Capítulo 5

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Meu celular toca assim que eu estou saindo do banheiro e eu atendo logo depois de terminar de vestir a blusa com cuidado por causa do meu braço ainda estar doendo um pouco.

-Ei amiga linda. -Estranho a voz e olho o visor do aparelho e vejo que era uma chamada da Layana.

-Está certo, o que você fez ou o que você está precisando? -Vou direto ao assunto e respiro fundo e subo as mangas da minha blusa e ligo o viva-voz do celular e começo a pentear meu cabelo já que tinha acabado de lavar ele.

-Por que acha que eu preciso de alguma coisa? -Ela diz e escuto resmungar logo em seguida. Não digo nada e ela continua já sabendo que eu estava esperando uma resposta do mesmo jeito. -É que aconteceu um pequeno acidente comigo e eu estou precisando de ajuda sua.

-Que tipo de acidente e onde você está? -Largo a escova de cabelo sobre a cama e pego o celular novamente e tiro do viva-voz e coloco o aparelho na orelha.

-Eu acho que fui bem burra e esquentei a água demais. Daí quando eu fui transferir pra uma jarra, mas ela acabou estourando por causa do calor. -Ela diz e reclama de dor. -Estou em casa e preciso que você faça um curativo, porque eu não vou pro hospital por causa disso não.

-Pois sabe que deveria ir. Mas eu vou sim, só vou precisar passar na farmácia para comprar a pomada que eu tenho certeza que você também se queimou. -Digo enquanto desço as escadas e pego minha bolsa de enfermagem que havia deixado no escritório, minha carteira e as chaves do carro de minha mãe.

-Você me conhece tão bem. Ainda bem que é minha melhor amiga. E ao chegar aqui, vai me dizer tudo sobre o acidente e seus novos amiguinhos. -Assim ela desliga sem nem ao menos me deixar argumentar sobre a última parte.

-Posso saber onde a mocinha vai a essa hora? -Escuto minha mãe dizer atrás de mim. De onde é que ela surge tão rápido assim? -E ainda por cima com o meu carro. Nem pedir mais você pede.

-Layana machucou e eu vou passar na farmácia para comprar as coisas para fazer o curativo, e também preciso muito conversar com ela. -Digo e me aproximo dela. Deixou um beijo em sua bochecha e saio de casa rapidamente e entro no carro e vou pra farmácia.

Depois de mais ou menos meia hora, chego a casa de burra que coloca água quente em um recipiente de vidro e ela abre rapidamente o portão.

-Vai me contando tudo rapidinho. E não me esconda nada. -Ela diz assim que eu chego à porta da sala.

-Larga mão de ser besta. Primeiro vou fazer esse curativo porque tenho certeza que ainda tem vidro aí dentro porque você é mole demais para poder tirar. -Empurro ela para se sentar ao sofá e vou até o banheiro e pego uma toalha, depois até a cozinha e uma tigela para poder colocar o vidro e todo o lixo que eu produzisse para não sujar o sofá.

-Larga mão de ser idiota e lerda e conta logo, eu sou uma pessoa curiosa e você sumiu por uma semana e do nada apareceu com o braço ruim. -Ela diz e eu me sento ao seu lado e começo a preparar o material sobre a mesa de centro da sala.

Calço as luvas e olho pro seu braço que tinha certos pontos de queimadura e outros pontos que dava para ver perfeitamente o vidro ali. Nem pra poder limpar o ferimento ela tem coragem.

-Olha, isso deve doer um pouco, mas você já sabe e vai até merecer dependendo do que dizer depois que eu te contar o que aconteceu. -Digo e acendo a luminária ao lado do sofá e começo a retirar o vidro com a pinça. É claro que ela faz umas caretas. -O que quer saber primeiro?

-O Capitão América falou de mim? E foi ele quem te salvou? -Ela pergunta e eu olho com cara de tédio para ela que sorri de forma sarcástica. -Tá, o que aconteceu?

