(Vol. II) Ano I p.e.│ Delírios desentendidos.

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Dale despejou a água fervente de dentro do bule para dentro de cada tigela contendo o macarrão instantâneo, que ao todo eram três

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Dale despejou a água fervente de dentro do bule para dentro de cada tigela contendo o macarrão instantâneo, que ao todo eram três. Eu havia assistido ao velho bule começar a ferver em cima do pequeno fogão de acampamento improvisado em frente ao trailer e facilitei o trabalho do homem idoso ao separar cada recipiente lado a lado perto do fogareiro.

Coloquei os talheres respectivos em cada tigela e escolhi apenas uma para carregar comigo até a sombra que a lateral do trailer fazia no asfalto. O sol da Georgia estava fervendo a estrada como um caldo e eu tinha plena certeza que, se um ovo caísse naquele pavimento, provavelmente ele fritaria.

Me sentei sobre um balde de metal que agora fazia o papel de banquinho e tratei de mexer o macarrão na tigela repetidas vezes ao esperar que ele cozinhasse por completo. A má notícia era que a massa instantânea estava vencida há meses, entretanto a boa notícia era ter algo para comer.

T-Dog estava sentado em cima de um caixote de plástico resistente o bastante para aguentar o seu peso. Os seus cotovelos estavam apoiados sobre seus joelhos flexionados e os seus olhos pensativos pareciam exaustos e distantes, encarando o nada de forma hipnotizada. Já fazia um longo tempo que o homem não dizia uma palavra.

Após alguns instantes, Dale se juntou a nós debaixo daquela sombra trazendo os dois últimos recipientes e tentando entregar um deles nas mãos de T-Dog, que logo recusou. Por isso o velho apenas se sentou em um balde de ferro idêntico ao meu, bem ao lado do mais novo e de frente para mim. Nos fazendo formar um pequeno círculo camarada e deprimente do fim do mundo.

— Precisa comer alguma coisa, T-Dog. Ou não vai aguentar a viagem. — Dale repreendeu o outro quando colocou a sua tigela próximo ao seu pé, na esperança que o homem decidisse comer.

— Não estou com fome. Não estou com vontade de comer essa comida mofada. — Ele reclamou com expressão emburrada e nervosa. Eu notei quando Dale franziu o seu cenho de maneira confusa ainda mexendo o macarrão cozinhando em sua tigela.

— Você está bem? — Eu perguntei ignorando o mau humor do homem. Havia alguma nuance estranha em seu rosto fechado. Porém T-Dog não respondeu uma única palavra por um longo tempo.

— Por favor, Theodore, não ignore essa pergunta! — Dale foi um pouco mais duro.

— Esse maldito ferimento está doendo, ok?! — Ele respondeu com exaltação ao falar sobre o seu braço aonde tinha um grande machucado e um curativo precário feito por mim e Dale. — Doendo de um jeito insuportável! — Reclamou mais irritado.

— Ok, deixe-me ver... — Dale deixou a sua tigela no chão ao lado e rapidamente pegou o braço do amigo para examiná-lo por um momento.

E antes que pudéssemos sentir a repulsa da aparência grotesca que aquilo estava se tornando, o homem mais novo apenas puxou o braço de volta enquanto gritava de dor genuína.

— T-Dog! Isso está virando uma infecção! — O idoso apontou sabiamente, ao passo em que eu assoprava um pouco de macarrão antes de comê-lo. Parecia mais fios de isopor. — Suas veias estão ficando sem cor. Se continuar assim você pode morrer! — Alegou como uma leve justificativa.

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Where stories live. Discover now