𝟐.𝟏𝟓 - 𝐩𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐬

Start from the beginning
                                    

— Badboy? — Kenny pergunta.

— Uhum, tipo os motoqueiros descolados — Beth sorri.

— Por que está sendo legal comigo, Beth? — Kenny questiona, se virando para garota — Até uma hora atrás, não havíamos trocado nem 5 palavras.

— Maggie me disse que você precisava de uma amiga da sua idade — sorri — Eu sei que sou 6 anos mais velha mas… acho que é o mais perto de 11, né?

— Talvez — a morena olha para longe — Eliot também é mais velho — dá de ombros — 4 anos de diferença.

— Sério?! — a garota pergunta entusiasmada.

— Uhum — Kenny olha para a loira, que brincava com uma flor — Olha Beth, você não precisa de forçar a falar comigo. Eu agradeço mas…

— Olha, eu achei que ia ser chato, mas você é legal, então, considere que agora, eu estou aqui porque eu quero, e não por que a Maggie pediu.

— Você que sabe.

Um silêncio constrangedor paira no local.

— Talvez sua mãe seja uma louca sociopata a solta.

— Eu não duvido nada... - suspira - Ela... parece se odiar tanto, que tenta concertar os problemas dela em mim.

- Isso é uma droga.

- É, uma droga - se levanta - Eu... vou pra barraca.

— Tudo bem, até a janta!

— Até.

E ela mentiu. Como sempre, mentiu.

Não iria falar com Rick sobre Aliss, nem muito menos sobre os garotos. Não iria passar esse problema para frente, iria simplesmente ignorá-lo, como sempre faz. Só queria se distanciar de algo que lembrava Aliss. Por mais que a Greene apenas quisesse ajudar.

Não era de seu costume ter pessoas se preocupando com seus problemas, muito menos tentando resolvê-los. E tudo que a Anderson conseguia pensar, era a melhor forma de ignorar a discussão, ignorar a briga com os meninos, ignorar o celeiro. Ignorar tudo, até que as coisas sumissem magicamente. Como costumava acontecer.

As palavras de Aliss ainda martelavam em sua cabeça. E como não martelariam? A garota se culpava por se deixar influenciar tão facilmente por essa mulher. Se culpava ainda mais por levar cada palavra daquela maldita loira em consideração, como se realmente fossem palavras racionais.

A vergonha de qualquer mãe. Era isso que ela realmente era? Kenny realmente foi a culpada pela morte de Sophia?

Ela era fraca?

Dúvidas, dúvidas e mais questionamentos. Todos eles batiam subitamente nos pensamentos da pobre criança. Uma menininha, que deveria estar preocupada em brincar, ao invés de estar preocupada com problemas de adulto. Talvez Lori estivesse certa. Não existe mais a verdadeira felicidade. É realmente possível encontrar algo de bom? Nesse mundo?

Mas, no antigo mundo, era possível encontrar a verdadeira felicidade?

Talvez antes, para algumas pessoas a resposta fosse sim. Mas para Kenny, sempre foi quase impossível encontrar essa verdadeira e cega felicidade.

Sempre esteve rodeada de pessoas. Mas se sentia sozinha. Em pensar que se Eliot ou Riggs não estavam presentes, ela passava o dia sem falar com ninguém.

Sempre solitária, arrumando suas próprias distrações. Nunca se importando com o que os mais velhos falavam ao seu respeito. Sempre dependendo de alguém para fazer sua própria "felicidade"

𝐂𝐇𝐀𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐎𝐅 𝐑𝐄𝐅𝐋𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 - 𝐓𝐖𝐃Where stories live. Discover now