𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 31

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Bay era muito mais imbecil do que eu pensava

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Bay era muito mais imbecil do que eu pensava. Ele achava mesmo que eu iria acreditar que aquela velha colorida estava ali para me ajudar? Claro que não! Ele a tinha posto ali para me testar. Eu não podia confiar. Nunca.

— E eu tenho cara de quem ajuda maluco, por acaso? — Yonta indagou quando eu falei que não acreditava nela.

Fiquei de pé e cruzei os braços.

—Até parece que meu marido iria contratar alguém para me ajudar a enganá-lo...

—Ele se casou com uma mulher que o traiu a vida inteira. Você ainda estranha a pouca inteligência dele?

Abri a boca e voltei a fechá-la.

Encarei-a bem e quis me defender, mas era a verdade. Passei anos da nossa vida de casados traindo o meu marido e ele sequer imaginou... Quão inteligente eu estava achando que ele era?

— Como sabe de tudo isso? É vidente? — Murmurei.

Yonta sorriu como se sentisse pena de mim e depois se sentou na beirada da minha cama.

— Criança, uma coisa eu te digo, eu sei muito mais do que você e qualquer pessoa possa imaginar. — Ela me olhou nos olhos. — Já ouviu falar da Babá Mary Poppins?

Eu ri. Não, eu gargalhei dela até me curvar para a frente e ficar sem ar.

Uma lunática.

Bay havia contratado uma lunática.

— Por acaso você anda com um cajado e bate ele no chão para a magia acontecer? — Gracejei.

Yonta riu também.

— Você é muito amarga para uma jovem tão bonita e que tem tanto pela frente, sabia? — Parei de rir. — Não tenho um cajado ou magia, mas tenho um bom coração. E quando falei da Mary Poppins, eu me referi a algo que ela sempre dizia: Quando precisarem de mim, mas não me quiserem, é quando eu devo ficar, mas quando me quiserem, mas não precisarem de mim, então eu irei embora.

Balancei a cabeça. A graça havia acabado.

— Não me imagino como aquelas crianças do filme. Nunca precisei de ninguém, sempre me virei sozinha.

— Ah, é verdade? Tudo bem. — Ela se levantou e passou a mão pela saia. — Então não vai precisar de ajuda para ir visitar seu homem, né?

Arregalei os olhos.

— Como sabe do Joshua? Como? Me responda!

— Calma, Criança. Calma...— Yonta respirou fundo. — Quando entrei aqui, você parecia distante e muito triste. Aquele seu marido não é o amor da sua vida, está nítido. Está na cara que o seu verdadeiro amor não está aqui, mas que você anseia para tê-lo por perto. Estou errada?

Eu queria estar perto dele... Queria estar nos braços de Joshua e que ele me desse forças para passar por esses momentos. Inconscientemente levei a mão até a barriga. Nosso filho.

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Where stories live. Discover now