𝟐.𝟏𝟐 - 𝐓𝐢𝐫𝐞𝐝

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- Por que tá preocupada assim? - Carl pergunta para sua mãe, enquanto joga pedaços de milho para as galinhas.

- É meu trabalho - ela dá de ombros, enquanto sorri, jogando as migalhas para as galinhas. Não queria preocupar o filho com seus problemas de adulto, mesmo que isso estivesse a consumindo.

- Não é não. Você é dona de casa.

O moreno ao seu lado, que também alimentava as galinhas o olha com as sobrancelhas arqueadas em questionamento.

- Você era dona de casa, Lori? - Riggs pergunta.

- An? - ela ri diante da dúvida do menino, e do atrevimento de Carl - Olhem, até onde eu vejo, não tem nenhuma casa por aqui! - brinca, enquanto arremessa migalhas em ambos, que agora riam.

Riggs dá um peteleco em Carl, que retribui, e Lori observa a aproximação dos dois. Estava feliz por seu filho estar bem. Ele estava recuperando-se a todo vapor, e parecia lidar bem com o fato de Sophia estar desaparecida. Ou apenas fingir lidar bem com isso.

De qualquer forma, ao ver a felicidade do garoto, que aos poucos criava um vínculo com aquelas três crianças que apareceram de repente no acampamento, fazia seu coração ficar quentinho.

Mas isso não a impedia de se arrepender todos os dias em ter cogitado a possibilidade de afastar ele de seus novos amigos. Principalmente, de Kenny.
Se arrependia, muito. E também, agradecia mentalmente por Rick ter descoberto, e posto um fim nisso. Nessa restrição desnecessária, desse afastamento obsessivo.

Ela não poderia culpar as crianças pela vida que tiveram, nem pelo modo qual escolheram lidar com isso. Tudo que estava a seu alcance, era estar lá, se precisarem. Estar lá, como se fosse a tia que sempre sabe qual conselho dar.

No entanto, ainda se entristecia ao ver que Kenny, não a olhava nos olhos, na verdade, sequer fazia questão de dar a ela um bom dia. Mas entendia o lado da mais nova, e estava disposta a aguardar o tempo necessário até a menina perdoá-la.

- Acho que terminamos aqui - Riggs diz, batendo as mãos nas calças, limpando-as do farelo de milho.

- Precisa de mais algo, mãe? - Carl pergunta, enquanto faz o mesmo que o garoto ao seu lado.

- Acho que não, podem ir.

- Isso! - eles comemoram, e partem em direção para trás da casa.

Mesmo não sabendo ler relógios direito, eles tinham uma noção básica, de que estava por volta de 10 horas da manhã. O que era a hora exata da reunião super secreta dos curiosos enrustidos, ou melhor dizendo, RSSCE!

Três dias antes, eles haviam encontrado um lugar pouco ocupado na parte de trás da casa, que possuíam algumas mesas pequenas, típicas mesas de canto. Improvisando algumas cadeiras, eles fizeram de lá, seu "QG" secreto.

Quando os dois chegam lá, encontram Elliot, em pé em frente as mesas com uma régua em mãos, e Kenny, sentada em sua mesa, fazendo marcações com a faca na madeira da casa.

- Atrasados! - Elliot os repreende, enquanto ambos se sentam.

- Estávamos ajudando a Lori!

- Se sentem logo, hoje temos tópicos importantes da associação! - ele diz, com pose autoritária.

Carl se senta em sua mesa, que ficava ao lado de Kenny, e Riggs faz o mesmo, ficando atras de Carl.

- Oi - o menor sussurra para amiga, que apenas
o olha, sem responde-lo.

O rapaz não deixou de estranhar, e algo que também não passou despercebido pelo fiscal de estranheza do garoto, era a permanência das grandes olheiras da menina, maiores que o normal.

𝐂𝐇𝐀𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐎𝐅 𝐑𝐄𝐅𝐋𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 - 𝐓𝐖𝐃Where stories live. Discover now