10 - Defensor

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A mesa já estava posta fazia cerca de vinte minutos, e nada do Andrew chegar

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A mesa já estava posta fazia cerca de vinte minutos, e nada do Andrew chegar. Com certeza ele havia desistido da loucura que seria essa noite em minha casa, e eu nem ao menos havia pego o número de seu telefone para entrar em contato caso qualquer imprevisto pudesse vir a acontecer.

 Com certeza ele havia desistido da loucura que seria essa noite em minha casa, e eu nem ao menos havia pego o número de seu telefone para entrar em contato caso qualquer imprevisto pudesse vir a acontecer

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Acontece que muitos olhares estavam me procurando, embora não estivéssemos sentados à mesa ainda. Estávamos todos na sala de estar, assistindo um programa de música de natal e conversando.

Titia estava se gabando sobre uma viagem que havia feito para o México com suas amigas viúvas e separadas, como se estivéssemos preocupados com o fato de terem feito topless em um sol de rachar e estar com marquinha de biquíni.

— É o cúmulo da bizarrice. — Reclamei baixo, fazendo com que Oliver e sua namorada que estavam ao meu lado dessem risada.

Mamãe e papai me reprenderam com o olhar, mesmo sem ter escutado o que eu dissera, sabiam que se tratava de um insulto.

— Se é que existe esse seu tal namorado, será que ele virá jantar conosco? — Titia perguntou incomodada. — Estou morrendo de fome.

Se deixássemos ela poderia comer a mesa inteira sozinha.

— Deve ter acontecido algum imprevisto na empresa, estava muito corrido hoje. — Menti. — Vamos jantar, caso ele chegue mais tarde faço um prato para que possa comer.

Todos concordaram com o que disse, apesar de mamãe ter relutado um pouco para esperarmos mais um pouco, não era justo que a comida esfriasse, uma vez que todos estavam com fome. Quando estava prestes a me sentar, a campainha tocou, fazendo com que meus pés corressem até a porta.

Assim que a abri, avistei Andrew batendo o sobretudo escuro que estava usando em cima da roupa social e afrouxando seu cachecol. Era como se ele tivesse saído de uma capa de revista. Fiquei o analisando por um tempo, até que o transe que eu acabara de entrar fosse quebrado.

— Aqui fora está muito frio, será que pode me convidar para entrar? — Perguntou no mesmo tom autoritário de sempre.

— Claro, me desculpe, entre. — Pedi, dando espaço para que ele entrasse.

O ajudei com seu sobretudo e o deixei pendurado ao lado da porta, em seguida segurei sua mão, olhando firme para seus olhos e caminhamos até a sala de jantar.

— Desculpem o atraso, uma reunião acabou se estendendo mais que o planejado. — Desculpou-se.

Por algum motivo o fato de a primeira frase vir dele, e ser um pedido de desculpa me deixou bastante feliz.

— Então, para os curiosos, e as mentes esquecidas, esse é o Andrew. — Apresentei-o. — Você lembra deles? Papai, mamãe, Oliver..... tia Abigail.

Ele fez questão de apertar a mão de cada um deles e dar um beijo em cada mulher que estava naquela mesa. Pude ver claramente titia ficar vermelha, afinal, deve fazer muito tempo que um homem tão bonito não se aproxima tanto.

— Sente-se querido, por favor. — Mamãe falou carinhosamente. — Eu espero que você coma lasanha, não sabíamos exatamente o que fazer.

— Para mim está ótimo, obrigado. — Respondeu Andrew educadamente.

No meio de tantas informações, cada um querendo contar uma coisa diferente, e a gente se servindo, braço por cima de braço, ombro esbarrando em ombro, aquela bagunça de uma grande família total, titia não poderia deixar de começar a me metralhar com as perguntas.

— Querida Val, sabíamos que uma hora e outra você voltaria para casa. — Titia afirmou. — Afinal, eu sempre falei para sua mãe que isso era uma coisa de adolescente, de querer ser uma publicitária famosa e trabalhar com grandes empresas, isso não é para você. Muito melhor ficar perto da sua família mesmo.

Tudo o que ela disse foi um grande soco no estômago, estava prestes a chorar quando uma mão tocou a minha em cima da mesa, atraindo olhares para o gesto.

— Sinto ter que discordar da senhora, mas Valerie é ótima no que faz, se você visse os projetos em que ela participou em Nova York ficaria muito impressionada. — Andrew mentiu. — Inclusive estávamos discutindo em ela vir trabalhar comigo, estou precisando de reforços em nossa empresa.

Cuspi o vinho que estava na minha boca em meu prato e sorri para titia que se encontrava com cara de tacho por conta do que Andrew havia dito

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Cuspi o vinho que estava na minha boca em meu prato e sorri para titia que se encontrava com cara de tacho por conta do que Andrew havia dito.

— Valerie olhe os modos. — Mamãe gritou.

— Desculpa, mas Andrew não poderia dar essa informação para vocês ainda, era uma surpresa. — Menti.

E então chuvas de perguntas se era realmente verdade tudo aquilo, se eu pretendia ficar em Denver iniciaram. Por outro lado, Andrew parecia arrependido de suas palavras, como se estivesse tomando conta só agora do que acabara de sugerir.

O restante do jantar foram perguntas destinadas a nosso relacionamento repentino. Sobre o motivo pelo qual não postamos nada em nenhuma rede social e nem contamos nada para ninguém, nem ao menos para amigos próximos.

— Você quer dar uma volta, para conversarmos um pouco? — Perguntei a Andrew quando aos poucos todos foram se dispersando.

— Certo, só não tenho muito tempo, tenho outro compromisso depois daqui. — Respondeu, e no seu tom de voz era nítido que seu próximo compromisso era com uma mulher.

Pegamos nossos casacos e saímos caminhando até um lago muito conhecido próximo a minha casa, que estava agora completamente congelado. Haviam criado um pequeno quiosque próximo a beira dele, com uma vista incrível.

— Aqui é o meu lugar favorito no mundo. — Contei. — Eu vinha quando criança quando estava com problemas dentro de casa, e isso se desenvolveu na minha adolescência e cá estou na minha vida adulta, achando que não precisaria procurar abrigo aqui.

Andrew estava olhando para o céu enquanto eu falava.

— Eu fui demitida. — Contei por fim, não estava mais aguentando guardar esse segredo, e por mais que ele não fosse uma pessoa importante em minha vida, alguém próximo precisava saber para que eu pudesse retirar pelo menos um pouco do peso de meus ombros.

— Uau. — Foi o que disse com as sobrancelhas arqueadas.

— A empresa que eu trabalhava faliu e cá estou eu, sem nada de volta para casa. — Contei. — A minha tia está certa e chega a ser frustrante.

Quando eu estava prestes a dizer algo, seu celular tocou.

— Sim, eu sei, chego em dez minutos. — Falou antes de desligar. — Preciso ir.

De volta ao NATALWhere stories live. Discover now