meu irmãozinho caçula estão por aí, juntinhos, rolando pela grama e balançando as moitas, hãm? Não é isso? — Apontou de modo quase ameaçador.

Meus olhos se estreitaram levemente pelo baque da surpresa. Não fazia ideia se Glenn ou Maggie haviam contado alguma coisa, mas isso com certeza mudava os planos. Porém, tentei abrir um sorriso irônico novamente e continuar com a minha pose sarcástica como defesa.

— Ah é? E aonde você soube disso? Nas cartas de tarot? — Debochei soltando um riso rápido. Merle acabou me acompanhando rápido no riso apenas como uma provocação.

— Eu conheço você, pombinha. — Continuou em tom sombrio enquanto o seu sorriso perdia a diversão. — Eu sei que você tenta dominar a cabeça do meu irmão há um bom tempo, mesmo antes dessa merda estourar na nossa cabeça. Torná-lo um "homem de família". Trabalho das nove às cinco. Contas pagas pra madame tomar o seu vinho. A porra de um maricas. E eu também sei... — Ele se curvou mais apenas para se aproximar de forma ameaçadora. — ...Do poder que você acha que tem nas suas palavras. Principalmente, das palavras "dessa boca" entre suas pernas! — Ameaçou com um sorriso maldoso enquanto me olhava intensamente. — Mas nós dois sabemos o que tem aí dentro, não é? Debaixo de toda essa embalagem bonita de garota sulista...

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Where stories live. Discover now