Capítulo - 26 ☆

60 20 4
                                    

Quando abri os olhos pela manhã, acordada pela claridade que entrava pela janela, senti que algo pressionava forte minha barriga. Sonolenta, imaginei senão seriam as "borboletas" querendo fugir do meu estômago.

Desci devagar e apreensiva a mão até a pressão em questão, sentindo que a medida que isso acontecia, uma ansiedade me dominava. E um certo calor preenchia meu corpo.

Não. Não eram borboletas. E sim, uma mão pesada de alguém adormecido repousando sobre ela. Revirei os olhos com raiva ao perceber que, junto à mão, estava o conjunto completo de braço e corpo chamado Leonardo.

Como ele ousava dormir de conchinha comigo? O corpo dele tão colado ao meu, com aquele cheirinho de perfume igual ao do meu falecido marido, trouxe umas lágrimas de tristeza aos meus olhos. Por impulso talvez, recostei melhor nele e senti falta do corpo do seu irmão.

Sempre acordava com ele nessa mesma posição. E quando a minha mão pousou sobre a dele, por impulso, ele entrelaçou nossos dedos. Muitas coisas mudaram depois da morte de Chris, e dormir com uma mulher literalmente, foi a primeira vez de Leonardo.

Ele é o cara que usa e joga fora as garotas. Mesmo tendo um caso mais sério com Ana, sempre fugia dela e voltava para casa dormir sozinho. E neste momento, não sei se fico lisonjeada ou enojada. E a coisa fica pior, quando me se aperta mais em mim e beija por impulso meus ombros...

Virei-me rápido contra ele e o hálito de álcool que vinha da sua respiração quase me embriagou. O empurrei com força, irritada com a ousadia de se aproveitar do meu entorpecimento com analgésicos para ter a liberdade de dormir comigo.

E já estava pronta pra dizer um monte de palavras nada agradáveis, quando ele acordou assustado, passou a mão pelos cabelos em desalinho e com aqueles grandes olhos verdes, traço genético da família, lembrança cruel e dolorosa de Chris, desejou um bom dia!

Seu sorriso embaraçado tentava pedir desculpas antes mesmo do dono, que por causa do efeito do álcool, tentava se ambientalizar piscando os olhos para se livrar da ardência da claridade.

--- Você está se sentindo melhor?--- A voz doce dele deve derreter as garotas de paixão. Mas, não sou uma delas e nem quero fazer parte dessa imensa lista.

---Não! Tem um bêbado dormindo ao meu lado.---Eita, que comecei o dia com um belo coice! ---O que você está fazendo na minha cama?

Não quero em nenhum momento imaginar o que possa ter feito ao meu lado enquanto estive dormindo. Sei o quanto é pervertido, mulherengo e mesmo sabendo que é meu cunhado...

Meu estômago já embrulha com os pensamentos obscenos que passam pela minha mente.

--- Cuidando de você! Fazendo o que me pediu! E puta caralho! Como meu irmão aguentava esse seu bom humor ao acordar?---
Falou já saltando da cama e indo em direção ao banheiro, tropeçando no caminho e resmungando um palavrão.

Pelo caminho que fez, vislumbrei o tórax despido, as costas e aqueles ombros largos. A pele bronzeada e fiquei agradecida por a calça jeans dele estar presente no corpo.

Foda-se! Seu irmão era meu marido. O homem que eu mais amava no mundo! E tenho certeza, era bem gentil com ele ao acordar. Penso enquanto, não nego, reparo em cada detalhe do seu corpo. E admito, Leonardo não é um cara de se jogar fora!

Sentei melhor na cama e puxei as cobertas até a altura do peito. Não que esse pijama ridículo de florzinha, pudesse despertar algum tesão em um homem mas, é o Léo. E com ele, até a rainha da zumbilândia despertaria desejos e fetiches.

--- Melhorou agora?---Voltou com o rosto úmido e engatinhou na cama até perto do meu rosto, soprando seu hálito cheirando a creme dental e bala de hortelã.

Ao Acaso Do DestinoWhere stories live. Discover now