𝟏.𝟖 - 𝐁𝐋𝐔𝐄 𝐁𝐎𝐘

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— Quem liga? A gente tem que voltar pro acampamento logo antes que eles vejam a gente.

O garoto se mantém em silêncio, com uma expressão estranha no rosto.

— O que é?

— Eu acho que vi um vulto por lá — aponta para floresta.

— Porra, por que não falou antes? - reclama, se abaixando e puxando ele pra baixo.

— Palavrão denovo!

— Não enche, tampinha! — as mãos da morena tateiam o chão — Achei essa, pega — coloca uma pedra na mão dele.

— O que você ta pensando? — ele pergunta.

— Você é menor que eu, eu vou te dar pezinho e você sobe nessa árvore, okay? — aponta pra cima, na direção da árvore.

— Mas e você?

— Você vai me ajudar a subir depois, essa árvore é alta, um errante de merda não vai saber escalar.

— Tem razão, tá bem.

— Vem.

A garota apoia o próprio ombro na árvore e faz uma concha na mão, que serviria de apoio aos pés do rapaz. Ele pisa e se impulsiona pra cima

— Consegui! — ele diz sorridente, e logo estende a mão para menina — Sua vez!

— Boa — ela segura a mão dele com força, e prensa o pé na madeira, logo pegando impulso, mas o menino parece não me aguentar o peso dela, fazendo com que ela caia de bunda no chão.

— Kenny! — ele grita.

— Ai, droga — a de olhos azuis resmunga, colocando a mão no lugar onde doía.

— Eu vou descer!

— Não! — ela se apoia no chão, se levantando  — Você gritou, se tiver realmente alguém aqui esse alguém vai... — ela força a vista. A escuridão dificultava sua visão, mas claramente havia algo apontado para minha testa.

— O que você tá fazendo de madrugada sozinha? — o homem para de apontar tal arma desconhecida, e finalmente pode ser reconhecido;  era Daryl.

— Daryl? Por que você tá me seguindo?

— Você não respondeu à minha pergunta.

— E você também não.

— Para de teimosia e me responde logo.

— Eu não to de teimosia, é só que... — algumas folhas da árvore fazem barulho, certamente era Carl, tentando fazer uma distração não tão boa — Na verdade, eu tava procurando umas frutinhas sabe, pra jogar na sua cara depois - ela mente, tentando desviar a atenção de Daryl a Carl, na tentativa de evitar que o nanico levasse uma bronca de sua mãe.

— Hm — o mais velho põe a mão na cintura — Você mente mal.

— Não minto não.

— E ainda se entrega.

— Foda-se — bufou, cruzando os braços— Agora você tem que responder à minha pergunta.

— Eu vi você sair e queria saber se ele veio encher você denovo.

— Quem? O seu irmão calvo?

— É.

— Hm, não, ele não fez nada — levanto a sobrancelha — Mas por que você se importa? Até onde eu sei, eu joguei frutas podres na sua cara.

— Vamos deixar essa parte pra depois, quando você menos esperar vai ser a sua cara lambuzada de frutas — ele diz e a garota solta uma falsa risada, com um tom de arrogância.

𝐂𝐇𝐀𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐎𝐅 𝐑𝐄𝐅𝐋𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 - 𝐓𝐖𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora