𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 25

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A decoração havia ficado realmente incrível!

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A decoração havia ficado realmente incrível!

O salão que havíamos alugado para a exposição se tratava de um espaço histórico que, vez ou outra, recebia obras de arte do mundo todo para serem vistas e apreciadas pelos mais diversos tipos de pessoas. O lugar era como um santuário e, quando liguei para alugá-lo, precisei usar de toda minha lábia para conseguir de fato tê-lo, pois era bastante concorrido.

O espaço era dividido em dois andares e um porão; na parte de cima havia um escritório, banheiros e uma salinha com algumas obras que não foram expostas ou que estavam reservadas; já no andar de baixo - onde estávamos todos - havia muito espaço e lindos lustres de cristais que pendiam do teto alto e extremamente diferente, pois quem quer que houvesse pintado, havia caprichado nos detalhes, dando ao lugar um ar de catedral onde anjos gordinhos se misturavam a imagens da Santa Ceia. Sem contar nos belíssimos vitrais!

Eu estava encantada!

Um garçom passou por mim e eu peguei apenas uma taça com água, pois ainda estava com o estômago um pouco ruim, aproveitei também para conversar com algumas senhoras da sociedade que não conseguiam tirar os olhos dos quadros da famosa pintora norte americana, Margaret Keane, famosa por seus quadros intitulados como "GRANDES OLHOS", onde retrata crianças com olhos enormes e tristes. Eu a conhecia, ela havia ido à justiça contra o próprio marido, pois ele fingiu por muitos anos ser o autor dos quadros pintados por ela. A história dela havia ficado tão famosa que a própria Netflix fez um filme e, sinceramente, eu não me cansava de assistir e me inspirar na força daquela mulher.

Comentei sobre tudo isso com aquelas senhoras, mas elas pareciam um pouco alheias ao que eu dizia e, claro, estavam assim por causa do escândalo do velório.

Imbecis de marca maior. Pedi licença e me dirigi até o chefe de segurança do evento e ele me falou que até então tudo estava correndo muito bem; procurei por Bay, mas me lembrei que ele havia dito que não ficaríamos juntos muito tempo e entendi que ele quis dizer que precisaria fazer seu trabalhinho sujo.

E essa era finalmente a minha chance.

Se eu fotografasse a compra e a venda dos entorpecentes, não seria apenas a minha palavra contra a do meu marido, como no caso da pintora Margaret. Mas diferente daquela que sabia pintar e provou a originalidade dos quadros, eu precisaria de fotos. Ótimas fotos, aliás.

Levantei um pouco a barra do vestido e sorri para algumas pessoas. Todos haviam realmente ido e pareciam se deliciar com o que era servido e com as obras, sem contar com a maravilhosa música que rodopiava no ambiente.

Me aproveitando da distração de todos, inclusive da velha mãe do meu marido, subi a longa escada que me levaria até o segundo andar com uma taça na mão e o celular na outra.

— Any?

Congelei.

Apesar da música alta, a voz de Josh reverberou dentro de mim.

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Where stories live. Discover now