Chegada em Konoha

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Sarada observava pela janela do carro e via a chuva forte que caia sem piedade, a jovem limpou um pouco o vidro molhado com a manga do suéter para enxergar melhor a estrada escura naquela noite, apenas os faróis do automóvel ligados iluminavam a escuridão. Sarada estava cansada, ela e sua mãe, Sakura, estavam bem agasalhadas, com os cabelos presos em rabos de cavalos firmes, mas a viajem já durará horas e as últimas refeições que comeram foram formadas por hambúrgueres nada nutritivos de fest-food's.

- Porque isso sempre acontece ? - Sarada perguntou deixando de olhar a estrada e se virando para sua mãe que dirigia.

- Isso oque querida ? - Sakura perguntou desviando por um estante os olhos da rua para olhar a filha.

- Porque sempre nos mudamos, começamos a nos estabilizar e do nada você fala "Arrume as malas querida, vamos pra outro lugar"

- A vida é assim, é complicado. Mas você sabe que não precisa de uma cidade ou casa fixa porque...

- Somos o lar uma da outra - Sarada concluiu - sei disso é que... você vai fazer trinta e três anos mãe, nunca vi você parar em um lugar desde que eu nasci quando você tinha dezesseis.

- E porque eu pararia ? - Sakura perguntou sorrindo.

- Não sei exatamente. Quem sabe pra achar um amor ou um lugar pra descansar na velhice - Sarada respondeu.

- Um amor ? - Sakura levantou uma sobrancelha novamente desviando os olhos da estrada e olhando Sarada.

- É mãe, um homem que te faça feliz, não quer dar uma nova chance pro amor ou algo do tipo ? O papai foi tão ruim assim a ponto de te fazer desistir de encontrar alguém novo ? - Sarada perguntou mencionando o pai que nunca viu.

- Sarada... Seu pai... Olha você sabe que é difícil falar dele - Sakura suspirou - Veja só, já chegamos - a rosada sorriu olhando a grande placa na beira da estrada.

Sarada voltou a olhar pela janela para também ler a placa, a chuva começará a diminuir e a garota desistiu de falar sobre seu pai já que, novamente, Sakura mudou de assunto ao Sarada mencionar ele. Na placa se lia "BEM VINDOS A KONOHA" e conforme Sakura seguiu dirigindo, elas chegaram até ruas mais bem pavimentadas e começaram a ver estabelecimentos grandes com anúncios luminosos nos dois lados da rua. Oque impressionou Sarada que não estava acostumada com cidades grandes.

- Nossa. Acho que é a maior cidade em que já estivemos - a jovem falou com um certo frio na barriga, sentia medo mas também tinha expectativas.

- Essa noite vamos procurar um hotel - Sakura explicou - amanha vou procurar um novo emprego e te matricular no colégio local, vai ser ótimo não acha ?

- An. Sim, claro, e também vou ver se acho um trabalho - Sarada concordou, em parte para não desanimar sua mãe mas também para se animar apesar do cansaço que sentia.

E assim como Sakura havia planejado de fato elas dormiram em um hotel naquela noite. No dia seguinte, Sarada saiu para achar um trabalho, ao andar pelo centro ficou impressionada com o movimento da cidade mas manteve o foco, Konoha era um tanto barulhenta, mas a chuva havia deixado o tempo fresco e limpo.

Sarada conseguiu um emprego de garçonete em um pequeno Starbucks no centro, já de tarde ela voltou para o hotel e junto de Sakura pediu comida chinesa. Elas agora comiam na cozinha pequena do hotel, um lugar mobiliado de forma simples mas bem iluminado.

- E então filha, como foi seu primeiro dia na cidade ? - Sakura perguntou e levou a comida até a boca.

- Foi legal, arrumei um emprego de garçonete em um Starbucks que precisa de alguém nos fins de semana. E como foi o seu dia mãe ? - Sarada falou pegando um copo na mesa.

- Então - Sakura abriu um grande sorriso - consegui um serviço de empregada na maior mansão da cidade, a residência dos Uzumakis.

- Uzumakis, tá falando da famíla do famoso empresário Naruto Uzumaki ? Eu só fã dele - Sarada sorriu também - Ai meu Deus, mãe, vai trabalhar lá ?

- Sim, fico feliz por saber que você já conhece um pouco os Uzumakis e goste da família - Sakura falou.

- Não da família toda - Sarada falou abaixando a voz.

- Como assim filha ?

- A família Uzumaki é composta pelo senhor Naruto, pela senhora Hinata e pelos três filhos deles, o filho do meio é que o problema. Boruto Uzumaki, um idiota que se acha - Sarada revirou os olhos.

- A sim eles me falaram que tem três filhos, esse Boruto tem a sua idade certo ? Pensei que poderiam se dar bem, quem sabe até serem amigos.

- Eu ? Amiga daquele cara ? Nunca vou querer chegar perto dele - Sarada começou a gesticular - Já pesquisei sobre os filhos do Naruto incluindo ele e não gostei da peça.

- Oque sabe sobre ele ? - Sakura perguntou.

- Não conheço a aparência dele muito bem, não me dei ao trabalho de pesquisar então só vi poucas fotos dele com raibans ou em paisagens grandiosas, mas sei que ele é um mimado que não valoriza o império que os avós dele ergueram e mesmo assim vai ganhar ele de bandeja junto com os irmãos.

- Filha não julgue as pessoas assim, pode se surpreender com ele. Eu pensava o mesmo de um certo rapaz, que ele era mimado e... quer saber esquece, já acabou de comer ? Hoje você vai lavar a louça aliás.

- Mas mãe eu já paguei a comida chinesa de hoje. Lembra do nosso trato certo ? - Sarada quase fez um biquinho.

As duas, a alguns anos atrás, fizeram um acordo de sempre que uma pagava a comida a outra lavava a louça oque, de fato, Sakura respeitou.

- Ok você me pegou, eu lavo. E você oque vai fazer ?

- Estou pensando em ir até uma livraria, quero completar minha coleção da Cassandra Clare.

- Numa hora dessas filha ? Já são quase nove da noite.

- Sim, eu não fui antes porque não tinha dinheiro mas meu novo chefe no Starbucks me deu um adiantamento por aceitar o emprego de última hora, eu só tinha passado lá buscar um café e ele me puxou para oferecer o serviço entende. E ler vai me ajudar a dormir.

- Toma cuidado tá, essa cidade não é como as que você tá acostumada, Konoha é grande e cheia de pessoas com intenções ruins - Sakura falou preucupada.

- Eu sei mãe, fica tranquila eu sei me virar - Sarada respondeu se levantando e deu um beijo na bochecha de Sakura.

Sarada então vestiu um grande casaco preto, pegou sua carteira, foi pro corredor que encontravam ao abrir a porta da sala, pegou um elevador, passou a recepção simples e saiu do hotel. A noite estava um tanto escura e fria, Sarada sentiu falta de mais estrelas no céu mais poluído do que os dos outros lugares onde ela morara mas a lua era a mesma de sempre, grande e brilhante com uma familiaridade reconfortante. Ela logo achou uma livraria e entrou.

Sarada não demorou para achar oque queria, logo comprou três livros no lugar que a impressionou pelo tamanho, como tantas outras coisas naquela cidade, pagou os mesmos e saiu agradecendo a vendedora simpática, deixando para trás o calor do local e o barulho do sininho na porta. Ao sair, para o incomodo de Sarada, ela se deparou com as ruas bem menos movimentadas.

A UCHIHA FILHA DA MINHA EMPREGADAWhere stories live. Discover now