Capítulo - 42 ☆

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Guardei bem aquelas palavras de Léo. Talvez, se um milagre acontecesse, desse uma chance para o seu amor por mim, que parecia ser tão verdadeiro e bonito. Só que meu interior, já me avisa desiludido que agora é tarde. Que não existe uma salvação e o que me resta é o arrependimento de nunca ter o levado a sério...

Pensei no meu último minuto aqui na terra, nas horas de carinho que ganhei daquelas crianças. Lembranças que levarei para a eternidade de como é simples ser feliz. Não posso dizer que morrerei feliz. Precisava de mais tempo com elas. Mas, pelo menos por algumas horas, tive o prazer de ser mãe...

Nós escutamos os disparos...

Ensurdecedores...

Senti o projétil passar rente ao meu rosto. Balançar o meu cabelo e riscar minha pele.

Queimando...

O sangue escorrendo em fina linha...

O abraço forte e bem apertado de Leonardo me jogando no chão...

O impacto do meu corpo na terra e o peso dele sobre mim, me protegendo do impacto das próximas rajadas de tiros.

Continuei escutando meu coração desesperado querendo fugir de mim. Ele ainda batia. Desesperado e descompassado. Mas, batia fervorosamente em meio peito lembrando que ainda não foi dessa vez e que pelo menos por enquanto estou viva.

Ouvi mais tiros. A morte gargalhando em nossa volta e torcendo como se fosse uma final de campeonato. Estava afoita em saber quais almas ceifaria. Parecia apostar com seus anjos quais seriam seus.

Tinha medo de abrir os olhos e talvez, perceber que Sheila nos faria morrer minguadamente ali naquele chão. Sangrando em meio a várias perfurações. Devagar e dolorosamente.
Mas, não havia dor para isso. Só os ouvidos reclamando dos disparos da arma de Leonardo tão próximo a eles.

Os movimentos de Léo sobre mim, engatilhando e disparando sua arma, denunciavam que algo deu errado. Deixei de ser covarde e abri meus olhos. Sheila estava caída de bruços no chão. Uma poça vermelha na altura da sua cabeça começava a se formar. E com o corpo totalmente inerte, deduzi que provou do seu próprio veneno.

Noah havia dominado um de seus capangas aproveitando o tumulto, que assustado com o ocorrido baixou a guarda e foi nocauteado com um soco. Outro foi baleado por Léo na perna e o terceiro foi detido por Lorenzo...

Dei um sorriso aberto e aliviado ao ver o nosso salvador. Sabia que os deuses não poderiam nos abandonar. O moreno de ares espanhóis chegou no momento preciso, eliminando Sheila e desarmando seus comparsas.

Léo deve ter acertado mais alguém. Pois tinha a arma apontada na direção da quadrilha e feito alguns disparos. Para nosso desespero, um daqueles fugiu mancando pelo mato.

--- Vocês estão bem?--- Lorenzo se aproximou de nós jogados ali no chão um por cima do outro, já pegando o celular e chamando algum reforço e uma ambulância.

--- Acho que não...--- Léo foi o primeiro a falar. --- Tem uma puta dor no meu ombro!--- Gemeu levando a mão sobre o local e a trazendo a sua frente toda tingida de vermelho.

--- Léo, você está sangrando!---Falei desesperada tentando tirar ele de cima de mim. A dor nunca experimentada antes o deixou manhoso. Pesado e difícil de levantar.

Noah se aproximou depois de prender os sobreviventes com as algemas de Sheila, ele e Lorenzo tiraram Léo de cima de mim e o deitaram de costas no chão. Havia um orifício no ombro direito, justo onde o colete não cobria, sangrava muito e minha blusa estava toda tingida de vermelho também.

Ao Acaso Do DestinoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora