Capítulo 11

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Chegamos ao quarto andar e eu olho em volta, atenta a qualquer coisa que fosse um motivo para eu poder ir embora. Andamos devagar em direção a Lan house do meu colega e Wanda também estava atenta a nossa volta.

-Olha só quem resolveu aparecer na minha humilde loja. -Henry diz e vem me abraçar, enquanto Maximoff se afasta um pouco. Ele tinha esse espírito de tentar se aproximar das pessoas, de abraçar sempre que nos encontrasse. -Você ainda não gosta de abraços, certo?

-Exato, não consigo gostar dessa proximidade. Mas vamos ao assunto principal. Você conseguiu arrumar o que te pedi? -Pergunto e ele olha em volta e me puxa para o fundo da loja, onde tinha uma sala bem organizada que imaginei ser o escritório dele.

-Tive pouco tempo, mas esse é meu melhor computador. -Ele diz e eu me sento na cadeira. O rapaz sai da sala e Wanda se aproxima de mim e verifica o shopping através da janela que havia ali. Me limito a olhar para ela apenas e logo vejo ele voltar com uma cadeira. -Aposto que vai precisar de ajuda, então eu estou aqui para ajudar.

-Eu não quero ser grossa, mas ela quem vai me ajudar. É um trabalho pessoal que estou fazendo com ela e por isso preciso de sigilo. -Digo e ele concorda e levanta as mãos em forma de rendição.

-Tudo bem, entendo completamente. Informações que eu não preciso saber e por isso você precisa de espaço. Olha, se por acaso precisar de ajuda, vou estar lá na frente. -Ele diz e sai da sala e fecha a porta. Wanda se aproxima e pega a cadeira que ele deixou ali e colocou ao meu lado.

-Ele parece ser alguém legal e realmente tinha uma boa intenção em te ajudar. -Ela diz olhando a porta que estava fechada.

-Ele tem uma boa memória também. Decoraria dados que eu nem teria tempo de passar o olho. -Mexo no mouse e a tela se liga, me mostrando Henry com os braços cruzados em frente a um carro chique. Nego com a cabeça e entro no sistema que eu sempre usava. Pego meu pen-drive na mochila e conecto a entrada e a tela pisca.

Havia uma televisão na parede ao lado, que estava ligada e eu tinha acesso a pelo menos vinte câmeras, tanto da loja quanto de fora, isso incluía dos corredores que davam acesso a Lan house. O sistema termina de abrir e eu clico na aba de pesquisar.

-Esse computador está limpo, Strange. - Sexta-Feira soa através dos altos falantes do computador, me assustando e fazendo com que eu abaixe o volume rapidamente, me atrapalhando no processo. -O acesso as câmeras de segurança também já estou tendo.

-Você me assustou. -Comento e conecto o celular a entrada e começo a fazer todo o processo de quebra de dados para poder invadir as pastas e ter acesso aos conteúdos.

-Me desculpe. A criptografia do telefone é muito boa, o que é algo estranho se comparar a idade que esse telefone deve ter. -A inteligência diz e eu reviro os olhos. Depois dessa é claro que eu iria querer saber mais ainda o que tinha naquele celular. -Ele tem uma lista bem grande de nomes, só não sei ainda se são nomes de criminosos ou de vítimas.

-Você acha que pode ter relação com o tráfico que eles fazem? -Wanda pergunta e olha para a televisão e depois para a janela, que dava acesso aos fundos da loja e para o terceiro andar. Cair dali iria doer bastante.

-Eu tenho certeza que faz. E se for isso realmente, a gente vai ter uma boa missão pela frente. -Comento e continuo a fazer a descriptografia, com o auxílio de Sexta-Feira.

Alguns minutos se passaram enquanto fazíamos o processo e minha visão já estava ficando cansada de tantos dados que se passava na tela. Por sorte estava tudo sendo salvo no pen-drive e eu poderia analisar eles com cuidado depois.

