25 - Noite tranquila

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Um corpo pesado estava sobre o meu, e assim que abri meus olhos tentando me acostumar com a pouca claridade que atravessava as persianas, pude notar um Andrew tranquilo dormindo ao meu lado

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Um corpo pesado estava sobre o meu, e assim que abri meus olhos tentando me acostumar com a pouca claridade que atravessava as persianas, pude notar um Andrew tranquilo dormindo ao meu lado.

Deixei um beijo em sua testa e fui ao banheiro

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Deixei um beijo em sua testa e fui ao banheiro. Por sorte meu cabelo não havia armado muito após o banho, mesmo que eu não tenha passado nenhum creme para mantê-lo no lugar.

Me permiti abrir uma escova de dente que ainda estava lacrada em uma de suas gavetas, provavelmente ele nem iria notar e eu poderia trazer outra nova quando menos reparasse.

Era domingo de manhã e não chegava nem perto das nove horas, portanto, decidi que vasculharia sua geladeira em busca de um café da manhã.

Preparei ovos mexidos e torradas. Também uma xícara de café e uma de chá para Andrew. Quando estava finalizando a mesa com todos os utensílios que iríamos precisas, notei olhos em mim e ao levantar a cabeça, encontrei Andrew encostado no batente da porta da cozinha.

— Achei que havia sido um sonho. — Andrew falou ao se aproximar.

— Acordei mais cedo e vim preparar o café da manhã. — Expliquei.

Andrew encarou sua xícara de chá e esboçou um lindo sorriso. Em seguida sentou-se à mesa assim como eu fizera segundos antes.

— Faz tanto tempo que não tomo café da manhã em casa

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— Faz tanto tempo que não tomo café da manhã em casa. — Comentou ao se deliciar com mais uma torrada e ovos.

Haviam algumas chamadas perdidas em meu celular, todos de casa, provavelmente mamãe ficara preocupada com a minha saída repentina da festa e por eu não ter retornado para lá.

— Agora tenho que ir. — Falei ao me levantar. — Você fica responsável pela louça.

Andrew fez cara feia por conta do que eu havia dito e balançou a cabeça negativamente.

— E se eu me arrumasse rapidinho e fosse com você para a casa da sogra, almoçar? — Perguntou rindo com cara de pidão.

Revirei os olhos para ele e assenti, fazendo-o levantar correndo da mesa para seu quarto, definitivamente parecia uma criança.

Andrew estava bastante empolgado com a nossa ida até a casa dos meus pais. Havia algo diferente na maneira como ele falava enquanto dirigia até lá. Estava animado em não ficar em casa, pelo menos teria algum lugar diferente para ir uma vez que estava de férias.

Ele fez questão de sair rápido do carro para abrir a porta para mim, o que eu adorei, uma vez e outra era ótimo ser mimada. Assim que adentramos a casa, encontramos Oliver e Dylan no sofá conversando e o cheiro de comida vindo da cozinha. Lá estava mamãe e papai cozinhando com a ajuda da pequena Katie fazendo a limonada de sempre.

— Trouxe alguém para o almoço, espero que não se importem. — Avisei, fazendo com que os dois que estavam de costas para nós se virassem rapidamente.

Papai riu com o jeito de mamãe de largar tudo que estava fazendo para abraçar Andrew e beijá-lo na bochecha.

— Meu querido, ah, você não sabe a felicidade de recebê-lo. — Mamãe falou animada, já puxando uma cadeira na mesa para que ele se sentasse.

— Mamãe ficou tão feliz ao vê-la carregada na festa. — Dylan falou rindo ao se sentar à mesa.

Senti minhas bochechas corarem e em seguida senti os olhos de Andrew sorrirem ao notar minha vergonha. A minha vontade era que ninguém houvesse reparado na nossa saída exagerada do casamento.

— Bem cena de filme né. — Oliver falou rindo.

— Acabou as zoeiras, por favor. — Pedi.

Fora um almoço em família bastante animado. Dessa vez as meninas não estavam por ali, apesar de passarem boa parte do tempo em nossa casa.

Andrew me surpreendeu ao assumir a louça suja, mamãe ficara encantada com sua atitude, pude vê-la bater com o cotovelo em papai para mostrar ele lavando os pratos.

Assim que tudo já estava limpo e seco, guardamos cada item no armário, Andrew sussurrou em meu ouvido que precisava ir embora.

— Levo você até a porta. — Falei ao caminhar até ela.

— Achei que você iria ir junto. — Falou assim que colocou os pés na varanda.

— Quem sabe um outro dia. — Sugeri.

Andrew revirou os olhos com a minha resposta e deu de ombros insatisfeito. Ele até tentou se despedir com um beijo na boca, porém virei o rosto e seu lábio fora de encontro a minha bochecha esquerda.

Apesar de parte de mim querer muito ficar com ele e tornar isso que estávamos tendo real, outra parte de mim relutava e sabia que uma hora ou outra teria que ir embora.

Agora, deitada em minha cama afim de ter um cochilo pós almoço, dei-me conta que naquela noite Andrew dormira tranquilo. Não houveram pesadelos, ele dormira a noite toda, pelo menos não havia notado nenhum movimento brusco ou vozes.

Me pergunto se eu era o motivo da sua tranquilidade, assim como ele houvera dito em nossa conversa. Era difícil acreditar nas palavras de alguém que se escondia tanto e com um histórico tão perturbador.

Dois toques na porta e papai adentrou a mesma.

— Como vocês estão? — Perguntou assim que se sentou nos pés da cama.

Papai estava ali agora com meus pés em seu colo e fazendo a massagem que costumava fazer desde que eu era pequena. Era assim que costumávamos ter conversas sérias antigamente.

— Meio que nos acertamos. — Respondi.

— Andrew gosta muito de você. — Contou. — Ele te olha como eu olho para a sua mãe.

Eu amava a troca de olhares deles. Amava como pareciam se entender com um olhar. Seus olhos brilhavam quando falavam um do outro.

— Eu espero que sim. — Falei.

— Você deveria pensar em ficar em Denver. – Opinou. — Tem coisas na vida mais importante que um emprego. Eu sei que sempre foi seu sonho ir para Nova York, mas me diz, será que vale a pena tudo isso sem alguém do seu lado? Não sei o que seria da minha vida sem a sua mãe, com certeza foi a melhor escolha que fiz.

Lágrimas estavam rolando pelas minhas bochechas. Papai tinha o dom de me fazer chorar. Sábias palavras.

De volta ao NATALWhere stories live. Discover now