Capítulo 64

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Quando cheguei em casa e vi meus novos amores sentados à mesa saboreando um lanche, me acovardei. Pensei em voltar correndo para rua. E faria isso, se Leonardo não me impedisse segurando meu braço.

— Combinamos de fazer isso juntos, lembra? Vai dar uma de covarde agora?— Falou vendo meu pânico no olhar.

— Eu não vou conseguir... — tentei me livrar da sua pegada, porém ele era mais forte que eu.

Fomos até eles e nos sentamos diante de Marcos. Ele nos recebeu com sorrisos, falando de boca cheia como foi divertido distribuir os presentes que compramos dias antes para as crianças do orfanato. É óbvio, que existiriam perguntas e mais perguntas do por quê elas estavam lá.

Laura, sempre mais sentimental, deixou umas lágrimas escaparem durante a sua narrativa. Ela via as meninas como princesas enclausuradas em torres esperando uma salvação. 

— Você não tem filhos, tio Léo, poderia adotar algumas....— Falou lembrando de quanto ela o achava parecido com os príncipes dos contos de fada.

— Tem regras para isso, Laura. Tipo, eu teria que ter uma esposa. E na verdade, eu nem namorada tenho!— O moreno se justificou.

— Mas, elas estão tão tristes! Tão sozinhas!— Ainda insistia.

— Podemos visitar elas sempre que você quiser!— Léo lhe deu um beijo carinhoso na menina e roubou um pedaço do bolo do seu prato.— Que tal um chá de princesas? Eu levo comida, bebidas, brinquedos...

— Roupas e maquiagens também, por favor!— Completou mais animada. Marcos, imitou com caretas a fala da irmã revirando os olhos.

— Nós poderiamos fazer jogos com os garotos!— Marcos interveio ele não queria ficar de fora.— Tipo, que tal um time de futebol?

— Boa ideia!— Falei rindo por fora e tremendo por dentro. Tínhamos que acabar com aquela tortura de uma vez.— Marcos... Eu e o Léo... Nós temos algo para contar para você...

Noah me encarou e nem precisei dizer sobre o que era. Entendeu de primeira e mudou a postura para um tom mais sério. Na real, pensei que ele e Laura fossem sair. Nos deixar falar com Marcos e depois...

— Nós somos um familia!— Brincou vendo o nosso nervosismo — Quando os pequenos poderem ouvir a conversa e tiverem direito a participar...

Isso não ajudou muito. Por um lado, era bom que os dois ouvissem ao mesmo tempo. Seria um trabalho só. Porém, em tese e documentos, são gêmeos. Como explicar que não são irmãos?

— Bom... — Leonardo começou. — Vocês sabem de onde vem os bebês?

— Léo! Por favor?— O reprimi. O que ele pensava em dizer?

— O que foi? Não é para contar para ele?— Falou assustado.

Sim. Era. Mas, seria esse o melhor jeito? Vi Noah e Marcos sorrirem com nosso embaraço. Marcos puxou Léo pela camisa e quando se aproximou dele, lhe cochichou algo no ouvido.

— Que isso menino! — Ele parecia assustado com o segredo do garoto que escondia a boca com as mãos e gargalhava. — Minha primeira tarefa como... — pensou na palavra e a enguliu.— Sério, Marcos? Vou lavar a sua boca com sabão!— Começou a gargalhar também. E por um momento, me questionei se queria saber o que ele falou em seu ouvido.

— Então, deu positivo?— Noah deixou a pergunta no ar. Ele sabia dentro de si a resposta e não precisava de um exame para isso.

— O que deu positivo?— Laura perguntou curiosa.

— Você está grávida, Any?— Marcos arregalou os olhos e isso me preocupou. 

Noah pode ter filhos. Não teve mais por que a esposa ficou doente. E agora, provavelmente vai querer um que sele a nossa união. E esse pensamento... Quase me fez surtar. Filho? Acabei de ganhar um!

Ao Acaso Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora