STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●

(Vol. II) Ano I p.e.│ De volta.

Os dias iam se passando sem que eu os contasse, ou tentasse me concentrar. Tudo estava passando de forma tão automática que eu quase podia me sentir fora do meu próprio corpo.

Shane organizou uma aula de tiro para treinar todos no acampamento. Eu participei.

Lori continuava cozinhando as refeições enquanto eu a ajudava.

Carol seguiu os seus dias verificando a rodovia ao procurar por Sophia e eu fui a auxiliando em várias outras atividades.

Dale precisava dar uns últimos retoques no trailer, junto com T-Dog e Glenn. Eu os observava de perto tentando aprender também enquanto Andrea continuava fazendo a sua vigília de cima do automóvel.

Todos estavam empenhados em procurar por Sophia dentro daqueles hectares de mata fechada. Com mais entusiasmo dessa vez, depois de Daryl finalmente encontrar uma pista substancial.

A verdade era que eu estava participando de qualquer coisa. Qualquer mínima coisa simplesmente para manter a minha cabeça ocupada e meus pensamentos longe do único problema que se debatia desesperadamente como um monstro dentro do armário em minha cabeça. O único problema que eu não deixava se aproximar de mim durante o dia, mas que estava constantemente participando dos meus sonhos à noite.

E durante algum tempo eu realmente tentei me convencer de que estava funcionando, até perceber que era tudo uma camuflagem. Estava sendo fácil de lidar porque os meus olhos estavam longe do foco central da minha perturbação: Daryl. Já que ele permaneceu hospedado naquele quarto na casa de Hershel durante alguns dias.

Eu senti a gravidade da tensão em minhas costas a partir do momento em que ele voltou para a sua barraca no acampamento.

Um dia inteiro se passou e eu não havia me aproximado daquela área. Evitava ao máximo passar perto da sua barraca e sempre disfarçava mantendo meus olhos em outro local, porém a minha mente estava constantemente me lembrando de coisas que eu deveria, ou não deveria, fazer em relação a ele. E isso só me mostrava o quanto seria difícil superar.

Por isso eu me mantinha ocupada organizando algumas coisas sobre a mesa de piquenique que tínhamos perto do trailer de Dale. Eu faria qualquer coisa que fosse preciso.

Carl se aproximou do local aonde eu estava e ficou de joelhos sobre um dos bancos de madeira para observar as coisas que eu estava fazendo, como dobrar as roupas dentro de um cesto. O garoto ainda estava se recuperando, mas suas bochechas coradas e olhos brilhantes era o suficiente para todo mundo respirar aliviado. Principalmente os seus pais.

— A sua perna ficou melhor? — O menino perguntou ao perceber, pela primeira vez, que eu não estava usando a costumeira tala em minha canela, conforme ele havia me conhecido.

— Bem melhor. — Respondi concordando com um sorriso calmo em sua direção. — Estou pronta para chutar alguns traseiros mortos! — Zombei o fazendo rir. — Chapéu novo? — Bati na aba do seu chapéu de xerife marrom escuro que o garoto estava usando. Ele acabou sorrindo orgulhoso ao passar seus dedos na aba do mesmo com uma expressão animada.