Josh Evans é um típico clássico e adorável de clichê: bad boy, jaqueta preta, popular, festas nos finais de semana, sempre tem a garota que ele quer só precisando dar um sorriso acompanhado de uma cantada barata e pronto ela está em sua cama.
Sua vi...
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Meu quarto era iluminado com uma sequência de tons amarelados para depois ficar escuro novamente. Meu braço e perna ainda doíam quando eu me movimentava e isso tornou meu banho a alguns minutos uma atividade árdua.
A queda ainda passa em loop pela minha cabeça quando eu fecho os olhos, eu ainda sentia o mundo girar e o peso da moto do meu adversário em cima da minha perna. Nunca tinha sentido tanto medo como senti naquele momento, enquanto ainda estava caindo e me arrastando pelo chão eu senti na pele um medo que nunca mais tinha sentido depois do acidente dos meus pais. O medo e a certeza que eu iria morrer.
Por sorte, Kev chegou rápido o suficiente para tirar a moto em cima da minha perna e me levantar do chão de terra batida. Meu braço descoberto pela minha jaqueta estava vermelho e eu via sangue escorrer pelos arranhões dele. Eu insisti para ele não ligar para Josh, mas contra todos os meus pedidos ele ligou para meu namorado que em poucos minutos já estava no hotel me olhando com raiva.
Nossa briga ainda era uma memória vivida para mim, ainda conseguia escutar suas palavras agressivas em direção a minha e mesmo a contragosto sabia que tudo o que ele falou era a verdade. Não fiquei feliz quando descobri que Doc também havia chamado meu padrinho, diferente de Josh ele não falou nada enquanto me trazia para casa. O que só tornou tudo pior.
Meus olhos pesavam, mas eu não conseguia pegar no sono nem tinha vontade de ler nenhum livro. Fiquei ali pensando enquanto as luzes amarelas piscavam em uma sequência rítmica até eu finalmente cair no sono de exaustão. Acordo escutando som de violão junto a uma voz que eu conhecia muito bem. Me levanto da cama tropeçando nos meus próprios pés ansiosa para olhar quem estava debaixo da minha janela.
Assim que me apoio tomando cuidado para não cair e nem me machucar mais, vejo um Josh sentado na frente da minha janela cantando "It Will Rain" do Bruno Mars, Josh dá tanto ênfase na primeira estrofe que faz meus olhos encherem de lágrimas. Continuo escutando atentamente cada palavra cantada por ele enquanto mais lágrimas caiam dos meus olhos.
— O Romeu, o que fazes na minha janela tão cedo? -pergunto esperando que ele entenda a referência, depois de alguns minutos de cara franzida ele finalmente entende minha fala e abre um sorriso.
— Minha cara Julietta, eu estou aqui pois meu amor por ti é demais para uma simples briga boba nos afastar. -ele faz menção de subir, mas se toca que não tem como escalar até meu quarto, reviro os olhos e desço as escadas em passos rápidos.
