Capítulo 41- Viagem dos sonhos

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Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo de flames. Como sempre, espero pelo feedback de vocês. Beijos, Rosana. Ps: Eu amo essa música.

ANNE

As notas musicais deslizando pelo ar fizeram Anne respirar mais fundo, e se concentrar no homem ao piano que parecia brilhar bem mais que a luz que o destacava no palco. O silêncio era tão marcante, que parecia que ninguém ali na plateia ousava respirar e quebrar a magia do momento, onde todos olhavam para o rapaz que tocava, cujos dedos produziam um som quase sobrenatural, quase divino como um coro de anjos vindo do paraíso.

Anne já vira isso acontecer pela televisão, quando assistia a algum espetáculo sentada confortavelmente no sofá da sua sala, mas, participar de algo assim ativamente a fazia se sentir quase tele transportada para um outro mundo, onde apenas existia aquela imensidão de sons cheia de beleza e cor, e tornava sua conexão com o rapaz ao piano ainda mais profunda.

Ela se lembrou da primeira vez que vira Gilbert tocar, e como ele conseguira com apenas algumas notas mexer com uma parte sua que ela considerava completamente apagada. Sem nem ao menos saber que estava em frente ao homem de sua vida, ela se deixara envolver e fora presa naquela doce teia tão doce de amor da qual não queria nunca se libertar.

Anne jogou os cabelos para trás e ajeitou a saia do seu vestido de noite, enquanto pensava na correria que tinha sido os últimos dias. Eles chegaram nos Estados Unidos há uma semana, e tudo o que tinham feito fora entrar e sair de hotéis, pois cada dia a apresentação era em um local diferente, e nem sequer tiveram tempo para um tour rápido por onde passavam. Embora Anne estivesse adorando a experiência, ela sentia falta dos momentos às sós com o namorado, que fazia de tudo para lhe dar atenção, e se desculpava a cada cinco minutos pela falta de tempo de não poderem se curtir mais intimamente.

Apesar do pouco tempo que tinham, e só realmente se falarem entre as refeições rápidas e a noite, quando Gilbert sempre acabava adormecendo antes que concluíssem uma conversa por conta do cansaço, só de estar com ele em todos os seus momentos importantes a deixava extremamente feliz, pois sentia que ele a queria por perto, e desejava que Anne soubesse disso, mostrando-lhe que ela era uma parte primordial daquela viagem e de sua vida, e nunca ninguém fizera isso por ela antes. Felizmente aquela era a última apresentação daquela semana, e Gilbert lhe prometera que lhe faria uma surpresa, fazendo com que Anne se sentisse completamente ansiosa, tentando adivinhar o que seria.

Naquele instante, a voz de Gilbert no microfone chamou a sua atenção, e ela deixou de divagar para prestar atenção no que ele estava dizendo:

- Bem, pessoal. A próxima música é uma composição muito especial minha que fiz a um certo tempo, e que foi uma surpresa e tanto quando ela se tornou um dos meus trabalhos mais requisitados. Eu não pretendia torná-la algo comercial, mas, desde que a toquei em um recital em Toronto, ela acabou fazendo parte do meu repertório fixo. Então, eu lhes apresento Ammybeth.

Gilbert voltou a se sentar no piano enquanto Anne franzia o cenho, e sentia-se estranha ao ouvir a mesma música que vira sobre a mesa de trabalho dele no outro dia, intuindo de alguma forma que tanto a música quanto o nome título eram importante para ele de alguma forma, assim como ficou surpresa ao perceber que era a mesma música que ele tocara no primeiro recital que assistira de Gilbert, e que a fizera chorar.

Naquele momento, não era bem uma vontade súbita de chorar que apertava sua garganta, e sim um ciúme inesperado de saber, ou pelo menos imaginar, que outra mulher o tinha inspirado a compor algo tão bonito e profundo, além dela.

Anne tentou se livrar do sentimento absurdo, e até mesmo tolo de algo que poderia ter acontecido bem antes dela, mas, não conseguia não sentir aquela pontada em seu coração que lhe roubava mesmo que momentaneamente sua paz. Estava tão apaixonada que qualquer coisa envolvendo Gilbert a atingia diretamente, e tinha vergonha de admitir que sentia ciúmes até das garotas mais atiradas que via nos eventos se insinuando para ele, mesmo que Gilbert mantivesse apenas um sorriso educado no rosto, enquanto distribuía seus autógrafos, e não deixava que nenhuma delas chegasse perto demais. Anne não sabia se dava muita bandeira nesses momentos, mas, por muitas vezes ela o pegara examinando seu rosto com atenção, e então, ele entrelaçava seus dedos nos dela, e lhe dava um selinho carinhoso, como se quisesse que Anne entendesse que ela era a única em sua vida, e a quem ele realmente amava.

Anne with an E-  flames of the past- AUWhere stories live. Discover now