(Vol. II) Ano I p.e.│ Rodovias.

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Sons de vidro quebrando foram ouvidos do lado de fora, me fazendo tentar enxergar o que acontecia, mas tudo ainda era muito escuro. Porém, não demorou para que eu entendesse do que se tratava quando ouvi o som dos rosnados e gemidos se aproximando cada vez mais do carro.

— Merda! — Xinguei apertando meus dentes quando levei a faca até o tecido que me prendia e o cortei. — Lori! — Chamei ao tentar me equilibrar melhor e sair daquela armadilha. — Lori, se você morrer eu nem preciso voltar para a fazenda! Porque eles vão me matar! — Falei com medo ao tentar ir para o banco de trás e sair de cima da mulher desacordada. — Lori! — Chamei de novo ao dar batidinhas no seu rosto.

Um mordedor se jogou contra o para-brisa rachado com força assim que notou meus movimentos. O rosto apodrecido se lançava fortemente contra uma brecha no vidro, fazendo a superfície cortante simplesmente arrancar a camada da sua pele de um jeito asqueroso.

Puxei a mulher para longe do vidro com força e levei a minha outra mão empunhando a faca até o rosto que se forçava contra a brecha. Enfiando a navalha no olho do monstro o mais profundo que eu pude e depois a girando até que ele parasse de se mover.

— Como eu vou tirar você daí? Eu nem sei se posso te mover. — Sussurrei ao cortar o cinto da mulher também e tentei puxá-la para trás, em direção ao banco de trás que era o lugar aonde eu estava.

Senti quando o seu corpo começou a se mover lentamente. E logo seus olhos claros se abriram de maneira perdida e confusa. Analisando o espaço à nossa volta e depois o meu rosto, ainda a amparando.

— O que aconteceu? — Ela perguntou com voz baixa e perdida.

— Nós capotamos! — Expliquei com pressa enquanto a ajudava a se arrumar no espaço confuso que o carro virado havia se transformado. — Você está bem? — Perguntei preocupada.

— Estou. — Lori passou a mão pelo cabelo e então retornou sua mão para a frente do rosto, agora suja de sangue.

— Você está sangrando! — Apontei para o ferimento aberto em sua testa.

— Foi superficial. Eu estou bem. — Alegou ao tocar também o lábio que estava inchado por causa de um corte. — E você? — Ela apontou para o meu antebraço e só então eu notei a mancha de sangue na manga da minha jaqueta, talvez dos furos ou arranhões que provavelmente o vidro me causou.

— Eu estou bem. Você é a grávida aqui, então você é a prioridade. — Lembrei suspirando profundamente ao me virar para os fundos do carro. — Vamos sair pela porta traseira! — Chamei ao me direcionar por cima do banco e alcançar a porta aberta atrás do automóvel.

A luz prateada de um raio cortou o céu escuro por um mísero segundo. Segundos depois o som alto do trovão cortou o céu, mostrando que uma tempestade estava chegando. E eu comecei a me apressar em sair logo do carro revirado para me virar e começar a ajudar Lori a sair também.

— Não está sentindo nada? — Perguntei enquanto ela saía com dificuldades. — Algum sangramento suspeito? Náuseas? Tontura? — Questionava sem ao menos saber o que estava perguntando. — Temos que ter certeza que o bebê está bem! — Aleguei quando a ajudei a sair do carro e ela se pôs de pé em minha frente.

— Está tudo bem, querida, não estou sentindo nada. — Avisou tentando me tranquilizar. — Além de dor nas costas. — Completou ao esticar sua coluna e fez uma expressão de dor até ouvirmos o som das suas costas estalarem nos fazendo rir logo em seguida. — Heidi! — Os olhos da mulher se abriram mais quando a mesma encarou a estrada atrás de nós e eu me virei.

Estava muito escuro, mas eu pude ver quando as silhuetas de três mordedores começaram a se aproximar pela estrada. E eu levei a minha mão automaticamente para a minha cintura, porém a pistola não estava mais lá, havia caído por causa do acidente. Tudo o que tínhamos era a faca em minhas mãos.

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Where stories live. Discover now