Capítulo 22- O gosto do pecado

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Olá, pessoal, Novo capítulo de flames. Espero pelos comentários. Beijos

ANNE

Vários minutos tinham se passado, desde que Anne saíra do restaurante, mas, ela continuava a dirigir sem rumo, pois não tinha a menor vontade de voltar para o escritório, e se enterrar em uma pilha de processos que demandaria toda a sua atenção quando ela não tinha cabeça para nada naquele exato momento.

O celular tocou, e ela olhou rapidamente para o número que a tela exibia, e quando viu que era Billy, Anne ignorou totalmente a chamada. Não podia falar com ele no estado em que se encontrava. Ela nunca perdera o controle de seus sentimentos daquele jeito antes, e temia que se atendesse a ligação do noivo, não saberia disfarçar, e ele desconfiaria que algo estava errado com ela, e insistiria em saber a razão de sua noiva tão normalmente segura de si estar à beira de um ataque de nervos.

Ela fez uma curva e se olhou no espelho, e somente naquele momento foi que ela percebeu que ainda chorava, e nem se lembrava mais da última vez que algo a tinha afetado tanto que não conseguira parar de soluçar. Desde que se tornara uma mulher adulta, ela aprendera a não se deixar atingir pelo que quer que fosse, por isso, ela sempre conseguira tirar o melhor de todas as suas experiências, principalmente das ruins, porque elas lhe ensinavam a nunca cometer o mesmo erro outra vez. Mas, naquele caso, não havia lições a serem aprendidas, a não ser tentar recuperar a Anne que se perdera no momento em que seu caminho se cruzara com Gilbert Blythe.

Anne balançou a cabeça, tentando afastar a imagem de Gilbert que de repente se materializou diante dela. Não podia estar tão encantada por alguém que mal conhecida, e no entanto, todos os seus esforços para mantê-lo longe de seus pensamentos pareciam surtir justamente o efeito contrário, provando a ela que o que o pianista dissera no almoço daquele dia era a mais pura verdade. Ela não conseguia controlar suas emoções em relação a ele, e justamente por isso, era melhor que ficasse longe dele antes que fizesse uma loucura do tamanho do mundo, e arruinasse com todos os seus planos futuros e arrasasse com sua carreira.

O que ela estava pensando quando deixara que ele a envolvesse com sua lábia de Dom Juan? O cara era um galinha, não podia ver um rabo de saia, e uma boa pesquisa na internet lhe mostrara que suas conquistas não duravam mais que uma noite, pois Gilbert nunca era visto com a mesma garota mais de duas vezes, o que a fazia se odiar por ter permitido que ele ultrapassasse todos os limites do bom senso. Ele a beijara, e o pior fora que ela o beijara de volta, e não conseguia se arrepender. Era como se estivesse possuída por algo maior que todas as suas forças, e quando o primeiro beijo fora trocado, Anne simplesmente não conseguira mais se libertar. Os lábios de Gilbert eram como uma droga que uma vez provada se viciava para sempre, e se não tivesse fugido daquele contato quando encontrara um mínimo de juízo para fazê-lo, ela bem sabia onde teria terminado sua noite.

Anne voltou sua visão para a estrada, e descobriu inconformada que estava em uma rua sem saída, e precisaria voltar, mas para onde iria naquela hora do dia se decidira que não voltaria para o escritório? Ela tinha ligado à meia hora para sua secretária, avisando que não estava se sentindo bem e ficaria em casa o resto da tarde, e que ela deveria reagendar todos os seus compromissos para o dia seguinte, ou para os próximos dias caso tivesse problema de horário com alguns deles. Então, poderia simplesmente fazer o que dissera, ir pra casa, só que aquela ideia também não era tão atraente, pois não queria ficar sozinha, sabendo como sua mente funcionava. Ela precisava desabafar, antes que ficasse completamente maluca com tantos pensamentos que não a deixavam em paz.

Em questão de segundos, ela decidiu para onde iria, em um comportamento incomum que não combinava em nada com a advogada responsável que ela era. Contudo, naquele dia nada do que acontecera com ela fora normal, então, que se danasse seus compromissos, o seu trabalho, pois ela era humana e merecia se desligar pelo menos por algumas horas de sua vida profissional, para se focar na garota de vinte e quatro anos que naquele instante precisava de colo, e somente havia uma pessoa que poderia dar-lhe aquele consolo.

Anne with an E-  flames of the past- AUWhere stories live. Discover now