03 - Adeus N.Y

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Olhando para a última mala que tentava enfiar no carro, agradeci mentalmente por ter conseguido alugar um apartamento já mobiliado

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Olhando para a última mala que tentava enfiar no carro, agradeci mentalmente por ter conseguido alugar um apartamento já mobiliado. Seria um trabalho muito maior caso necessitasse contratar uma empresa de mudanças para levar tudo, sendo que não teria nem ao menos um lugar para colocar. Provavelmente teria que alugar um depósito para deixar tudo, já que não teria dinheiro no momento para alugar um novo apartamento em Denver.

Sorri forçado ao deixar as chaves e cópias do apartamento. Assim que coloquei os pés para fora da portaria, olhando tudo em volta, toda a movimentação, correria que havia naquela cidade, lágrimas percorreram minha face imediatamente.

Nem ao menos havia partido ainda e já estava sentindo meu coração despedaçar

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Nem ao menos havia partido ainda e já estava sentindo meu coração despedaçar. A saudade do trabalho, a saudade do apartamento e principalmente a saudade daquela cidade já havia se instalado em meu peito sem nem ao menos eu ter ido embora.

2.861,3KM de Nova York até Denver. Essa era a distância que teria de percorrer sozinha dentro do carro. 26 horas de viagem dirigindo. Havia preparado uma playlist de músicas que provavelmente se repetiriam centenas de vezes até que chegasse ao meu destino final. Era claro que havia me preparado para fazer várias paradas, nem que isso fizesse aumentar o tempo de viagem. Não estaria preparada para dirigir por tanto tempo.

A minha primeira parada seria em Ohio. Pelo que havia pesquisado, se o trânsito estivesse fluindo e não pegasse muito congestionamento faria de oito a nove horas até lá. Era claro que se me sentisse cansada antes disso, faria outra parada.

Para aguentar a longa viagem, havia me preparado um dia antes para não acumular muito cansaço. Havia passado o dia em meu apartamento, feito refeições leves e uma boa noite de sono. Assim, quando o despertador tocou as seis da manhã, não me sentiria tão exausta para dirigir e de fato não estava.

Sai do apartamento pontualmente às sete horas da manhã. Uma lata de energético que havia comprado por indicação de Jessie, que havia mandado mensagens no dia anterior, já que ela frequentemente fazia viagens longas de carro, porém sempre acompanhada.

Com o tempo ali havíamos criado um vínculo. Não poderia falar que éramos melhores amigas, porque não éramos tão intensas a esse ponto, mas nos gostávamos, nos respeitávamos, conversávamos sobre diversos assuntos.

Quando cheguei a Ohio, o ponteiro estava quase chegando as quatro horas da tarde. Por sorte encontrei um posto de gasolina e ao seu lado havia o que me parecia um restaurante com cafeteria, era o que eu precisava: café.

— Boa tarde senhora

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— Boa tarde senhora. — Saudei assim que encostei no pequeno balcão onde estavam os doces e salgados do local.

— Boa tarde querida. — Saudou se aproximando. — O que você gostaria hoje?

A senhora transmitia um ar aconchegante. Talvez pelos cabelos grisalhos, as ruguinhas na testa, o óculos puxado para a ponta do nariz e o doce sorriso nos lábios.

— Um café com leite quente, por favor. — Pedi o que eu já sabia que queria desde que adentrei aquela cafeteria.

— Você gostaria de pedir algo para comer?

Ainda estava em dúvida, apesar de amar doces, por conta da viagem seria aconselhável não ingerir, caso contrário, teria que parar para ir ao banheiro em algum horário que não estava planejando parar.

— Acho que vou querer uma dessas tortas salgadas, parecem tentadoras, o que me indica? — Perguntei analisando, já que a maioria das tortas estavam completas, assim, impossível ver o recheio.

— A torta que eu mais gosto é a de carne seca. — Mostrou a senhora, indicando a torta com o pegador.

Assenti com a cabeça, fazendo com que a mesma cortasse um pedaço para mim

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Assenti com a cabeça, fazendo com que a mesma cortasse um pedaço para mim. Para que ela não precisasse ir até a mesa, peguei as coisas no balcão na pequena bandeja que havia montado para mim e levei até a mesa mais próxima.

A pequena televisão pendurada em uma das paredes próxima onde eu estava, mostrava como a neve havia atingido diversas cidades da região, muitas delas iria passar em frente suas entradas mas não pararia.

— Tenho muito medo. — A senhora falou do nada, estávamos apenas nós duas lá dentro no momento.

— Da neve? — Perguntei.

— É, quer dizer, quando só neva não há problema algum, acho até bonito. — Respondeu. — Mas essas nevascas, quando não é possível nem andar de carro.

Entendo perfeitamente seu medo. Seria difícil fazer a minha viagem se as cidades por onde irei passar estivesse com nevasca, na realidade, não teria coragem alguma de percorrer todo o trajeto.

Conversamos mais um pouco sobre as reportagens que estavam mostrando na televisão e sobre o movimento que normalmente estava tendo por conta de turistas viajando ali pela rodovia. Segundo ela, a maioria das pessoas que paravam ali não eram das cidades próximas, ou estavam viajando.

Demorei cerca de uma hora para descansar as pernas e fazer aquela pequena refeição sem pressa. Não havia obrigatoriedade alguma de fazer a viagem no tempo "correto", por conta disso não me preocupava pela demora.

— Voltarei para a estrada porque a viagem será longa. — Expliquei enquanto pagava. — Um ótimo natal para a senhora e sua família.

— Boas festas minha querida, cuidado com a estrada. — Falou sorridente, acenando a mão enquanto me dava um típico "tchau".

Na internet, antes de sair de casa, quer dizer, na manhã do dia anterior, havia pesquisado um quarto em Chicago para que pudesse passar a noite. Não pretendia dormir por muito tempo, talvez umas seis horas no máximo, o que para mim já seria o suficiente, já que era acostumada a ter dias longos e noites curtas.

Pretendia chegar em Chicago no máximo umas onze horas da noite, levaria cerca de mais cinco horas dirigindo até lá.

>>>>> Prometo que logo a parte do romance começa kkkkkkkk

De volta ao NATALWhere stories live. Discover now