(Vol. II) Ano I p.e.│ Do outro lado.

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— Isso é uma gíria? O que isso quer dizer? Eu não entendi! — Aleguei ao franzir o meu cenho com confusão e fitei os rostos daquelas pessoas de um por um. Afinal, a sua alegação era completamente surreal! Então, não tinha como Glenn estar falando sério.

— Não entendeu porque não é uma piada! — Daryl respondeu quando deixou o seu prato de lado rapidamente e ficou de pé com agilidade.

— Não! Só pode ser uma piada! Isso é uma piada! — Shane exclamou completamente revoltado quando soltou o seu prato com força em cima da mesa de piquenique, fazendo um alto barulho grosseiro e rapidamente começou a andar com passos apressados em direção a trilha que daria para o celeiro.

Como se tivessem dado a largada, todos nós nos levantamos de forma frenética e começamos a seguir o policial que já se destinava ao celeiro e quase o alcançava.

Shane foi o primeiro a chegar no portão de madeira da construção, obviamente. E se aproximou o suficiente para colocar o seu rosto perto de uma brecha que o permitiria analisar o que havia ali dentro.

Entretanto, uma observação profunda não seria necessária, já que nós pudemos ouvir os rosnados e ranger de dentes vindo de lá de dentro assim que a massa humana do nosso grupo se colocou como uma parede bem atrás do oficial encostado no portão.

— Dessa vez você não vai me convencer que está tudo bem! — Shane voltou para perto de Rick mostrando toda a sua raiva no tom da sua voz.

— Não. Eu não vou. — Rick respondeu do mesmo jeito bravo enquanto Lori abraçava mais o filho que estava de pé em frente ao seu corpo. — Mas nós somos convidados aqui. Essa não é a nossa terra. — Lembrou ao encarar a esposa com preocupação.

— Jesus! Essa é a nossa vida, cara! — Shane se moveu de maneira inquieta ao não se decidir se voltaria a se aproximar do celeiro, ou enfrentaria o xerife de perto.

— Fale mais baixo! Você vai irritá-los. — Lori advertiu o Oficial enfurecido.

— Não podemos varrer isso assim para debaixo do tapete! — Andrea interveio de braços cruzados ao concordar com Shane.

— Não, não mesmo. Não tem como, cara. — T-Dog respondeu ao mesmo tempo em que eu me aproximava daquela mesma brecha com meus braços cruzados e espiava lá dentro enquanto a discussão se iniciava.

Um ar fétido de carne podre tomou minhas narinas como um soco no rosto. E quando meus olhos puderam se acostumar, eu pude ver alguns dos mordedores caminhando de modo letárgico de um lado para o outro como se farejassem algo. Nós.

— Ok! Veja! — Shane começou tentando parecer mais calmo ao se aproximar de Rick de novo, mas a sua contenção o deixava mais doentio. — Ou nós entramos lá e fazemos o que deve ser feito. Ou nós vamos embora agora. — Propôs, como se não houvesse espaço para barganha. — Temos falado sobre Fort Benning desde o início. — Continuava enquanto eu retornava meus passos para perto do grupo preocupado de novo.

— Nós não vamos a lugar algum! — O xerife gesticulou com exasperação, parecendo tentar convencer o amigo baseando-se na força. Mas Shane acabou rindo de escárnio como se debochasse de um louco.

— Por quê, Rick? Por quê? — Questionou com revolta em sua voz.

— Porque a minha filha ainda está por aí. — Carol entrou na conversa cruzando os seus braços com firmeza e seriedade, apesar da sua voz ser baixa e fraca. Para a nossa surpresa Shane acabou rindo um pouco mais, parecendo completamente louco, quando esfregou o seu rosto com suas mãos.

— Tá bom. Tá. — Ele tentou controlar o seu riso. — Eu acho que está na hora de nós cairmos na real e começarmos a pensar em outras possibilidades, ok? — Avisou como um presságio ruim e aquilo foi o suficiente para lançar uma onda totalmente desconfortável sobre nós.

STING ● [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] ● daryl dixon⼁The Walking Dead ●Where stories live. Discover now