Capítulo 18

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Alguns dias haviam se passado e eu finalmente estava sem a maldita dor de uma bala e de uma cirurgia na clavícula. Já até estava pondo em dia os estágios que tinha atrasado por conta do imprevisto e com isso eu mal parava em casa ou na base dos Vingadores.

Final de curso eu estava ficando louca. Já tinha apresentado meu TCC e havia ido super bem com ele, com uma nota alta e com isso eu só precisava terminar os estágios, que eram o meu problema. Eles me faziam acordar cedo e sair correndo, e ir embora tarde por conta da reposição das duas semanas que eu havia perdido. Não estava tendo tempo para respirar, mas não posso reclamar porque dentro de três dias eu estaria finalmente formada em enfermagem e livre da faculdade.

Essa noite eu resolvi passar no complexo, por ser mais perto do hospital e por não ver o pessoal.

Estaciono o carro na garagem e entro na base e chego à sala principal rapidamente. Pietro estava ali e não havia me visto até que Sexta-Feira me dá as boas-vindas e então ele se vira para mim.

-Carol, quanto tempo. -Ele diz e eu sorrio levemente para ele.

-Pois é. Faculdade anda me deixando sem tempo para fazer as coisas. -Comento e me sento ao lado dele e pego um pouco da pipoca no balde que ele estava comendo.

-Eu acho que precisamos conversar sobre você e minha irmã. -Ele joga isso e instantaneamente eu me engasgo com um milho e começo a tossir desvairadamente. -Não vou negar que eu sei o que rola entre vocês duas, até porque não sou besta.

Vou até a cozinha e pego um copo de água e tomo devagar afim de melhorar minha tosse e ajudar a criar tempo para formar respostas para todo tipo de questionamento que ele poderia fazer. Mas escutamos passos na escada e vejo Wanda com cara de sono aparecer. Sorrio inconscientemente e ela me olha com um sorriso aberto no rosto.

-Você apareceu. -Ela cantarola e vem me abraçar. Pietro interrompe o quase selinho que ela iria me dar e as cara é de poucos amigos.

-Não me venha com essa agora, Pietro. -Quando os Maximoff conversavam, o sotaque ficava mais pesado e tinha hora que algumas palavras mal poderiam ser entendidas. Eu gostava de ficar ouvindo eles conversarem por conta de como falavam.

-Aposto que papai gostaria que eu fizesse o papel de irmão mais velho e cabeça da família já que ele não está aqui para poder por limites. -Pietro se levanta do sofá e fica de frente para a irmã que cruza os braços.

-Você é mais velho por apenas doze minutos, isso não conta ponto. E eu já sou adulta o suficiente para poder me cuidar sozinha. Não precisa bancar o irmão grudento e ciumento. -Wanda diz e eu coloco a mão em seu ombro para tentar tranquilizar ela já que os enfeites na mesa de centro estavam se movendo lentamente.

-Pietro, eu gosto da sua irmã, de verdade. Não vou e nem quero machucar os sentimentos dela. E se um dia eu fizer isso, pode ir atrás de mim e me dar uns tapas. -Digo de forma honesta e ele parece aceitar, por enquanto e volta a se sentar no sofá e assistir o programa que passava. Respiro fundo e volto para a cozinha e deixo o copo na pia. Sinto os braços de Wanda sobre minha cintura e sorrio com o toque.

-Você parece cansada. -Ela diz e encosta o rosto no meu ombro direito e eu tombo a cabeça pro lado esquerdo.

-Realmente estou cansada, mas logo tudo isso acaba e eu vou poder focar mais em mim e nas coisas que realmente quero fazer. -Me viro para ela que sorri e me abraça, retribuo o abraço e deixo um beijo em sua testa. -Bom, está tarde e a senhorita estava dormindo. Então pode voltar pra cama.

-Você poderia vir comigo. Tem espaço de sobra na minha cama. -Ela sorri com sua fala e eu também.

-Vou amar poder dormir abraçadinha com você, mas antes eu só preciso tomar um banho para tirar esse cheiro de hospital. -Seguro a mão de Wanda e puxo ela em direção a escada que dá ao corredor dos quartos. -Prometo que não demoro.

Ela concorda e me dá um selinho e entra no quarto dela e eu sigo para o meu, mas escuto a porta do quarto ao lado ser aberta e vejo Natasha sair dali.

-Desde quando Steve trocou de quarto com você? -Ela se assusta com minha fala e eu sorrio de forma descrente. -O velhote não tá morto e você tá bancando a cuidadora de idoso desde quando?

-Não aconteceu nada. -Ela se limita a dizer e vem andando de forma devagar na minha direção.

-Conta outra. -Abro a porta do meu quarto e entro, ela me segue e se joga na minha cama e eu sorrio com o vermelho que vejo no pescoço dela. -O que me deixa mais triste é que vocês não confiaram em minha para contar do rolo de vocês dois.

-Único rolo dessa base é você e Maximoff. E a propósito, o irmão dela queria conversar com você, parece que quer bancar o politicamente correto. -Ela diz e eu pego minha roupa e entro no banheiro.

-Ele já conversou, um pouco mais cedo, quando eu cheguei. Já esclarecemos tudo que tinha para esclarecer e por enquanto está tudo na maior paz e tranquilidade. -Digo um pouco mais alto por conta do barulho do chuveiro. Tomo um banho rapidamente e com a água bem quente para poder relaxar os músculos e ao sair do box, me seco e visto o conjunto de moletom. Escovo os dentes e penteio os cabelos e saio do banheiro vendo Romanoff dormindo na cama.

Cubro ela com o edredom e saio do quarto apagando as luzes e encostando a porta. Ela era uma amiga do tipo irmã mais velha. Foi muito bom quando eu finalmente consegui conversar com alguém que não fosse só a Layana.

Entro devagar no quarto de Wanda e vejo que ela já estava dormindo. Me deito ao seu lado devagar e puxo o cobertor por cima de mim. Ela se vira e coloca seu braço em minha cintura e eu abraço ela dá melhor forma possível e durmo rapidamente por conta do cansaço.

What if it was real?Where stories live. Discover now