+𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 | Permita-se envolver pelas imoralidades.
(Todos os créditos são da autora original, @AmandaYvina)
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Quando entrei no salão eu a vi.
Eu nunca fui de prestar muita atenção a detalhes, mas quando ela foi entrando, de braços dados com seu marido, estava tocando "Não é um bolero" do Djavan. E aquela maldita música combinava perfeitamente com todo aquele cenário.
Any caminhava graciosamente com seu vestido azul, se destacando, sorrindo, acenando, deixando claro que era a estrela da noite, mesmo que qualquer outra pessoa tentasse ofuscá-la.
Eu não digo que não
Ela é bela e fera
Mas não pondera
E me deixa doidinho
(...)
Se com ela há muito mais no ar
Porque viver dias sombrios?
Eu não posso me distanciar
E me perder dos seus carinhos
Você é demais
Muito mais pra mim
Quando seus olhos encontraram os meus, mesmo diante de tanta gente que ia e vinha, não consegui ignorar o fato de ela ser a mulher mais bonita que já vi. Gabrielly sorriu ironicamente, pois sabia com todas as forças que tinha todos em suas mãos, depois desviou os olhos e fingiu que eu não existia.
Sorri.
Maldita.
Balancei a cabeça e peguei uma taça de vinho quando um garçom
passou.
A música continuava.
Não é um bolero
É amor sincero, que a tudo resiste
Não a ter do lado, me deixa abalado
E nada é mais triste
A vida é a toa, não fica de boa
Quem não tem um querer
Eu tenho de tudo mas me falta tudo
Se eu não tenho você
Meus planos não eram passar a noite de natal inteira no meio daqueles ricos metidos a besta; eu tinha um lugar para ir, um lugar que eu visitava sempre, todos os natais, por isso - em parte - fiquei feliz com a folga que Bailey nos deu. Eu não poderia faltar aos meus compromissos, por mais que os patrões sempre achassem que funcionários não tinham vida.
Fora desse mundinho, eu tinha minha vida e nela eu era dono de uma rede de lojas e tinha que administrar tudo, sem contar a herança do meu pai. Mas nunca me passou pela cabeça prender meus funcionários em plena véspera de natal e, ainda bem, Bailey pensava igual a mim, exceto pelo fato de que ele sempre nos olhava com indiferença.
