𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 12

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Josh não soltou minha mão enquanto nos despedíamos das freiras e das crianças

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Josh não soltou minha mão enquanto nos despedíamos das freiras e das crianças. Era como se o ato de soltar as mãos quisesse dizer que acabou.

Quando saímos e acenamos uma última vez e ouvimos a porta se fechar, paramos no portão de fechadura quebrada e nos encaramos. A lua parecia pender do céu com um único propósito: nos colocar em foco. Era como se aquela luz recaísse sobre nós dois, fazendo-nos criar forças e, talvez, atitudes, entretanto, eu não sabia como agir.

Joshua soltou minha mão e uma brisa gelada contornou meu corpo.

- Eu preciso passar em um lugar antes de ir para a mansão, por isso, se quiser, eu peço um táxi pra você. - Ele balançou a cabeça. - Já percebi que odeia andar de moto e eu posso acabar demorando.

Umedeci o lábio inferior.

- Posso ir com você? Prometo que não irei reclamar a viagem toda e nem fincar as unhas na sua barriga durante o trajeto.

Ele estreitou os olhos.

- Sério?

- Bom, talvez eu finque as unhas, mas não com força, mas é que eu tenho medo e...

- Não. Eu falei se era sério a parte que você quer ir comigo. - Deu de ombros. - O lugar pra onde eu vou é a minha casa. Quer dizer, não é bem uma casa, é mais um quartinho e não tem luxo nenhum. Eu só vou pegar umas coisas que esqueci e vou levar pra mansão.

Assenti.

- Se não for problema pra você, não será problema pra mim.

- Tem certeza? - Ele cruzou os braços. - Isso é um plano seu para me levar pra cama?Se for, aviso logo que não tenho cama, é só um colchonete. Não será do seu agrado.

Eu tive que rir, porque sinceramente ele sabia ser tão direto quanto eu, exceto pela parte que ele ainda tinha um pouco de vergonha na cara.

- Tem chão, não tem? Posso garantir que se você for tão delicioso quanto eu imagino, a cama não será problema. - Devolvi, com a voz aveludada.

Beauchamp respirou fundo e balançou a cabeça, dando-se por vencido, depois rolou os olhos.

- Não vamos transar, Any.

Peguei o capacete que estava em sua mão e abri um sorriso que ele até poderia esquecer, mas não iria.

- Vou me lembrar disso.

Passei por ele sem tocá-lo e quando cheguei onde estava a moto, observei como seu peito subia e descia descompassado e como me encarava, mesmo que de longe.

Nenhum de nós tinha certeza de nada.

[...]

O prédio onde ficava o quartinho do Beauchamp era até bem organizado, exceto pela tinta descascando no pé das paredes e da recepção bem mais ou menos; e, claro, a decoração era péssima. Eu sequer tinha coragem de tocar no corrimão da escada.

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Where stories live. Discover now