-Eu fui almoçar com ele e a Natasha depois de te deixar aqui, e quando o almoço acabou, eles precisaram ir embora. Me despedi deles e entrei no carro, e ai foi quando recebi uma ligação de alguém com uma voz robótica dizendo que estava com minha mãe. -Termino de retirar os vidros, por sorte não iria precisar dar pontos, se não teria de levar ela arrastada até o hospital mais próximo ou até minha casa para minha mãe fazer isso.

-Me diz que você descobriu quem foi o cretino que fez essa ligação. Mas antes me conta como é que você acabou com o braço, joelho e essa testa fudida. -Ela indaga e eu estreito os olhos em sua direção.

-Você é muito curiosa, meu Pai Amado. -Digo e pego uma gaze estéril e o soro para poder limpar as gotas de sangue que começavam a se formar dos pequenos cortes. -Bom, eu comecei a ir pra casa e ao parar em um semáforo eu ia desligar a chamada, mas ele disse que não era para fazer isso.

-Socorro, ele estava te observando. -Me interrompe e puxa o braço quando eu começo a passar a pomada para queimadura. -Isso tá doendo.

-Claro que está doendo, você se queimou e cortou com vidro, acha que vai fazer cócegas? -Digo e pego seu braço novamente e coloco na direção da luz.

-Sua estúpida. -Ela diz e volta a ficar quieta, hora ou outra reclamando de dor. -Continua a história que sou curiosa.

-Bom, eu estacionei o carro em uma vaga de qualquer jeito, e sim eu sei que ele estava me vigiando, e peguei meu notebook e liguei para tentar rastrear, já que eu sou uma ótima detetive. -Termino de passar a pomada e deixo secar um pouco antes de começar a enfaixar. -Ele disse que eu não deveria fazer isso, e que eu iria me arrepender, algo desse tipo, mas eu sou teimosa e continuei. E foi então que um carro surgiu do nada e acertou o meu com tudo. Antes de apagar eu escutei o pneu e olhei pro lado, vi a placa, ou parcial da placa que estava coberta com fita preta.

-Meu Deus, isso está parecendo história de Velozes e Furiosos. -Ela diz empolgada e eu sorrio como se realmente fosse, mesmo não sendo. -Na verdade aposto que vai ficar melhor.

-Então eu apaguei ao escutar a chamada sendo desligada e só acordei no hospital, Natasha e Steve estavam lá. -Digo e começo a enfaixar o braço de Layana de uma forma que não incomodasse ela. -Eles disseram que estavam procurando o culpado já, mas que seria difícil sem a placa, e eu claro que propus ajudar se eles me deixassem participar na hora de pegar esse babaca.

-Me diz que você já sabe quem é esse desgraçado que disse que estava com sua mãe.

-Até que eu queria saber, mas não. Mas sei quem é que estava dirigindo o carro no dia, e o nome dele é Rhian Albert. -Termino o curativo e dou um tapinha de leve que faz Layana me dar um tapa mais forte por conta da dor.

-Sua cretina, isso dói. -Ela diz e se levanta para sair de perto de mim.

-Vai querer saber da melhor parte ou não? -Pergunto e ela volta a se sentar perto de mim o mais rápido possível. Sorrio de forma diabólica e ela faz o sinal da cruz. Começo a rir e retiro as luvas. -Como eu já sei quem ele é, ainda não contei pros Vingadores, isso com a intenção de fazer com que eles me levem porque eu quero dar uns tapas e fazer ele falar porque fez essa merda.

-Mas você não é nem um pouco treinada para esse tipo de serviço, acha mesmo que vai conseguir agredir um brutamontes feito esse tal de Albert? -Ela diz e se levanta levando todo o lixo para a cozinha. Eu apenas sigo ela de forma despreocupada.

-Quem disse que não sou treinada? Bom, eu ainda não sou boa nisso, mas sei alguns belos golpes e vou melhorar logo. Só preciso continuar treinando mais para ser boa nisso. -Me sento na bancada e ela me olha torto, mas não me importo.

-Tu não tá na casa da sua mãe não, sua puta. Desce daí se não eu te dou uma voadora com os dois pés no peito que tu nem vai levantar do chão depois. -Desço da bancada e sento na banqueta. -Agora me diz uma coisa, que estou doida para saber. O Steve falou algo sobre mim ou não?

What if it was real?Where stories live. Discover now