19 - Perguntas sem respostas

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Em minutos eu estaria saindo para visitar alguém que morava sozinho

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Em minutos eu estaria saindo para visitar alguém que morava sozinho. Alguém que eu havia beijado recentemente e que talvez estivesse esperando mais dessa noite. E simplesmente não conseguia decidir o que eu queria. Eu deveria ir até a casa de Andrew? Deveria dar continuidade em toda essa loucura, mesmo que envolvesse muita mentira?

Era inevitável que uma hora ou outra iríamos nos afastar por conta da minha volta a Nova York. Mesmo que nenhuma empresa houvesse ligado ainda, considerava o motivo por se tratar do natal e muitas delas estarem fechadas.

Mesmo que já houvesse escolhido uma roupa e que estivesse pronta a mais de uma hora, de um lado para o outro em meu quarto, tentava encontrar uma luz que me guiasse para o melhor caminho, para a minha melhor escolha.

Dois toques na porta e Katie adentrou meu quarto animada. Assim que me viu arrumada, parou com as mãos na cintura e me encarou sorridente.

— Você irá ver Andrew? — Perguntou curiosa.

— Iremos jantar juntos. — Menti.

— Você está muito bonita, ele tem sorte de ter alguém como você. — Afirmou ao se aproximar para analisar a pouca maquiagem que eu havia passado.

Eu não era boa com maquiagens, não havia nascido com o dom do reboco, muito menos tive tempo para desenvolver melhorias. Mas havia aprendido a realizar o básico. Não havia passado nada extravagante, apenas uma leve base com pó, um gloss sabor morango e um pouco de lápis de olho.

— Muito obrigada. — Agradeci ao vê-la se jogar em minha cama.

— Quando eu crescer quero arrumar um namorado bonito igual o seu. — Contou.

— Ele é mesmo muito bonito. — Concordei e voltei a relembrar um pouco do nosso passado.

Embora Andrew fosse muito disputado no ensino médio, conhecido pelo seu charme e encanto nas jovens meninas, por estar com Noah, quem sabe eu nunca tivera tempo para olhá-lo com mais atenção. Hoje, o conseguia enxergar melhor, e agora com outros olhos.

Estava sentada em meu carro, em frente ao prédio do seu apartamento cerca de vinte minutos

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Estava sentada em meu carro, em frente ao prédio do seu apartamento cerca de vinte minutos. Algo não me deixava abrir a porta e sair. Uma nuvem negativa se instalou sob o teto e predominou ali, fazendo-me pensar que talvez não fosse uma boa decisão subir.

Flashs da minha vida vinham a todo instante. Noah iria se casar no sábado, o grande amor da minha vida. Eu havia perdido meu emprego dos sonhos. Havia retornado para a minha cidade natal. E agora estava prestes a adentrar o apartamento do garoto que curtia me humilhar quando mais nova.

O que eu estava fazendo? Se dentro do meu coração me dizia para ir vê-lo, mas a minha razão me dizia que não valia a pena. Eu poderia sair e descobrir o motivo por todo aquele ódio gratuito do passado e então conseguir criar um futuro a partir daquelas informações.

E cá estava eu, diante da sua porta, apertando sua campainha a sua espera.

Um Andrew completamente molhado, enrolado com uma toalha em sua cintura e a outra colada em sua cabeça, fazendo movimentos para que secasse seu cabelo mais rápido, apareceu.

— Entre! — Pediu. — Fique à vontade, acabei dormindo mais que o esperado.

— Tudo bem. — Falei, agora reparando em seus braços cobertos por tatuagens e seu peito nu.

Seu corpo hipnotizou meus olhos, eram muitas informações para absorver. Muitas imagens que atraiam meus olhos, eu era curiosa e ele cheio de tatuagens que eu gostaria de decifrar seus significados.

Respirei fundo e voltei a encarar seus olhos. Seu semblante era de quem havia gostado da minha reação, que havia gostado de ter conseguido me fazer perder o foco.

— Volto em um segundo. — Falou rindo.

Sorri envergonhada em ter sido pega no flagra e fui me sentar no sofá.

Jesus, como esse homem demora para se arrumar. Se ao menos fôssemos sair, mas ele estava em casa, então não precisaria muita produção ao se vestir.

Encarei de longe uma estante com muitos livros e algumas fotos, como qualquer curiosa, levantei para passar o tempo e conhecer um pouco mais sobre ele.

A maioria das suas fotos eram da empresa, mas haviam dois quadro com seus pais

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A maioria das suas fotos eram da empresa, mas haviam dois quadro com seus pais. Havia sido abandonado pela mãe e havia perdido seu pai e seu irmão, um destino cruel.

Sua mãe é uma mulher linda. Olhando sua foto de perto era possível analisar que naquele tempo havia felicidade. Sorrisos espontâneos estampavam a fotografia.

Uma falsa tosse me fez pular e automaticamente derrubar o quadro no chão. Por sorte aquilo não era vidro, portanto não quebrou.

— Aí me desculpa, me perdoa, eu não tive a intenção. — Falei desesperada recolhendo seu quadro e colocando no lugar, fazendo-o cair na gargalhada.

Cruzei os braços frustrada com sua risada frenética. Meu coração ainda estava acelerado, pensando que poderia ter quebrado uma das poucas lembranças da sua família.

— Ei, está tudo bem, é só uma foto. — Falou dando de ombros, como se aquilo não significasse nada para ele.

— Não fale assim. — Pedi. — É a sua família.

— Minha família destruída? — Perguntou ironicamente.

Engoli em seco por conta do tom de voz que acabara de usar para falar comigo.

— Desculpe, você não tem culpa. — Falou, puxando-me para os seus braços.

— Andrew? — Chamei por seu nome, para que me olhasse nos olhos.

— Céu?

— O que nós estamos fazendo aqui? — Perguntei na expectativa de que ele dissesse algo que me fizesse ficar, algo que desse sentido para as nossas próximas atitudes.

De volta ao NATALWhere stories live. Discover now