-Tem pessoas suspeitas se aproximando na câmera quatro. -Sou avisada e olho para a televisão, me certificando de que os quatro homens que andavam lado a lado não eram nada gentis. E para ter certeza que iriam arrancar minha cabeça, um deles era o que havia me acertado no ombro e na mão durante a missão.

-Droga, como é que eles chegaram tão rápido aqui? -Digo e me afasto do computador. -Sexta-Feira, como tá o processo?

-Estou terminando a última pasta. Preciso de mais um minuto. -Ela diz e os dados começam a passar mais rápido na tela. Me levanto da cadeira e olho pela janela. Se a queda não matasse, os caras matariam. -Sua única saída é pela janela.

-Claro que é, se eu pensasse em passar pela porta da frente iria ter pelo menos trinta buracos de bala no meu peito. -Comento e aparece um alerta na tela do computador avisando que o processo havia acabado, no mesmo momento que os homens chegam à porta principal da loja. -Finaliza tudo agora, Sexta-Feira.

-Prontinho. Vejo vocês em casa. -Ela diz e eu pego as coisas correndo e coloco dentro da mochila e volto pra janela e abro a mesma.

-Me diz que não vai doer a queda. -Falo pra Wanda e coloco as pernas pro lado de fora e escuto passos se aproximando da porta do escritório.

-Não vai. -Ela diz e me empurra. Sinto uma resistência sob meus pés e ao olhar para baixo constato que ela estava me levando com os poderes dele, em uma espécie de plataforma de poder. Isso era tão legal.

Logo ela desce e ainda fecha a janela, como se isso fosse ajudar a gente em alguma coisa. Corremos para poder ficar de frente as lojas do terceiro andar. Respiro fundo e olho antes de começar a andar de forma mais lenta e normal possível.

Wanda segura minha mão e me puxa em direção a praça de alimentação do segundo andar, começamos a andar mais lento ainda e hora ou outra olhávamos as vitrines, para tentar parecer pessoas normais. Na verdade, ela até que parecia mesmo uma garota normal e eu parecia apenas uma idiota que não sabia o que fazer.

-Você parece nervosa. -Ouço ela dizer e dar uma risada baixa logo depois. Engulo a saliva que se acumulou na boca e respiro fundo, na tentativa de me acalmar.

-Você sabe que estou, consegue ler meus pensamentos. Mas nesse momento eu só quero ter a certeza de que estamos livres daqueles quatro armários. -Continuamos a andar por todo o terceiro andar e Wanda as vezes se distraia, mas eu sabia que ela estava apenas procurando saber se eles não tinham nos visto ou estavam atrás de nós.

-Um deles pensa que pode ser a gente. -Ela comenta e eu olho por cima do ombro, procurando quem quer que fosse esse cara. -Ele acha que viu você na hora que olhou pela janela.

-Ótimo, vou morrer jovem. -Comento e ela sorri, volta a segurar minha mão e dessa vez o meu braço junto. Nesse momento meu cérebro deve ter entrado em pane.

-Se acalme, está tudo bem. -Ela diz próximo ao meu ouvido e eu me arrepio enquanto ela sorri e coloca a cabeça em meu ombro. -Demonstração de afeto causam constrangimento nas pessoas a volta.

-A gente poderia ir ao cinema, certo? -Pergunto e ela me olha de lado e eu sorrio de forma envergonhada. Aquele sotaque dela falando aquelas palavras mexiam comigo e ela sabia disso e mesmo assim não parava. E eu nem queria que ela parasse.

-Claro que podemos ir. Qual filme está pensando em me levar para assistir? -Ela pergunta e seu sotaque sai mais forte quando ela sussurra.

-Eu não sei se está sentindo a mesma coisa, mas está sabendo o que está fazendo comigo? -Pergunto e ela concorda com a cabeça e me puxa em direção ao cinema. Engulo a saliva novamente e começo a prestar atenção nos cartazes dos filmes em exibição. Essa mulher seria minha perdição e eu juro que iria amar.

What if it was real?Where stories live. Discover now