𝟐.𝟏𝟏- 𝐈 𝐡𝐚𝐭𝐞 𝐦𝐲 𝐦𝐨𝐦

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Andando até lá, consegue observar. Não era tão alto, nem difícil de alcançar. Com um pé atrás do outro, ela consegue subir, tendo que empurrar uma pequena porta de madeira para realmente conseguir entrar.

Quando entra, o cheiro de catinga e estrume se espalha por suas narinas, a fazendo ter ânsias de vômito, e sequências de caretas de nojo.

O lugar não possuía uma iluminação adequada, e ela não havia trago lanternas, obviamente. No entanto, o som daqueles que se arrastavam pelo chão e grunhiam incansavelmente, entupia seus ouvidos.

Andando um pouco mais para frente, apoia seus braços em uma viga de madeira, conseguindo esticar seu corpo para frente, e tendo uma melhor visão do que estava abaixo de seus pés.

De fato, não era uma imagem muito agradável de se ver, ainda mais, quando parecia que todos eles olhavam para ela, penetrando sua alma o mais profundo possível.

Seus olhos começam a lacrimejar, e ela não consegue conter as lágrimas que agora escorriam de seu rosto sem nenhum freiar. Se senta na madeira, ainda os observando de cima, mas sem largar sua faca.

Suas mãos tremiam, mas a menina ainda os observava, e era recíproco. Eles começam a amontoar-se próximos a onde ela estava, e a menina, em reação a isso, se levanta bruscamente.

Ainda sem se soltar da viga de madeira, ela acaba vendo um zumbi menor que os demais. Parecia ser uma criança, ou um adulto realmente pequeno. Estreitando ainda mais seu olhar, consegue perceber uma cabeleira loira, de tamanho médio.

Quando estava prestes a conseguir ver o rosto, um disparo soado de trás chamou sua atenção, a fazendo se assustar, e deixar sua faca cair no olho de um errante. O que fez os irracionais se agitarem ainda mais.

— Droga! Droga, droga! — ela escuta mais um disparo, e se vira rapidamente em direção à fresta, saindo de lá sem nem olhar para trás, e também, sem fechá-la.

Correndo em direção por onde o tiro soou, ela enxerga Aliss, carregando um servo pelas pernas.

— Mãe! — Kenny grita enquanto corre até a loira, mas é ignorada — Mãe! — chama a atenção da loira, puxando seu braço.

— O que é, Kenny?! — questiona, mal humorada.

— Errantes! No celeiro! Por toda parte! —  berra, enquanto tenta puxar Aliss pelo braço, mas sem conseguir tirar a mulher do lugar.

— Do que você tá falando? Que história de merda, vai arrumar o que fazer vai! — se solta do braço da morena, voltando a caminhar com o servo em mãos.

— Você não tá entendendo! — Kenny se põe à sua frente — Tem errantes de verdade lá dentro!

— Não, Kenny, você que não tá entendendo — a mulher passa reto pela garota, sem perder sua pose autoritária — Não tem nada lá, para de tentar chamar atenção.

— Que merda! Eu não to tentando chamar a atenção coisíssima nenhuma! Você nunca me escuta! — A Anderson esbraveja, enquanto pisa forte no chão e cerra os punhos — Quando eles aparecerem e te comerem no meio da noite, você vai acreditar em mim!

— Pode tentar contar essa historinha pros idiotas que você chama de amigos, talvez eles acreditem nessa baboseira!

— Baboseira? Baboseira?! — a garota berra, desacreditada — Você nunca acredita em mim! — põe a mão na própria cabeça, sentindo leves pontadas de seu quase cicatrizado machucado — Você age comigo como se eu tivesse 7 anos!

— Tanto faz a forma que eu ajo ou deixo de agir com você, garota — Aliss a olha de cima, com uma raiva penetrante — Você é extremamente imatura, extremamente irresponsável, extremamente irrelevante. Se quer tanto chamar atenção, se pinte de ouro, vai ser mais convincente do que essas suas mentiras inúteis.

𝐂𝐇𝐀𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐎𝐅 𝐑𝐄𝐅𝐋𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 - 𝐓𝐖𝐃Where stories live. Discover now