𝑬𝒑𝒊́𝒍𝒐𝒈𝒐

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Cinco anos depois

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Cinco anos depois...

O mar parecia bem calmo naquela manhã e eu me questionei se permaneceria daquela forma o resto do dia. Os turistas preferiam mar calmo, principalmente por ser época de férias escolares e a praia estar cheia de crianças.

Eu os entendia.

Acenei para algumas pessoas e quando saia do saguão movimentado, me agachei e abri os braços para receber a forma de amor mais pura e deliciosa que eu conhecia.

Os pequenos bracinhos de Sol se enroscaram no meu pescoço e eu fingi estar sufocando, ela riu e eu ri também. Fiquei de pé, tirei os chinelos e apontei para o mar.

Minha filha comentou que havia feito amiguinhos, mas que ainda esperava por nossa programação favorita: pescar!

— Nós vamos, mas antes eu vou te enfiar dentro de um tubo de protetor solar. Da última vez a sua mãe quase me esfolou vivo, Sol.

Minha menina riu da minha desgraça.

— Isso foi porque a mãe dela, vulgo eu, precisei ficar a noite inteira aguentando ela reclamando que as costas ardiam. Lembra, Canadense?

Me virei para encarar Any que tinha um chapéu enorme na cabeça e um sorriso brincalhão nos lábios.

— Acho que fui eu que fiquei a noite inteira com ela. — Franzi o cenho. — Até onde lembro, você dormiu a noite inteira depois de dizer que a culpa tinha sido minha.

Apesar de fingir estar pensando, eu sabia que ela lembrava.

Any adorava me enlouquecer e eu adorava quando ela fazia isso. Eu sempre fui louco por ela e não me importava com mais nada. Beijei seus lábios salgados e sorri ao me afastar.

— O dia está perfeito! — Comentou ajeitando o chapéu. — Não me canso desse lugar, sabia? Cancún amanhece cada dia mais deslumbrante.

Encarei-a por alguns segundos e concordei.

Mas não era sobre Cancún que eu estava concordando.

— Eu entendo. — Murmurei e lancei uma piscadela para ela.

A mulher mais linda do mundo.

A minha Any Gabrielly.

— Papai, a tia Joalin está acenando...

Olhei por cima do ombro e estreitei os olhos.

Joalin e Noah acenavam um pouco distantes e nos chamavam; fitei Any rapidamente e ela entendeu na hora.

— Escuta meu amor... — Ela pegou Sol no braço e a encheu de beijinhos. — Por que você não vai enterrar o tio Nonô na areia e depois a gente encontra vocês? Que tal?

— SIM! — Sol comemorou. Ela adorava enterrar as pessoas na areia.

Eu que o diga.

— Mas tome cuidado, qualquer coisa é só gritar e a mamãe vem correndo, certo?

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Where stories live. Discover now