(Vol. III) Ano II p.e. ⎥ Semeando o verão.

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O verão acalmava a vegetação da floresta como um beijo quente

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O verão acalmava a vegetação da floresta como um beijo quente. Apesar das constantes chuvas desavisadas, atravessar um estado inteiro em uma temperatura amena era muito melhor do que a neve depressiva do inverno. Ainda mais para nós que estávamos em movimento o tempo todo.

Longos meses haviam se passado desde a fatídica noite dos mortos-vivos na fazenda Greene. Não sabia exatamente quanto tempo estávamos na estrada, pois acabei desistindo de contar os dias, porém sabia que estávamos alcançando quase os nove meses assim. Afinal, a barriga de Lori cada vez mais próxima de dar à luz nos mostrava isso claramente. Talvez uns sete ou oito.

Demoramos um bom tempo para nos recuperar, principalmente porque seguíamos em frente o máximo que podíamos com o pouco que conseguíamos. Rastreando áreas e mapeando zonas seguras. As separando das perigosas. E mesmo conseguindo organizar um padrão de rotina eficiente, ainda não tínhamos conseguido o principal: um lugar seguro para descansar por mais de três dias.

Atravessar um inverno rigoroso sem um abrigo decente foi surreal. Houve alguns momentos que acreditei que provavelmente perderia alguns dedos pelo frio. Entretanto, não poderíamos reclamar de tudo. O frio fazia os errantes se tornarem mais lentos e letárgicos. E isso ajudou bastante durante um tempo.

Porém, tudo agora não passava de árvores verdes estrondosas, poucos animais nativos correndo de um lado para o outro em constante trabalho, o som de cigarras nas árvores, uma temperatura beirando do calor insuportável para o clima ameno e chuvas espaçadas uma vez ou outra. Além dos mordedores em total ativa.

O rifle em minhas costas já não era mais de Dale. Ainda era o mesmo objeto, mas agora ele me pertencia. Eu havia entalhado a letra "H" por toda parte da madeira em uma noite tediosa. Isso o transformou em um souvenir personalizado. E em minha coxa direita estava uma bainha de couro guardando uma faca Muela que havia sido encontrada em uma casa de fazenda nos arredores do bosque ao sul. Assim como também a jaqueta camuflada de caçador que agora eu utilizava amarrada na cintura por culpa do calor.

Tudo o que eu conseguia ouvir naquela mata eram os barulhos característicos de grilos, cigarras e o coaxar de sapos. Isso significava que havia uma fonte de água muito próxima. E aquela era apenas uma das várias coisas que eu já havia aprendido durante os meses na estrada.

Estávamos nos movendo há muito tempo e eu tentava utilizar aquele espaço temporal para aprender e evoluir com todas técnicas de sobrevivência possíveis. Eu havia feito uma promessa pessoal que conseguiria me manter viva à todo custo, sozinha ou não; e eu cumpriria aquela promessa.

O homem que caminhava à minha frente ainda exibia aquele colete com asas angelicais quase como se fosse uma assinatura. A única coisa que havia mudado era o uso da aljava que ele mantinha em suas costas. E já fazia um longo tempo em que ele se mantinha em total silêncio, apenas observando atentamente cada mínimo detalhe da floresta como se ele conhecesse o ambiente como a palma de sua mão. Sempre com a balestra inseparável permanecendo empunhada na frente do seu peito ao estar preparado para qualquer coisa que surgisse.

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Onde as histórias ganham vida. Descobre agora