(Vol. II) Ano I p.e.│ Rodovias.

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A estrada de asfalto estava vazia e rodeada de uma floresta densa

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A estrada de asfalto estava vazia e rodeada de uma floresta densa. Lori estava dirigindo enquanto eu permanecia sentada no banco de passageiros ao seu lado. O sol estava se preparando para dar lugar a lua e nós duas sabíamos que era uma corrida contra o tempo, chegar na cidade antes que a noite caísse.

— Qual entrada nós temos que fazer depois da dezesseis? — Lori perguntou sem tirar os seus olhos da estrada. Eu tinha o mapa em minhas mãos e encarava as linhas coloridas de maneira concentrada. Tentando entender exatamente como o pedaço de papel funcionava.

— Ahmmm... — Gemi em dúvida sem desviar meus olhos do papel. — Eu acabei de descobrir uma coisa engraçada. — Olhei para a mulher com uma expressão totalmente tranquila e derrotada. — Eu não sei ler mapas! — Avisei dando um sorriso no canto dos lábios ao entregar o mapa em sua direção. Lori acabou rindo de escárnio.

— Ok. Nós estamos na dezesseis. — Apontou observando o mapa e eu me curvei levemente em direção ao volante em que ela apoiava o papel dobrado. Porém, o movimento era contido pelo cinto de segurança que eu usava. — Se nós pegarmos a segunda entrada à direita... — Começou como se precisasse me explicar.

Lori voltou seus olhos para a estrada e um arfar desesperado escapou por seus lábios. Eu voltei a olhar o para-brisas quando senti a mulher pisar no freio com muita força e os pneus gritaram, mas não consegui distinguir muitas formas quando vi apenas uma coisa muito escura e pesada bater contra o carro, despedaçando o vidro, para então a explosão assustadora me deixar totalmente surda.

Era uma sensação muito esquisita. Em minha mente, parecia que eu havia apenas piscado muito rápido. Apenas fechado e aberto os olhos em segundos. Mas isso não era possível. Afinal, tudo estava escuro e a noite já havia caído do lado de fora daquele carro.

Senti meu corpo pendurado e tentei me lembrar da última coisa que tinha acontecido. O carro. Lori pisando no freio. Alguma coisa batendo contra nós e então o escuro. Não fazia muito sentido, mas me dava uma noção de contexto: Nós tínhamos sofrido um acidente.

Tudo estava escuro demais. Silencioso demais. A não ser pela seta amarela do automóvel, que ainda estava ligada e iluminava a estrada a cada dois segundos. Era o suficiente para me deixar entender que eu estava pendurada por culpa do cinto de segurança; que o carro estava totalmente virado no meio fio da estrada e Lori ainda estava desacordada no banco ao meu lado.

— Lori! — Chamei baixo tentando descobrir se a mulher estava bem. Eu sabia que estaria completamente destruída se por acaso ela estivesse morta. Ou perdesse o bebê. Oh, meu Deus! O bebê! — Lori! — Chamei mais alto enquanto tateava o meu quadril, em busca da minha faca.

Tive dificuldades para conseguir puxar a faca, mas consegui trazê-la até o cinto que me prendia. Coloquei o meu pé contra o painel do carro, agora virado de perfil, e o outro pé no encosto do banco de Lori. Eu não podia cortar o cinto e simplesmente cair como uma pedra em cima da mulher.

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Where stories live. Discover now